Depois de Maria Madalena em “Jesus” e o filme sobre Edir Macedo, Day Mesquita pensa em carreira internacional


Muito elogiada por seu trabalho na novela “Jesus”, que está sendo transmitida nos Estados Unidos, a atriz está em Los Angeles fazendo um curso de inglês: “Para estar mais preparada para oportunidades em produções internacionais, caso elas surjam”

*Por Karina Kuperman

“Os dez mandamentos”, “Terra prometida” e, agora, “Jesus”. Day Mesquita esteve nas três tramas que fizeram sucesso na Rede Record. Nessa última, que chegou a elevar em 27% a audiência do canal no país, Day viveu Maria Madalena, uma das personagens mais controversas da Bíblia. No auge da discussão sobre feminismo e sororidade, Maria Madalena é mais atual do que nunca.

Na trama, a maior confidente de Jesus era uma mulher forte, que não abaixava a cabeça para homens. “Ela lutava por igualdade em todas as situações e acho que exatamente por isso Maria Madalena se identificou tanto com Jesus. Ele não tinha preconceitos, sua luta foi sempre por paz, amor e igualdade em todos os sentidos, raça, cor, gênero”, contou Day, que viveu cenas fortes na história, como, por exemplo, o descarrego de Maria Madalena.

Day Mesquita deu vida a Maria Madalena na televisão (Foto: Pupin&Deleu)

“Para essas sequências, aconteceram algumas conversas sobre o que seriam essas cenas e como poderiam ser executadas. Foi uma troca muito bacana de informações que tive junto com o nosso diretor Edgard Miranda e nossa preparadora de elenco Fernanda Guimarães. Quando eu estava gravando, estava aberta ao jogo de cena, buscando a verdade em cada situação que Madalena viveu, entregue a cada momento, e quando acabava deixando tudo. O que acontecia nos momentos de gravação encerrava no momento em que o dia de trabalho terminava”, explicou ela, que, em comum com a personagem: “acredita na luta pela igualdade e justiça”. “Me identifico demais com isso”.

Agora, a atriz está em Los Angeles estudando e aproveitando um pouco o sucesso que a trama da Record faz fora do país. Vale lembrar que a novela estreou no dia 5 de novembro no canal Univision, nos Estados Unidos, e bateu recordes de audiência – é a produção mais assistida nos canais de língua hispânica. É uma linda história, e temos uma grande alegria poder passar essa mensagem e um trabalho tão especial para outros países além do Brasil. Fico muito feliz, pois é um trabalho que foi feito com muito cuidado e carinho”, disse. “E estudar inglês é algo que eu sempre quis, mas acabava adiando. Eu acho muito importante ter uma segunda língua. Já viajei algumas vezes para gravar, então quero estar mais preparada para outras que virão e também para oportunidades em produções internacionais, caso elas surjam”, contou.

A atriz está em Los Angeles se aperfeiçoando no inglês (Foto Pupin&Deleu)

E não deve demorar, já que a atriz fez sucesso como protagonista do longa “Nada a perder”, que conta trajetória do bispo evangélico Edir Macedo, empresário, fundador e líder espiritual da Igreja Universal do Reino de Deus e proprietário da Record TV, e que teve números impressionantes: 4 milhões de ingressos só na pré-venda, e orçamento de R$40 milhões. “Não procuro pensar nisso porque acho que meu trabalho não pode mudar de acordo do tamanho da produção. Se eu aceito um convite, vou dar o melhor que eu posso. Claro que a repercussão nos deixa feliz e sou muito grata por me darem a oportunidade de estar em um projeto tão especial”, assegurou ela, que foi convidada ao papel pelo próprio Alexandre Avancini, diretor do longa.

“Trabalhamos juntos em ‘Os Dez Mandamentos’ e ‘A Terra Prometida’, então ele já conhecia um pouco do meu trabalho. Quando eles estavam fazendo o processo de produção do filme, sugeriram meu nome e então fui convidada por ele e pela Paris filmes, produtora. Foi uma experiência incrível! Foi meu primeiro longa e já foram logo dois, porque filmamos os dois na sequência em uma superprodução. Viajamos para Israel e África do Sul para rodar, além das locações no Brasil; e o filme teve estreias internacionais em mais de 60 países”, disse ela, que viveu Ester, esposa de Edir, na história. “Durante o processo nós fizemos um mergulho nessa história e nesses personagens desde as primeiras semanas de preparação. Eu e Petrônio Gontijo ficamos um pouco mais de 2 meses na preparação de elenco. Foi um processo de laboratório, pesquisa, entendimento da personagem, ensaios… Mas a parte de criação e descoberta mesmo foi no dia a dia criando a relação e verdade entre os personagens”, contou. “Conheci a Dona Ester em um dia de filmagem, por acaso, quando ela passou para visitar o set, mas foi muito rapidamente”.

(Foto: Pupin&Deleu)

Em tantos projetos religiosos em sequência, será que algo nos processos influenciou na religiosidade de Day? “Me identifico muito com a filosofia do budismo e do espiritismo, mas não sou budista e nem espírita, não tenho como me definir dentro de uma religião específica, porque tenho fé em filosofias diversas. Acho que o amor a si mesmo e ao próximo é a primeira coisa que devemos nos atentar. O amor é (ou pelo menos deveria ser) a base de todas as religiões, então é nisso que acredito”.