Para o Brasil, ele surgiu na telinha como um falso participante do Big Brother Brasil, na edição passada, e teve que enganar os moradores da casa por 36 horas. Depois da enorme repercussão, principalmente nas redes sociais, Juliano Laham ganhou visibilidade, fama e oportunidades. Hoje, ele é um dos protagonistas de “Malhação – Viva a Diferença!” na pele do lutador Rômulo. Para este trabalho, o ator não escondeu que sua participação no BBB ajudou bastante No entanto, Juliano ressaltou que precisou fazer inúmeros testes para conseguir, de fato, o papel.
Na trama, ele interpreta um jovem sonhador que tem o esporte e a luta como uma de suas paixões. Para fazer bonito na telinha e mostrar seu talento na dramaturgia, Juliano Laham contou ao HT que mergulhou fundo no assunto lutas. Ele, que já havia praticado jiu jitsu na adolescência, precisou conhecer de perto a rotina de um atleta para interpretar com brilhantismo o Rômulo. “Para o trabalho, me dediquei ao boxe durante semanas, assisti a diversos filmes de luta e fiz algumas pesquisas na internet sobre esse universo para poder vivenciar esse novo personagem da melhor forma. Também tive que mudar minha alimentação. A dieta foi fundamental no início da trama para que eu ficasse com o corpo adequado para um cara que pratica lutas”, contou.
No entanto, a glória de estar em uma novela da Globo, que tem o histórico de revelar grandes nomes da teledramaturgia, não foi conquistada de forma fácil. Nascido em São José do Rio Preto e com origem libanesa, Juliano Laham, que há três anos mora no Rio de Janeiro, reconheceu o privilégio de não ter precisado abrir mão de seus sonhos artísticos. Apesar disso, muitos “nãos” compuseram a caminhada do ator até estrelar esta temporada de Malhação. “Eu acredito que nada vem fácil, você tem que batalhar pra conquistar. E no meu caso não foi diferente. Estou há mais de três anos caminhando para mostrar o meu trabalho como ator”, disse Juliano que, apesar dos obstáculos, não desistiu de seu sonho na televisão. “Já recebi muitos ‘nãos’ e é claro que isso te desanima, mas não a ponto de desistir. Se você persistir no que ama, uma hora vai ter retorno. E quando isso acontecer, você tem que estar preparado para fazer seu melhor”, apontou Juliano que, durante esses três anos no Rio de Janeiro se dedicou a cursos de interpretação.
E ele estava pronto. Na chance que o revelou para o Brasil, Juliano Laham fez um de seus trabalhos mais intensos e difíceis da carreira. Por 36 horas, o ator precisou fingir ser uma pessoa em todos os momentos do dia: dormindo, comendo, tomando banho, conversando, durante a festa… Nesta oportunidade, Juliano nos contou que mergulhou sem nem saber direito do que se tratava. “No BBB16, eu fui chamado para um teste como ator. Não sabia exatamente do que se tratava, mas fui. E foi incrível fazer parte do programa, ainda que por apenas 36 horas. Foi uma experiência única vivenciar outra pessoa por tanto tempo, diante de todas as câmeras, não podendo errar e não podendo entregar que era um ator. Foi um dos maiores desafios da minha vida, mas, sem dúvidas, me ajudou a amadurecer ainda mais como profissional”, lembrou Juliano que não escondeu a importância dessa breve participação. Questionado sobre o que o BBB mudou em sua vida, ele foi direto: “quase tudo”. “O Big Brother foi a oportunidade que eu precisava para mostrar o meu trabalho de ator. Segurar um personagem 36 horas seguidas sem poder vacilar foi um grande exercício. E a repercussão foi imensa. Nem eu esperava tanto retorno, foi uma grande surpresa”, comemorou.
Porém, engana-se quem pensa que a primeira aparição de Juliano Laham na telinha foi na edição passada do Big Brother Brasil. Antes de entrar na casa vigiada, o ator também já havia se aventurado como assistente de palco do “Esquenta!”. Este, que foi um dos primeiros trabalhos de Juliano desde que se mudou para o Rio, também foi responsável por abrir algumas portas, inclusive para o BBB e para Malhação. “Foi uma experiência incrível, na qual eu pude conhecer gente, aprender sobre o dia a dia de um programa de sucesso, ganhar mais intimidade com a câmera e aprendi a lidar com o público”, lembrou.
Em comum em todos esses trabalhos e fora deles também, Juliano Laham carrega sua beleza. Com traços fortes que revelam sua origem árabe e um jeito mais tímido, o ator reconhece que esse é um ponto a seu favor no trabalho na televisão. No entanto, Juliano destaca que a boa aparência não é garantia de nada na teledramaturgia. “Tudo depende do perfil que o personagem tem definido por quem criou a história. No meu caso, não vejo a beleza como geradora de oportunidades por si só. Mas também não acho que seja um fator negativo. Ela pode ajudar, mas não se pode depender apenas dela. A atuação, sem sombra de dúvidas, é o mais importante”, ressaltou Juliano, que acredita que esse culto ao ego e à aparência seja mais forte nas redes sociais do que na carreira artística. Para ele, em tempos de selfies a todo momento, a essência passa a ser menos importante que a foto perfeita. “Estamos vivenciando uma nova era digital em que as pessoas estão cada vez mais ligadas às redes sociais e acho que esse apego acaba nos tornando reféns do que os outros vão dizer. Por isso, acho que infelizmente estamos em um momento de valorizar ainda mais o que se vê na internet ao invés de buscar o que está aqui ‘no mundo real’, no olho no olho. Eu adoro rede social sim, pra manter minha proximidade com os fãs. Sou um cara à moda antiga, que valoriza a essência das pessoas da minha vida”, esclareceu.
Por falar nessa essência apontada por Juliano, este é um ponto que ele domina de forma plural. Apesar de ter nascido no interior de São Paulo, Juliano Laham carrega o sangue libanês de seus pais. Aos 24 anos, o ator já morou em diferentes países e vivenciou diferentes culturas, pensamentos e experiências. “No meu caso, toda vez que me mudei e tive que me adequar aos novos lugares porque eram países muito distintos um do outro, com hábitos e culturas diferentes. Mas sempre foram experiências bacanas, nas quais, mesmo quando surgia uma dificuldade de adaptação, eu estava com minha família”, disse.
No entanto, sua origem libanesa nem sempre foi só bem vista pelo ator. Apesar de manter as tradições árabes vivas em sua família e falar o idioma sempre com seus pais, Juliano Laham já sofreu com a intolerância dos tempos modernos. “Por conta de graves ataques terroristas no mundo, o povo árabe passou a ser mal visto desde 2001, quando aconteceu o ataque das Torres Gêmeas em Nova York. Chego a dizer que fico triste em sentir que o povo árabe hoje em dia é visto como gente perigosa. Não se pode generalizar. Não é todo árabe que apoia esses ataques! Sou de origem libanesa, católico, da paz e também me preocupo com esses ataques. Assim como me preocupo com a violência no Brasil, a crise econômica, a fome no mundo…”, argumentou Juliano Laham que já sentiu o preconceito étnico de perto. “Pessoas próximas a mim já falaram ‘olha que é lá da sua terra’, quando aparece algum ataque desses. Mas sou orgulhoso da minha origem. Falo fluente o árabe e converso com minha família no idioma todos os dias”, completou o ator Juliano Laham.
Artigos relacionados