* Com Lucas Rezende
A mais recente incursão de Selton Mello pelo cinema como diretor foi em 2011, quando filmou “O Palhaço”. O trabalho rendeu indicações e prêmios como diretor de ficção, diretor revelação, edição, ator e roteiro original. E se o que é bom merece repeteco, Selton se prepara para voltar a bater a claquete ainda neste semestre. É quando se iniciam as filmagens de “O Filme da Minha Vida” baseado no livro “O Pai do Cinema”, do chileno Antonio Skármeta (de “O Carteiro e o Poeta”, em 1994).
Na história, Tony, o protagonista, é um jovem de 22 anos recém saído da faculdade e ao retornar à cidade natal descobre que seu pai desapareceu. Passando a frequentar um cinema da região ele, misteriosamente, descobre o pai está mais perto do que imagina. Comparando com a sinopse oficial, a adaptação altera o nome do protagonista, que era Jacques. Até por que, na visão de Skármeta, ele é um forasteiro francês, e não um universitário brasileiro. Nada mais coerente.
Ambientado em 1960, “O Filme da Minha Vida” será rodado na Serra Gaúcha, em locações em Bento Gonçalves, Monte Belo do Sul, Santa Tereza, Farroupilha e Nova Roma do Sul. “Estou muito feliz, sempre quis fazer algo no Sul e agora chegou a hora”, disse Selton em uma coletiva na região. “A ideia é construir uma cidade fictícia para ambientar Remanso e Fronteira, que são as principais cidades da produção”, explicou.
A previsão é que Selton também atue e conte, ainda, com a participação especial de Skármeta, que já avisou que quer acompanhar parte da produção de perto. Aliás, de forma que se confira mais realidade ao contexto da Serra, a produção do longa está buscando atores na região. Homens e mulheres entre 18 e 70 anos participaram recentemente de uma seleção no município de Bento Gonçalves.
Com apoio da Garibaldi Film Commission, além de atores da região, “O Filme da Minha Vida” contará com um grande nome do cinema internacional. Trata-se de Vincent Cassel, que chegou a ser eleito o homem do ano pela “GQ”, conhecido por atuações em “A Bela e a Fera”, e “Cisne Negro” . Ele está confirmado no papel do pai desaparecido. Ou seja, o novo longo de Selton, que quase foi ao Oscar à época de “O Palhaço”, parece ter boas chances de repetir os feitos do antecessor. Ah, em tempo: a Agência Nacional do Cinema autorizou a produção a receber R$ 10,9 milhões para financiar os trabalhos.
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