*Por Karina Kuperman
Vitor Novello cresceu diante dos olhos do público. Ele estreou na TV com apenas dois anos, na novela “Corpo Dourado”, de 1998, e, de lá pra cá, emendou trabalhos como “Desejos de Mulher”, “Malhação”, “Cheias de charme”, “Paraíso Tropical” – trama que lhe rendeu um Prêmio Extra de Melhor Ator Mirim – e outros. “De fato comecei a trabalhar muito cedo, mas tudo era diferente. Uma grande aventura sobre a qual eu conhecia pouco ainda. Fui me encantando pelo trabalho de ator enquanto ia conhecendo suas peculiaridades”, analisa ele, que acredita ter amadurecido bastante por conta do trabalho logo cedo. “Como tudo, começar ainda criança tem pontos positivos e negativos. Por conta disso construí uma trajetória, uma carreira que me ajuda a continuar trabalhando com o que amo, por outro lado a cobrança e a responsabilidade enquanto muito jovem também me fizeram muito auto-crítico, algo que a gente vai amadurecendo. Entendendo que a vida é feita de sucessos e insucessos. E que o que mais vale são aquelas coisas que realmente fazemos porque amamos”, diz.
Atualmente, Vitor pode ser visto em “Topíssima”, trama da Rede Record. Depois de anos na TV Globo será que deu frio na barriga mudar de casa? “Penso que já se foi o tempo em que os atores e atrizes ficavam com medo de mudar por fechar portas. Sou jovem e me considero um artista independente, toco meus projetos e agarro oportunidades que me surgem e que me interessam, como ‘Topíssima’, uma novela linda na qual estou me divertindo bastante com o meu xará vilão, o Vitor. Em ambas as empresas sempre fui muito bem tratado”, elogia. Seu último papel na emissora carioca foi o malandro Luan, que fingia uma condição social maior do que tinha, em “Malhação“. Atualmente, em “Topíssima”, seu personagem é um rapaz humilde que tenta a todo custo mudar de vida – nem sempre pelos meios corretos.
“Pois é, estou achando que tenho cara de trambiqueiro né?”, brinca. “Ambos os personagens tem um arco parecido, com uma fase de vilania e muito sofrimento e culpa depois. Adoro fazer esse tipo de personagem dissimulado, conseguimos aproveitar brechas nessa relação da mentira que você divide com o público, adoro isso. Cada produto e cada personagem tem sua preparação, mas basicamente o trabalho começa em procurar entender o que teria que mudar na minha visão de mundo para que eu me parecesse com ele no que diz respeito aos valores”, diz.
Multitalentoso, Vitor vai além da atuação: escreve roteiros, dirige peças e é músico. “Fiz a assistência de direção de um espetáculo, ‘Natal’, no ano passado, um espetáculo dirigido por Rose Abdallah e escrito pelo meu amigo Gabriel Contente e também já dirigi cenas curtas em festivais. Pretendo explorar bastante esse lado ainda, sou apaixonado pela teatralidade e pela linguagem do teatro, já escrevi também e sigo desenvolvendo algumas ideias mais recentes”. Uma delas, por exemplo, é “Mármore“, peça escrita por ele e que vai virar curta. “Eu e Fernanda Alice estaremos no elenco, como foi no teatro. Estamos nos juntando com a Isabella Secchin, preparadora e diretora com quem já trabalhamos juntos, e desenvolvendo o roteiro sem pressa. Planejamos finalizar o filme até meados do primeiro semestre de 2020 e inscrevê-lo nos festivais”, adianta.
Enquanto isso não acontece, ele volta aos palcos com “Arraial das Lobas”, que já teve temporadas em cartaz no Rio em 2018 e 2019. “Não consigo ficar parado. É uma peça do Leandro Castilho com direção da Ana Paula Secco, dois artistas maravilhosos da Cia Atores de Laura. O elenco é muito bacana. Foi um dos trabalhos mais bonitos que já fiz e estamos fechando pauta para voltarmos esse ano. Já estivemos no Ipanema nesse primeiro semestre e foi lindo. Estou torcendo aqui para que concretize”.
Fora toda a agenda, ele ainda arranja tempo de se dedicar à musica e pretende lançar um EP ainda esse ano com sua banda “Monte”. “É um EP do nosso projeto, uma reunião de pessoas que tocam chamado ‘O Monte de coisas ao mesmo tempo’ – que para resumir chamamos de Monte. Começamos o projeto esse ano, e iremos gravar para começarmos a existir no mercado. Amo a música e é algo com a qual também tenho vontade de estar por perto. Afinal, ser artista, e mais, ser pessoa – é ser um monte de coisa ao mesmo tempo”. Não poderíamos concordar mais.
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