Acabou o suspense! Depois de uma longa espera recheada de teaser e trailers sem grandes explicações, a Rede Globo promoveu uma coletiva de imprensa nesta terça-feira em um shopping da Barra da Tijuca para apresentar uma das produções mais aguardadas do ano, a série “Supermax”. Com Cleo Pires, Mariana Ximenes, Erom Cordeiro e grande elenco, a produção criada por José Alvarenga Jr, Marçal Aquino e Fernando Bonassi conta a história de 12 participantes de um reality show macabro, situado num presídio desativado no coração da Floresta Amazônica, que se enfrentam diariamente na disputa pelo prêmio de dois milhões de reis. Está achando familiar? Nós também. Seguindo a linha de outro produto bem conhecido da casa, o “Big Brother Brasil”, a atração fictícia também será apresentada por ninguém menos que o jornalista Pedro Bial. Mas as comparações terminam por aí, já que em Supermax, todos os confinados acabam descobrindo que já cometeram algum tipo de crime brutal durante a vida. O ponto chave da trama desenrola no momento em que os concorrentes perdem contato com a produção e as coisas começam a dar bem errado dentro da penitenciária de segurança máxima.
É a primeira vez que a emissora carioca aposta em uma série de terror, ação e thriller de suspense. “Será algo jamais visto na TV brasileira. É uma fusão de gêneros, o primeiro é um reality. Mas a série não segue como um reality de cenas fixas. Eu não posso ficar dando spoiler, mas em todos os episódios haverá influência de outros gêneros e vai entrando aventura, humor. Não vamos ter um protagonista na série. O conceito, desde o início, por abrir com um reality, a gente queria caras novas, era importantemente a gente tivesse esse sentimento. São todos atores tarimbadíssimos, mas a nossa ideia era de que não fossem muito conhecidos da grande mídia. O maior desafio da Mariana e da Cleo foi ficarem invisíveis com pessoas que praticamente nunca conviveram em estúdio. Foi um trabalho de cinco meses, pessoas interpretando personagens não convencionais”, assim definiu o diretor José Luís Alvarenga.
Em 12 episódios, a situação vai ficando cada vez pior para os confinados. Lidar com o horror, algo novo para todos do elenco, foi o maior desafio. Alvarenga ainda enfatizou a afinidade da produção com as atrizes já reconhecidas dos telespectadores. “Criamos afinidade com a Mariana e a Cleo, com quem fizemos trabalhos anteriores, mas precisávamos de um frescor. Ficávamos no fundo do Projac, isolados, ninguém via o Toni Ramos ou a Arlete Salles passar, por exemplo. Ficamos imersos nesse universo para criarmos um produto inovador”, disse. A produção ainda conta com nomes como Vânia de Brito, Bruno Belarmino, Mário César Camargo, Ademir Emboava, Fabiana Gugli, Ravel Andrade, Nicolas Trevijano, Maria Clara Spinelli e Rui Ricardo Diaz.
Na atração, Cleo Pires, que aparece de dreadlock, interpreta a psicóloga Sabrina. Filha de um empresário linha dura, ela é cheia de si e tenta superar seus medos e a claustrofobia durante o confinamento. Ainda não se sabe qual crime ela cometeu, mas sua personagem já mostra que não entrou na competição para perder. “Não tive medo, mas vivi situações com as quais não tinha nenhuma referência e foi muito difícil chegar no ponto da sensação necessária. A Sabrina virou uma guerrilheira depois de alguma situações da vida dela. Ela acredita muito que vai ganhar e quer esse dinheiro em prol de uma causa maior. O cenário que foi montado ajudou muito a gente entrar nesse clima de terror. Parecia que a qualquer momento alguma coisa sinistra poderia acontecer”, destacou a atriz, referindo-se ao espaço montado nos fundos do Projac. No entanto, quando questionada se toparia participar de um programa do gênero ela foi taxativa. “Acho que tenho segredo demais para participar de um reality. Eu já assisti a uns ‘Big Brother’ no início. Hoje em dia eu gosto das Kardashian, gosto da família, da dinâmica delas. Eu me identifico com a minha família porque tem muita mulher, cada uma faz uma coisa, é muito legal”, revelou.
