*Com Iron Ferreira
Denise Weinberg é uma atriz consagradíssima. Na TV integrou o elenco de “Maysa: Quando Fala o Coração” (2009), “Dalva e Herivelto: uma Canção de Amor” (2010), “Amor Eterno Amor” (2012), “A Teia” (2014) e “Assédio” (2018), todas exibidas pela Globo. No teatro e no cinema também só nos dá orgulho. Ganhou dois prêmios Molière de melhor atriz, um em 1991 pela peça “Megera Domada” e outro em 1994 por “Vestido de Noiva”. Venceu, em 2010, o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro na categoria de melhor atriz coadjuvante por “Salve Geral” (2009), de Sérgio Rezende, e já foi indicada ao International Emmy Awards pelo ótimo desempenho na série “Psi”, transmitida pela HBO.
Agora, ela se prepara para estrear em “Éramos Seis”, próxima novela das 18h da Globo que substituirá “Órfãos da Terra”. O folhetim, escrito por Angela Chaves e com direção artística de Carlos Araújo, é baseado no livro homônimo da escritora paulista Maria José Dupré (1898-1984). Na trama, ela irá interpretar Dona Maria, uma simpática senhora que vende doces e busca ajudar a todos. A personagem é mãe da protagonista Lola, papel vivido por Gloria Pires.
“Maria mora em Itapetininga, em São Paulo e faz doces para vender. É uma pessoa extremamente simpática, generosa e de bem com a vida. Ela trata cada uma das filhas – Simone Spoladore será Clotilde, Maria Eduarda de Carvalho, a Olga, e Lola (Gloria Pires) – de um jeito, sempre respeitando cada personalidade. Embora essa personagem não exista na obra original, ela conversa muito com a história”, frisou.
Além da televisão, a artista está no elenco do filme “Greta”, do cearense Armando Praça, no qual interpreta a transexual Daniela. A produção, que foi exibida na Mostra Panorama do 69º Festival de Berlim e venceu três categorias no 29º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, incluindo melhor filme e diretor, narra a trajetória de Pedro (Marco Nanini), um enfermeiro de 70 anos que precisa liberar uma vaga no hospital em que trabalha para sua amiga Daniela. Para salvá-la, ele ajuda um jovem criminoso que está algemado a um leito a escapar e o leva para casa. Essa relação ajuda Pedro a sobreviver à perda de Daniela, mas, também provoca mudanças surpreendentes nele e em sua forma de lidar com a solidão.
“É um papel muito sensível! Eu comecei a construí-la a partir das observações externas. Foi quando eu me montei com o figurino e a maquiagem e percebi que tinha entrado de vez na Daniela. Eu entendi que precisava acentuar algo de tristeza. Eu me olhava no espelho e me sentia triste, sentia pena. Ela é guerreira, quer morrer do jeito que ela quer e não do jeito que as pessoas querem que ela morra”, disse.
Denise ainda elogiou bastante o trabalho do diretor, que também foi responsável pelo roteiro, e exaltou a beleza na forma como o cineasta construiu a história e retratou de forma delicada a vida de personagens tão marginalizados: “Eu acho que esse filme fala sobre trapos humanos, sobre pessoas oprimidas, derrotadas e frustradas que gostariam de amar e ser amadas. Os pequenos amores retratados no filme são os exemplos mais bonitos do que de melhor pode ser encontrados no ser humano. Aborda a solidão. Após conferir o filme pela primeira vez, eu não consegui dormir. Fiquei bastante impactada”.
“Greta” chega aos cinema brasileiros em 10 de outubro. Assista ao trailer:
A atriz também aproveitou para defender sua profissão, que segundo ela é extremamente importante na luta contra todos os tipos de preconceito. “A arte retrata o ser humano. Não importa se ele é cis, trans ou o que for. Acredito que a arte é um forte propulsor de transformações, mostrando que todos somos iguais. Cada um deve ter a liberdade necessária para ser do jeito que quiser, sem ser julgado. Como atriz, eu posso dar vida a vários personagens e mostrar a realidade de cada um deles”, afirmou.
Artigos relacionados