Deborah Secco fala da novela das 7 e diz sobre BBB: “Não toparia, mas se o Hugo tivesse vontade, compraria o barulho”


A atriz, em entrevista exclusiva, fala do retorno de ‘Salve-se quem Puder’ na última semana e do sonho de um ‘mundo novo’ de trabalho pós Covid-19. Deborah também revela que o desejo de contar boas histórias está fazendo nascer uma produtora. Ela já trabalha em projetos para o audiovisual, e identificou recentemente uma vontade de dirigir: “Sabe que eu nunca tive essa vontade, mas nessas últimas semanas surgiu esse desejo. Quem sabe não vem um curta-metragem por aí?”

Deborah Secco fala da novela das 7 e diz sobre BBB: "Não toparia, mas se o Hugo tivesse vontade, compraria o barulho"

*Por Brunna Condini

Na última segunda-feira (22) voltamos a ver Deborah Secco como Alexia Máximo/Josimara em ‘Salve-se quem Puder’. A novela paralisada em março do ano passado por conta da pandemia do novo coronavírus voltou à grade da Globo. A trama do horário das 19h, escrita por Daniel Ortiz e com direção de Fred Mayrink, está sendo reexibida desde o começo, e a partir de maio, emendará os 53 capítulos inéditos. Em papo exclusivo ao site HT, Deborah fala deste momento sem precedentes, tanto para humanidade, quanto para quem trabalha com a TV e a arte. O retorno ao trabalho foi feito com uma nova rotina adotada, que criou uma outra forma de se gravar e de se relacionar em cena: com doses extras de paciência e álcool em gel, distanciamento necessário, placas de acrílico entrando e saindo do quadro, e muitos testes de covid-19.

Deborah Secco como Alexia/Josimara na trama das 19h que voltou à grade da programação após uma ano (Divulgação/Globo)

Deborah Secco como Alexia/Josimara na trama das 19h que voltou à grade da programação após uma ano (Divulgação/Globo)

Você faz novelas há 32 anos e nunca viu nada parecido com o momento atual: parar de gravar, voltar meses depois. Além disso, o toque, o contato físico, algo natural para o ser humano, passou a ser algo que pode ser nocivo…acha que a interpretação não será mais a mesma depois disso tudo? “Olha, acho que vamos passar por essa fase. E quando tivermos todos vacinados, acredito que voltaremos ao lugar que estávamos antes disso. Mas, sem dúvida, foi algo muito estranho de se viver. Tivemos um protocolo super rígido a seguir. Isso tudo fez com que a gente tivesse que se esforçar em dobro para passar as emoções, porque de fato, com a dificuldade do contato, da proximidade, a novela poderia perder muito. Fizemos uma força tarefa nesta volta. Tomara que tenha dado certo”. E completa: “Sem dúvida, as cenas que pediam contato, que precisávamos do beijo e do abraço, foram as mais difíceis. tudo era mais lento. Teve muito beijo no vento, com acrílico no meio. E nas cenas em que era mesmo necessário o contato, a gente quarentenava”.

"Nos esforçamos em dobro nesta volta da novela para passar as emoções, porque de fato, sem o contato, a proximidade, a novela poderia perder muito. Fizemos uma força tarefa nesta volta. Tomara que tenha dado certo" (Divulgação/Globo)

“Nos esforçamos em dobro nesta volta da novela para passar as emoções, porque de fato, sem o contato, a proximidade, a novela poderia perder muito. Fizemos uma força tarefa nesta volta. Tomara que tenha dado certo” (Divulgação/Globo)

A novela começa com um ‘furacão’ cinematográfico, que foi reexibido estes dias. A sensação é de que estamos no meio de um, não? “Nem nos nossos piores pesadelos acho que imaginávamos isso que está acontecendo. É mais um ‘furacão’, sim. Já vivi muitos, foram incontáveis ‘furacões’. A única coisa boa deles é que trazem revoluções que acabam sendo boas, porque fazem com que a gente aprenda, cresça muito”.

Deborah também pode ser vista na reta final da reprise de ‘Laços de Família’,(2000) no Vale a Pena Ver de Novo, como a emblemática Íris. Tem 20 anos que você viveu a Iris e ela é um marco (adoro) na sua carreira. É valente, genuína, visceral. Ela ainda está aí dentro? “Todas as personagens que eu fiz ainda moram um pouco dentro mim, sim. Mas não consigo mais fazer a Íris hoje (risos). Assisto e tento repetir algumas cenas, mas não é mais orgânico”, conta. “Ela foi meu primeiro grande presente como atriz. Eu era muito nova e fiz uma grande ‘vilã’ da novela das oito. Uma personagem que dividiu muito a opinião popular, muita gente adorava e muita gente odiava a Íris”.

Ao lado de Lilia Cabral, que fazia sua mãe em 'Laços de Família': "Íris foi uma personagem que dividiu muito a opinião popular, muita gente adorava, muita gente odiava” (divulgação/Globo)

Ao lado de Lilia Cabral, que fazia sua mãe em ‘Laços de Família’: “Íris foi uma personagem que dividiu muito a opinião popular, muita gente adorava, muita gente odiava” (divulgação/Globo)

Em setembro do ano passado Deborah e o marido, o ator Hugo Moura, testaram positivo para Covid-19, mas os dois já estão bem e totalmente recuperados. Durante esse pouco mais de um ano em que o isolamento foi prioridade na vida da família, a atriz teve um dos prazeres que mais curte como entretenimento: assistir filmes, séries e Big Brother Brasil. Deborah é fã declarada do programa e inclusive já foi ‘confinada’ durante 24 horas no BBB8. Você já disse que não toparia participar de uma edição inteira, mas se Hugo recebesse uma proposta e topasse? “Se ele quisesse ir, se fosse um desejo dele, eu ia super comprar o barulho. Ficaria em casa puxando mutirão de votos (risos). Viraria mesmo uma comentarista BBB”.
"Se Hugo quisesse ir (para o BBB), se fosse um desejo dele, eu ia super comprar o barulho. Ficaria em casa puxando mutirão de votos (risos). Viraria mesmo uma comentarista BBB" (Reprodução)

“Se Hugo quisesse ir (para o BBB), se fosse um desejo dele, eu ia super comprar o barulho. Ficaria em casa puxando mutirão de votos (risos). Viraria mesmo uma comentarista BBB” (Reprodução)

Ainda durante esse período mais recolhido, Deborah, aos 41 anos, também descobriu novas versões profissionais suas, inclusive um lado produtora. A atriz tem desenvolvido projetos para o audiovisual ao lado do marido. Está pintando uma realizadora, como é isso? “Tenho vontade de contar boas histórias, de produzir projetos até que eu não vá atuar como atriz. Mas acho incrível poder escolher contar uma história. Acho que é por isso que entrei nesta onda de produzir”, revela. “Estamos começando a pensar no projeto de um filme. Também li um livro e estou querendo comprar os direitos. Além disso, tem uma série que desejo produzir e atuar. E alguns projetos que vou produzir, para não atuar”.
Pode rolar uma Deborah diretora também? “Sabe que eu nunca tive vontade de dirigir, mas nessas últimas semanas surgiu esse desejo. Quem sabe não vem um curta-metragem por aí?”.