*Por Rafael Moura
Com mais de 35 anos de carreira, Denise Fraga faz sua ‘reestreia’ nas telinhas matando a saudade dos seus fãs. A atriz que não fazia uma novela inteira há 25 anos, retorna, no horário nobre, em ‘Um Lugar ao Sol’, trama de Lícia Manzo, vivendo Júlia, mãe do personagem de Gabriel Leone, Felipe, e filha da psicanalista Ana Virgínia, Regina Braga. A atriz será uma cantora fracassada que sofre com o alcoolismo, o que a fez estar no Alcoólicos Anônimos: “Fui em algumas reuniões. E a novela me proporcionou conhecer o trabalho do AA. A Júlia tem 300 outras camadas sem ser o problema da adicção. A vida tirou dela coisas preciosas como o contato com o filho. Essa personagem é muito reconhecida para mim. Tinha um amigo que ajudava. Todo mundo têm um amigo e deu a mão”.
Sua última personagem foi Natália, na novela ‘Sangue do Meu Sangue’, no SBT. Desde então a atriz se dedicou ao cinema e teatro fazendo algumas participações na TV. “Os convites para novelas sempre chegaram, mas com as temporadas de teatro e as gravações dos filmes, eu nunca conseguia conciliar. Eu e Lícia tínhamos um namoro de longa data e que agora deu certo. Ainda bem que deu certo com essa turma, com esse elenco, com o Maurício e com a Lícia. Me sinto muito feliz e honrada de fazer parte desse time”, revela.
A atriz frisa que o fato de que, quando alguém interpreta um alcoólatra, em geral o papel fica estigmatizado, como se o personagem se resumisse ao próprio vício. O assunto também foi levantado em outros núcleos da novela, que apresenta minorias sem generalizá-las. “No caso de Júlia, o estigma tenta não acontecer: o papel também é o de uma cantora falida e de uma mãe que se afasta do filho. O incrível da novela é as pessoas conhecerem o trabalho do AA. Essas reuniões do AA que eu fui, fico pensando que a gente devia ter para todo mundo, porque nós estamos cheios de vícios que não conseguimos deixar”.
Para dar vida à Júlia, o figurinista da novela, Antônio Medeiros, mergulhou no universo boho, que tem um visual meio cigano, também é conhecido como bohemian que encanta nossos olhos graças às misturas. Com referências étnicas, orientais, hippies e até punk, esse estilo permite criar looks cheios de texturas e cores e, abusar das peças vintage.
Outro traço marcante de Júlia é o fato de que a personagem é mãe do estudante Felipe que vai se envolver com uma mulher mais velha, a Rebeca vivida por Andrea Beltrão. Um dos motivos do qual eles tendem a se afastar na sequência. “Mas o que eu acho que é bonito desse personagem, mais do que tudo, é essa relação que ela tem com a arte, a música, acreditar que, aos 50 e tantos anos, ela vai dar certo, essa crença, esse otimismo”.
No fim dessa conversa, a atriz contou que passou a beber mais vinho ao longa da pandemia. “Na pandemia, todos nós bebemos mais vinho, obviamente. Minha relação com álcool sempre foi serena, gosto de beber, mas bebo socialmente”, pontua.
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