Claudia Ohana sobre Janice, personagem em ‘Verão 90’: “Ela é mais popular, no sentido de ser mais expansiva. Eu nunca estive nesse lugar e sou bem mais tímida”


O roteiro acaba levando Claudia também sob a luz de um debate contra o racismo, reforçando o papel social da dramaturgia, já que o personagem de Sérgio Malheiros, seu filho, é vítima do ódio à cor

De sorriso largo e muita vitalidade aos 55 anos, Claudia Ohana se divide em ser uma atriz dedicada, uma avó divertida e uma atleta responsável nas horas vagas. E agora Janice, personagem vivida pela atriz em “Verão 90”, a nova novela das 19h da Rede Globo, mora em Saquarema, litoral fluminense, vende sanduíches na praia e confere parte da verve popular ao folhetim – uma lacuna que a atriz ainda não ocupou.

Claudia Ohana em ‘Verão 90’ vive personagem com nuances nunca antes interpretadas pela atriz (Foto: Carla Reichert/ Divulgação)

“A personagem é mais popular, no sentido de ser mais expansiva. Eu nunca estive nesse lugar, sou bem mais tímida, fechada e falo mais baixo e ela é mais estourada e fala alto. Sempre é bom viver personagens de estilos diferentes. Estou interpretando a Janice com um mergulho fundo no universo dela”.

O filho de Janice, personagem de Claudia Ohana na trama, sofre com o preconceito racial (Foto: Carla Reichert/Divulgação)

O roteiro acaba levando Claudia também sob a luz de um debate contra o racismo, reforçando o papel social da dramaturgia, já que o personagem de Sérgio Malheiros, seu filho, é vítima do ódio à cor. “O meu núcleo com certeza traz essa questão, que nos anos 90 não era nem falada como hoje, era velada. O personagem do Sérgio sempre é parado pela polícia, ele é estudante de economia e é surpreendido no ônibus como se fosse ladrão e a mãe se revolta com isso”, destacou a atriz.

Sempre sorridente, a atriz tem uma longa estrada nas artes (Foto: Carla Reichert/Divulgação)

Com opiniões que rendem manchetes desde 1981, quando estreou na TV com “Obrigado, Doutor”, Claudia vai ampliando e adaptando o foco de seus discursos em linha consonante com seu momento de vida: “As pessoas devem se cuidar como podem, se aceitar e gostar de si mesmas, porque envelhecer vamos todos. Estamos em um país que cultua a juventude e a beleza. Na Europa não é bem assim. Aqui raríssimas vezes vemos uma capa de revista com uma mulher de mais idade. É uma outra bandeira para lutar. Forever beautiful, não forever young. Jovem apenas na cabeça”, concluiu.