Desde muito pequena ela sabia que queria viver da arte. A atriz gaúcha Larissa Maciel cresceu nos palcos e, desde criança, gostava de se expressar na frente das outras pessoas, sem saber que isso seria a sua profissão. A brincadeira preferida nas férias? Juntar as amigas da escola e interpretar. Ela participou de peças no colégio e, aos 19 anos, já se apresentava em teatros de Porto Alegre. Atualmente, 2o anos depois, vive a personagem Cláudia Prócula na novela Jesus da Tv Record, casada com Pôncio Pilatos, interpretado pelo ator Nicola Síri.
Formada em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Larissa vê o teatro como o berço da interpretação e da complexidade da composição dos personagens. “O que as pessoas vão ver em casa ou no cinema é o que o ator ofereceu com a sua arte, mas depois de passar pelo olhar de outras pessoas. E o teatro dá algo pro ator que a televisão nunca vai dar, que é o contato com o público. Onde nós atores, somos mais senhores do nosso trabalho, onde a gente consegue entregar o que queremos diretamente, sem intermediários. E essa sensação é impar, te dá uma sabedoria, um olhar e um entendimento para nossa arte que só o teatro e o palco vão dar”, afirma Larissa.
A atriz chegou à Record em 2013 e está em sua quinta novela Bíblica. Para ela, a atual personagem de Jesus agradou o público por ser uma mulher forte e que representa a força do feminino. “Ela é casada com um homem déspota, autoritário, sanguinário que não tem empatia por ninguém, e a única pessoa que consegue interferir nas escolhas dele e o direcionar para um caminho não tão tenebroso é a Cláudia. Apesar das romanas terem muita liberdade na época, a palavra final era sempre do homem, então através da sabedoria e por ser uma grande articuladora, ela consegue fazer com que as coisas tomem um rumo que ela quer”, descreve a atriz. São duas horas diárias para a caracterização de Cláudia, mas Larissa conta que já gastou cinco horas para se transformar em Miriã, quando a personagem pegou lepra durante a novela Os Dez Mandamentos.
A gaúcha espera ainda interpretar uma vilã “daquelas de encher a boca para falar que é má mesmo”e amaria fazer um papel cômico no futuro. “Tenho muita vontade de fazer uma personagem engraçada também, porque é algo que eu amo fazer. Quando eu comecei, achava que eu seria uma atriz de comédia e que eu nunca iria fazer drama e, de repente, a vida veio me surpreendendo com personagens cada vez mais densos e com uma carga dramática cada vez mais forte”, completa.
Nas novelas, Glória Pires e Toni Ramos são algumas das suas inspirações. Já no cinema, a norte-americana Meryl Streep é a atriz favorita de Larissa. Admiradora do cinema antigo, a gaúcha incorpora a atuação das atrizes de filmes preto e branco em suas personagens. Ela conta: “Como eu tenho feito muitas novelas de época é um recurso que eu utilizo muito, assisto filmes antigos e me inspiro na linguagem corporal, no jeito de andar, de falar das atrizes e uso para compor minhas personagens.”
Interpretar Maysa Matarazzo na minissérie Maysa: Quando fala o coração, produzida pela Rede Globo foi um marco na carreira da atriz. A produção dirigida por Jayme Monjardim, filho da cantora foi indicada ao Emmy Internacional 2009, na categoria de “Melhor minissérie” para TV. “A Maysa com certeza é um marco na minha carreira por vários motivos, porque foi a personagem que me projetou nacionalmente e foi um trabalho de composição de personagem muito profundo. Foi o trabalho de corpo mais intenso que eu já fiz até hoje, desde mudar a forma como meu pé toca o chão até a forma como eu respiro, a velocidade da minha respiração, o meu tom de voz, o meu jeito de olhar, eu mudei todo o meu corpo. Foi um trabalho de composição completo e forte em todos os sentidos”, lembra Larissa.
Satisfeita com os 40 anos de idade e 20 anos de carreira, a atriz que é mãe da pequena Milena de 4 anos, afirma sobre a dificuldade de conciliar as gravações e a rotina em casa, mas que as horas vagas são todas dedicadas à filha. “A Milena é um amor de criança e a vontade é de estar com ela, mas eu sempre falo para ela que eu gosto muito do que eu faço e deixo claro o quanto é importante para mim a minha vida profissional. Ela está crescendo vendo que o trabalho pode ser uma coisa boa e feliz. É difícil ficar longe dela, mas é importante para mim, para a minha realização. A minha vida social quase não existe, eu troco qualquer coisa para estar com ela”,conta. E a mãe Larissa deseja que a filha seja feliz e realizada profissionalmente quanto ela é. Filho de peixe, peixinho é.
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