Além dos sustos e questionamentos que a série pretender dar nos telespectadores, os atores também prometem surpreender vivenciando situações jamais vista pelo público. Quem explica é a caracterizadora Marina Beltrão. Segundo ela, as personagens chegam bonitas, penteadas e logo se veem sem maquiagem, com cabelos naturais e unhas sem fazer. “É curioso, porque elas chegam de um jeito e vão se destruindo ao longo do seriado. Usamos próteses dentárias, de globo ocular e lentes coloridas”, contou ela. Cleo Pires ainda aproveitou o gancho para falar sobre sua imagem na série. “A minha vaidade vai de acordo com a personagem. No dia a dia, cuido da minha pele, da minha saúde, mas isso não significa usar lápis de olho, blush, ou qualquer tipo maquiagem. Na série eu estou desprendida de qualquer tipo de vaidade, já que a Sabrina não usa maquiagem”, explicou.
Já Mariana Ximenes, que convidou os leitores do HT para acompanharem a série que estreia dia 20 de setembro, dá vida à misteriosa enfermeira Bruna, descrita pela atriz como uma pessoa melancólica e solitária. Sua diversão? Passear em cemitérios espalhados pela cidade. “Ela adora passear em cemitérios, e tem um fascínio pela morte. A morte ainda é um mistério pra mim. Tive poucas perdas na vida, detesto cemitério e espero não ter que ir muitas vezes. Para compor esse papel, conversei com médicos como o meu irmão e o Drauzio Varella. E a Bruna tem uma questão sobre a qual conversei com uma psicanalista”, comentou ela, sem dar muitos detalhes. Sobre o clima das gravações, Mariana foi enfática. “Eu saía um pouco carregada, sim. Mas tenho um processo. Tiro o figurino no camarim, tomo um banho. Afinal, depois do trabalho, tenho a minha casa, meu namorado…”, destacou.
Apesar de estar sempre se desafiando como atriz, Ximenes ainda adiantou que não é muito fã do gênero do horror, mas tem se descoberto em outros caminhos em sua profissão. “Eu morro de medo de filme de terror, mas passei por cima disso para viver essa personagem. Mesmo pra quem tinha experiência em TV, foi como pular de um abismo de mãos dadas. Nós descobrimos juntos essa nova linguagem. Mas engraçado que comecei a assistir agora, por conta de ‘SuperMax’, e estou até gostando”, disse Mariana, entregando que sua personagem terá um envolvimento com Sérgio, personagem de Erom Cordeiro. “O que tenho de mais parecido com a Bruna talvez seja a intensidade. E ela também tem um trelelê com o policial vivido pelo Erom, que é meu amigo na vida real”, adiantou.
E falando no ator, Erom Cordeiro, que interpreta um policial, conta que durante a preparação assistiu a muito material do gênero. “Tínhamos a preocupação de conhecer o clichê para fugir dele também. Meu personagem é um cara da polícia e a gente acaba emprestando afetos e sentimentos para o papel. Foi pauleira. Durante a preparação, a gente brincava que era o crossfit Supermax. A gente ralou muito, mas com muito prazer. A gente ficava de segunda a sábado, 11h por dia lá. Fizemos 12 episódios num período de 5 meses, algo raro. Foi um período de preparação e de vivência muito potente pra gente”, contou ele.
No primeiro episódio, alem da apresentação dos personagens, ainda é possível conhecer o drama de Diana, vivida pela atriz Fabiana Gugli. Uma ex-garota de programa que largou a profissão para se casar, mas descobre a traição do marido e o mata com um tiro na cabeça. Já na cena seguinte, ela é vista no elevador do prédio onde mora carregando três malas, deixando claro que esquartejou o corpo do homem. De fato, uma passagem que referência o caso real de Marcos Matsunaga, morto pela mulher, Elise. No entanto, o diretor nega a inspiração. “Os personagens foram criados ao longo de várias interferências. Fomos compondo naturalmente, mas não tem correspondência com o real”, assegurou Alvarenga que, além de diretor, é um dos criadores da série. Apesar de ainda não ter previsão para uma segunda temporada, o enredo de “Supermax” já tem contratos para ser reproduzido em países como Argentina e Estados Unidos.
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