*por Luísa Giraldo
Aos 28 anos, Débora Ozório vive uma história de amor épica em “Garota do Momento”. A atriz dá vida à romântica Celeste, apaixonada por Edu (Caio Manhente), no final dos anos 50. O casal é citado em milhares de publicações sobre a trama nas redes sociais. A novela já é, inclusive, a mais comentada da faixa nesta década, segundo dados do Kantar Ibope e da BrandWatch/X. Até o final de janeiro, foram compartilhados mais de um milhão de comentários espontâneos. Em conversa exclusiva com o site, a artista reflete sobre o amor romântico, revela se considerar sonhadora e nega futuras cenas íntimas com Manhente, comentadas desde a semana passada.
Quando questionada sobre a veracidade da informação, Débora reforçou não estar ciente das cenas. “Não sei disso, não. Mas o que posso falar sobre essas cenas mais íntimas é que são feitas com muito cuidado, profissionalismo e atenção. Tratando, inclusive, se for o caso da Celeste e do Edu, há todo um lúdico para trabalhar, uma coisa da idade, da descoberta”, opina.
O contexto no qual Débora se refere diz respeito ao período da novela, que se passa em 1958. Na época, a sociedade impunha que a noiva se casasse virgem. A ideia é que vivessem a primeira experiência sexual na “noite de núpcias”, conhecida por ser o primeiro momento de intimidade “oficial” de um casal. Embora a maior parte das mulheres se casasse virgem devido à pressão social e ao conservadorismo, os homens eram incentivados a se aventurarem com profissionais do sexo.
As cenas mais íntimas são feitas com muito cuidado, profissionalismo e atenção — Débora Ozório.
Sendo assim, a primeira transa de Edu e Celeste, cuja dinâmica de romance é intensa, causaria bastante polêmica caso fosse descoberta pelos demais personagens. A primeira relação também seria determinante para um possível casamento às pressas por medo de uma gravidez iminente.

Débora Ozório nega cena de sexo entre Celeste e Edu em “Garota do Momento” (Foto: Maria Magalhães)
Reflexão sobre o amor
Débora Ozório destaca a necessidade do olhar amplo para o amor, em que o movimento da desromantização pode ajudar a construir relações mais saudáveis e justas: “Acredito no amor que me faz feliz. É muito particular. É muito individual. Mas é importante quebrarmos essa visão apenas romântica do amor. Precisamos falar desse assunto como um todo, de tudo que engloba o amor. Devemos desromantizar a maternidade e o casamento, sabendo de tudo romântico que envolve”.
A artista reflete sobre o amor na contemporaneidade, marcado pela presença forte da internet. Com o imediatismo, ela entende que há “uma tendência das coisas acontecerem de forma muito rápida”. A troca de cartas, a espera e a expectativa não são mais elementos tão presentes nos relacionamentos da atualidade, identifica a atriz.
É importante quebrarmos essa visão apenas romântica do amor. Precisamos falar desse assunto como um todo, de tudo que engloba o amor. Devemos desromantizar a maternidade e o casamento — Débora Ozório.

Débora Ozório reflete sobre o amor (Foto: Maria Magalhães)
A intérprete de Celeste descreve sua ideia de “amor perfeito” da contemporaneidade: “Cada um tem um processo, um entendimento e uma forma de sentir o amor. Sempre questiono o que é o ‘amor perfeito’. Tenho conhecimento do amor que me faz feliz, que faz sentido para mim”, frisa Débora.
Sucesso de #Cedu nas redes
Emocionada com o carinho da audiência, a atriz Débora Ozório afirma ter torcido pelo sucesso do casal. Ela divide os louros com Caio Manhente. “Fico tão feliz com esse envolvimento do público e dos colegas de elenco, nos bastidores. A gente sempre espera essa emoção. É uma história muito romântica, envolvente e gostosa”. Nas redes sociais, o casal é aclamado pelos noveleiros da Geração Z. Combinação romântica com o nome dos personagens, o “ship” criado foi “Cedu”. São inúmeros vídeos no Tik Tok com cenas românticas do casal.
Em consonância, a atriz se sente leve com a “responsabilidade” de representar um amor romântico que é tão desejado e idealizado pelo público. Leitora de carteirinha, assim como a personagem, Débora reflete sobre a importância dos livros para a narrativa. “Falar sobre sonhos e tocar neles é muito gostoso. E essa conexão com os livros fica muito nesse lugar do sonho mesmo. Até para a própria Celeste, por exemplo, que antes de viver a própria história, tudo que tinha como referência e conhecimento era o que estava nos livros”, analisa.
Ela identifica muitas outras semelhanças com Celeste: “Me considero uma pessoa sonhadora. Vivo pelos meus sonhos. Meus sonhos me movem”. E acrescenta: “Sou risonha como Celeste. Sou uma leitora. Sou uma pessoa sonhadora com o lado romântico”.

Débora Ozório reflete sobre a importância da desromantização das relações (Foto: Maria Magalhães)
Conflito mãe e filha
Outro arco de interesse do público é a relação de Celeste com Lígia (Paloma Duarte). As atrizes têm uma dinâmica mãe-filha complexa, já que Lígia deixou-a com os irmãos, Ronaldo (João Vitor Silva) e Beto (Pedro Novaes), e o pai, Raimundo (Danton Mello), para seguir a carreira como cantora. A torcida pela aproximação das personagens é grande e está acontecendo aos poucos, desde que Celeste passou a morar com a mãe.
“Esse conflito dá voz à figura da mulher naquela época, mas ainda conversa com os dias de hoje. Damos voz a mulheres independentes, a mulheres que sonham, a mulheres que pensam em si. Falamos sobre a desromantização da maternidade. Abrimos olhares e possibilidades de mundo”, pontua. Ao fazer uma “dobradinha” na atuação, Débora e Paloma estudam juntas para aperfeiçoar o drama. “Somos super dedicadas. A gente fez questão de contar degrauzinho por degrauzinho todas as camadas dessa relação. Ainda tem muita coisa por vir. Espero pelo grande momento em que ela vai chamar essa mãe de ‘mãe’”.
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