*Por Brunna Condini
Na última segunda-feira (22) voltamos a ver Deborah Secco como Alexia Máximo/Josimara em ‘Salve-se quem Puder’. A novela paralisada em março do ano passado por conta da pandemia do novo coronavírus voltou à grade da Globo. A trama do horário das 19h, escrita por Daniel Ortiz e com direção de Fred Mayrink, está sendo reexibida desde o começo, e a partir de maio, emendará os 53 capítulos inéditos. Em papo exclusivo ao site HT, Deborah fala deste momento sem precedentes, tanto para humanidade, quanto para quem trabalha com a TV e a arte. O retorno ao trabalho foi feito com uma nova rotina adotada, que criou uma outra forma de se gravar e de se relacionar em cena: com doses extras de paciência e álcool em gel, distanciamento necessário, placas de acrílico entrando e saindo do quadro, e muitos testes de covid-19.
Você faz novelas há 32 anos e nunca viu nada parecido com o momento atual: parar de gravar, voltar meses depois. Além disso, o toque, o contato físico, algo natural para o ser humano, passou a ser algo que pode ser nocivo…acha que a interpretação não será mais a mesma depois disso tudo? “Olha, acho que vamos passar por essa fase. E quando tivermos todos vacinados, acredito que voltaremos ao lugar que estávamos antes disso. Mas, sem dúvida, foi algo muito estranho de se viver. Tivemos um protocolo super rígido a seguir. Isso tudo fez com que a gente tivesse que se esforçar em dobro para passar as emoções, porque de fato, com a dificuldade do contato, da proximidade, a novela poderia perder muito. Fizemos uma força tarefa nesta volta. Tomara que tenha dado certo”. E completa: “Sem dúvida, as cenas que pediam contato, que precisávamos do beijo e do abraço, foram as mais difíceis. tudo era mais lento. Teve muito beijo no vento, com acrílico no meio. E nas cenas em que era mesmo necessário o contato, a gente quarentenava”.
A novela começa com um ‘furacão’ cinematográfico, que foi reexibido estes dias. A sensação é de que estamos no meio de um, não? “Nem nos nossos piores pesadelos acho que imaginávamos isso que está acontecendo. É mais um ‘furacão’, sim. Já vivi muitos, foram incontáveis ‘furacões’. A única coisa boa deles é que trazem revoluções que acabam sendo boas, porque fazem com que a gente aprenda, cresça muito”.
Deborah também pode ser vista na reta final da reprise de ‘Laços de Família’,(2000) no Vale a Pena Ver de Novo, como a emblemática Íris. Tem 20 anos que você viveu a Iris e ela é um marco (adoro) na sua carreira. É valente, genuína, visceral. Ela ainda está aí dentro? “Todas as personagens que eu fiz ainda moram um pouco dentro mim, sim. Mas não consigo mais fazer a Íris hoje (risos). Assisto e tento repetir algumas cenas, mas não é mais orgânico”, conta. “Ela foi meu primeiro grande presente como atriz. Eu era muito nova e fiz uma grande ‘vilã’ da novela das oito. Uma personagem que dividiu muito a opinião popular, muita gente adorava e muita gente odiava a Íris”.
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