*Por Brunna Condini
‘Terra e Paixão’ pretende ser um novelão daqueles com uma história de Walcyr Carrasco – ganhador do Emmy internacional de Melhor Telenovela por ‘Verdades Secretas’ – que costuma conquistar sua audiência como ninguém, misturando amores, tragédias e disputas, tudo recheado com muito mistério. Na nova trama das 21h, o espectador acompanha a saga da mocinha vivida por Barbara Reis (Aline), uma mulher corajosa que faz de tudo para proteger sua família e precisa recomeçar a vida após o assassinato do marido, durante uma invasão de terras na fictícia cidade de Nova Primavera, Mato Grosso do Sul. E no eixo do maior confronto da protagonista, está Tony Ramos e seu Antonio La Selva, mais um vilão na carreira do intérprete, famoso por seus mocinhos adorados. “É um homem rude, com um humor politicamente incorreto”. Personagem bem diferente do ator, que é carisma e elegância pura: “Ele possui uma ambição desenfreada, mas é muito protetor com a família, tem preocupação com o legado. Também existe todo um mistério ao redor da herança que recebeu, vamos aguardar o que a história nos reserva”.
Tony também fala sobre a vida dedicada à dramaturgia: “A rotina de gravações é pesada, mas gosto. É como sempre foi. Só paro de trabalhar o dia em que perder o prazer nisso, em decorar, e está longe de acontecer. Ano que vem faço teatro também”, anuncia. E o streaming também está no seu radar.
O que me cativa são bons personagens, pode acreditar. Onde será feito, pouco importa. Estou com dois roteiros de cinema para fazer, tem muita coisa encaminhada. Não quero dirigir, escrever, gosto só de ser ator – Tony Ramos
No folhetim Tony, faz o maior produtor rural da região, um homem severo e difícil. Prestes a completar 60 anos de carreira, ele não teme que o vilão sofra rejeição do público que o acompanha há tantos anos e acredita que a audiência ‘comprará’ o malvadão.
“Nunca subestimei o espectador. Havia essa preocupação da aceitação destes personagens menos heróicos há muitos anos atrás. Acho que quanto mais você se relaciona com o público, vai dando sinais para ele do que vai propor, melhor. E, agora, estou propondo esse novo personagem. Já fiz isso recentemente em ‘Encantado’s’, usando aquela peruca maluca, fazendo um papel de um homem cheio de ‘vaidades gauche‘ – na série da Globoplay, que está na segunda temporada e terá a primeira exibida na Globo, ele faz o bicheiro Madurão – então, posso dizer que o público já embarca em propostas diferentes comigo”, diz Tony, que contracena com Glória Pires pela sexta vez. A atriz faz Irene, esposa de Antonio La Selva.
“Uma coisa é certa, a audiência está cada vez mais exigente com o que vai assistir, das histórias até os planos de câmera, a tecnologia. E quando digo que esta novela é muito boa, não é só a empolgação de um ator que está começando um trabalho novo, mas de um ator que sabe ler roteiro. E quando recebe o 36º roteiro continua interessado, se perguntando: “Meu Deus, o que esse homem vai aprontar agora?”, e esse homem a que me refiro é o Walcyr. Isso só pode ser um caminho muito bom”.
Parceria longeva
O casal que dita a vilania da novela está nas mãos de Tony e de Gloria Pires, que têm como filhos na história Daniel (Johnny Massaro) e Petra (Débora Ozório). Na trama, o ator também é pai de Caio (Cauã Reymond) e culpa o rapaz pela morte da mãe no pré-parto. O atual trabalho consolida uma parceria antiga com Glória, já que antes estiveram juntos em cena em ‘Belíssima’ (2005), ‘Paraíso Tropical’ (2007) e ‘Guerra dos Sexos’ (2012), além do cinema, nos dois filmes da franquia de sucesso ‘Se Eu Fosse Você’ (2006 e 2009). Sobre a química da dupla, ele analisa. “Ela é uma atriz fascinante, não está de brincadeira nesta profissão, como eu. E além de tudo, tem a pessoa que é. Possui um caráter inatacável, um bom humor maravilhoso, nos comunicamos por sinais. Já temos um tempo certo contracenando. Fiquei muito feliz de estar com a Glorinha mais uma vez, e posso garantir que essa nova parceria será inédita, não carregamos nada de outros trabalhos. Recomeçamos do zero, em novembro do ano passado, com trabalhos de mesa, prosódia, até antes de irmos para o set”.
Antonio La Selva é o 142º papel de sua carreira. “Escolho bons personagens, sejam mocinhos ou vilões. O que me move é a trama, o que vai chegar no espectador. Estudo, me envolvo, mas quando saio do estúdio o personagem fica lá. Ligo o rádio e vou ouvir programa de futebol, minhas músicas, ainda tenho ‘torres’ de CDs que amo ouvir. Acho que cada personagem tem sua história e momento. E ainda tenho muitos deles para fazer”.
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