De volta à TV, Sabrina Petraglia fala da vida no Brasil nos próximos meses e revela planos como porta-voz dos Emirados

*Por Brunna Condini

Morando há um ano e meio em Dubai, nos Emirados Árabes, Sabrina Petraglia está no Brasil gravando ‘Família é Tudo‘, como Maya, uma executiva potente que, assim como ela, vem de Dubai para assumir o controle da produtora em que se passa boa parte da trama. Após quatro anos longe das novelas – sua última foi ‘Salve-se quem puder’, também de Daniel Ortiz, autor do atual folhetim das sete da Globo – a atriz comemora o fato de conseguir conciliar a maternidade de três (Gael, de 4 anos; Maya, de 3; e Léo, de 1), a vida fora do país e a profissão. que também se prepara para filmar o longa ‘Mar de Mães‘.

Ela fala com o site por vídeo, da sala do apartamento da família, que manteve em São Paulo, e perguntamos de cara: como você consegue conciliar tanta coisa e manter a serenidade? “Essa é a vida que eu pedi a Deus! (risos). Claro que quando você precisa se dedicar mais a um lado, o outro fica capenga, mas desenvolvi uma disciplina que hoje me serve muito, e também reservo tempo para mim”. No dia da nossa conversa, Sabrina aguardava a chegada dos filhos e do marido Ramón Vélazquez, vindos de Dubai. “Estou há 15 dias no Brasil para trabalhar. É a primeira vez em seis anos que fico completamente sozinha. Foi um momento de reconhecimento muito interessante, de pensar, quem é a Sabrina agora? Me sinto mais madura, centrada, mais tranquila e presente. É um momento bonito, estou feliz. E me realizando em vários aspectos da vida”, diz ela, que nas fotos desta matéria posa nos cenários lindíssimos dos desertos de Jebel Buhais e Al Madam.

Sabrina Petraglia comenta a vida no Brasil nos próximos meses para trabalhar, fala dos planos em Dubai e das transformações pós maternidade (Foto: Babuska)

A maturidade me fez mais segura, e também fez eu me importar mais com os meus sentimentos. Estou me dando um carinho e um amor que nunca me dei antes. Cheguei no estúdio após quatro anos sem gravar, sentindo que aquele era mesmo o meu lugar. Não tenho mais tanta preocupação em agradar, estou fazendo o meu melhor e tenho plena consciência disso – Sabrina Petraglia

Aos 41 anos e após a experiência de três maternidades, Sabrina se sente forte. “Não titubeio mais, hoje sei o meu valor”. Ao falar da opção de construir uma família em paralelo à uma carreira em que, principalmente, as mulheres são muito cobradas, ela reflete: “Não vou dizer que não tive medo, mas fiz as escolhas em que acredito e tudo isso demanda tempo. Lá atrás, quando comecei, sempre pensei que daria certo na minha carreira e não a abandonaria por nada. Depois que fiz a Shirlei (em ‘Haja Coração‘ – 2016), provei o que seria um grande reconhecimento. Mas ali vi que só esse sucesso profissional não me preencheria. Queria ter a minha família e tempo de qualidade com eles. Deu frio na barriga, mas acredito na profissional que sou, na minha formação artística e no caminho que já fiz até aqui. Claro que havia o risco de eu não conseguir voltar, mas tem muita gente que me conhece e gosta do meu trabalho. Sabem que eu sei me organizar para entregar. E tem dado tudo certo”.

Sabrina Petraglia como Maya em ‘Família é Tudo’ (Foto: Globo/ Angélica Goudinho)

Movimento em busca do que faz sentido

Foi em ‘Haja Coração‘ que a atriz iniciou a parceria profissional e a amizade com o autor Daniel Ortiz. Por isso mesmo, quisemos saber se o nome da atual personagem, Maya, foi uma homenagem a ela e sua filha. “Olha, não sei, não falamos disso, mas acredito que sim. Daniel tem esse carinho”. E acrescenta: “Ficamos muito próximos depois da Shirlei, porque jogamos um ‘bolão’ juntos. Quando soube que ele estava escrevendo outra novela, falei que se conseguisse visualizar uma personagem para mim, ficaria muito grata de voltar e fazer. Disse: “Se quiser uma mãe de três, que mora em Dubai, prometo que vou me organizar para não te decepcionar”. E ele apostou. É bom, que agora outros autores, diretores, podem ver que é possível, mesmo eu estando tão longe. Consigo me organizar para ter a flexibilidade de fazer um bom trabalho”, conta Sabrina, que também se prepara para filmar o longa ‘Mar de Mães‘.

“Não titubeio mais, hoje sei meu valor” (Foto: Babuska)

No filme dirigido por Leticia Prisco, com roteiro de Thaís Vilarinho e Thaís Poetha, Sabrina está ao lado das atrizes Fernanda Rodrigues, Pathy Dejesus e Thaila Ayla, para abordar temáticas ao redor da maternidade real. “É sobre a importância da parceira entre mães que se acolhem, se ajudam. Também fala da exaustão, da solidão. Maternidade é como um mar, as vezes está sereno, às vezes você toma uns ‘caldos’. É imprevisível e você vai aprendendo ao navegar. É um filme lindo. Conheci a Thaís Vilarinho, que escreveu o ‘Mãe fora da caixa’, há dois anos e depois de alguns papos, esse projeto foi nascendo. Faço uma mãe solo que está entre ser mãe e ser filha, tem conflitos nessa relação com a própria mãe, que a julga, exige muito dela. Filmamos em Santos, na semana que vem”, anuncia.

Sabrina Petraglia, o marido Ramón Vélazquez e os três filhos do casal: Maya, Gael e Léo (foto: Reprodução/Instagram)

Planos nos Emirados

Em um primeiro momento, a atriz e a família mudaram-se para Dubai por conta do trabalho do marido Ramón, com leasings de aviões em uma empresa irlandesa, com escritório também no Oriente Médio. E o que era para ser uma experiência de um, dois anos, deve se estender, já que se encantaram pelo lugar. “Estou apaixonada, não quero ir embora. Cheguei lá achando que era uma coisa e me permiti conhecer, explorar os Emirados. Quando as pessoas pensam em Dubai, por exemplo, vem só o luxo, o glamour, a ostentação. Mas têm lugares lindos, qualidade de vida, organização. Moro em um condomínio cercado de área verde, com muito espaço. Outra coisa, é quando pensam na condição das mulheres por lá, achando que são reprimidas, porque muitas andam com véus e vestes longas, quando na verdade, isso é algo cultural e muitas usam por escolha”. E pontua:

A verdade é que existe machismo e repressão em qualquer lugar. Tenho várias amigas emirates que são mulheres super empoderadas. É preciso olhar para outras culturas sem preconceito – Sabrina Petraglia

“Agora outros autores, diretores, podem ver que é possível, mesmo eu estando tão longe. Consigo me organizar para ter a flexibilidade de fazer um bom trabalho” (Foto: Babuska)