Lembra do filme “Mogli – O Menino Lobo”, um clássico da Disney de 1967? Então, agora ele está de volta às telonas em uma versão live-action (quando pessoas interpretam personagens de desenho), 3D e cheio de efeitos especiais. Apesar de ser considerado um filme “infantil”, a nova produção promete agradar a crianças de todas as idades com cenas de muita aventura e emoção. Na trama épica e inédita, Mogli vive conflitos no mundo da selva até o momento em que terá que decidir se continua na alcateia ou segue para a aldeia dos homens.
Na edição brazuca, uma timaço de estrelas foi escalado para dar conta da difícil tarefa de dublar alguns personagens importantes na história. Alinne Moraes, Júlia Lemmertz, Thiago Lacerda, Marcos Palmeira, Dan Stulbach e Tiago Abravanel emprestaram sua voz e prestígio para o longa. Nesta terça-feira (12/04), o elenco teve um encontro com a imprensa no Espaço Lagoon, na Logoa, e, lógico, que a gente do HT estava lá e te conta tudo o que rolou.
O ator Thiago Lacerda dá vida ao vilão Shere Khan, um tigre de bengala que abastece seu ódio contra os humanos por conta da destruição de seu habitat. No entanto, o pequeno Mogli é quem acaba pagando o preço dessa revolta. “É desafiador e dificílimo, mas ao mesmo tempo prazeroso. A gente fez uma coisa muito legal para as crianças dos outros e também para as nossas. Não somos técnico da dublagem, mas tentamos estar à altura dos dubladores brasileiros. Mas é uma ‘responsa’ muito grande pela qualidade da dublagem no Brasil”, disse o ator, que ainda defendeu seu personagem “O Shere Khan quer destruir o Mogli, mas, na verdade, ele é uma vítima dos fatos. Ele carrega esse ódio da raça humana por conta da destruição do ecossistema. Ele é o único que consegue enxergar essa ameaça, mas acaba sobrando pro moleque mesmo”, ponderou.
Já Dan Stulbahc, que dubla a pantera Bagheera, ressaltou o desafio de embarcar no mundo da dublagem em um dos filmes mais queridos da Disney. “Quando você tem um trabalho que representou tanto uma geração, o desafio é enorme. O remake precisa sempre ter a mesma alma, o mesmo brilho, a mesma qualidade da primeira versão. Mas é preciso tomar muito cuidado para não se repetir. Se não não vale nada fazer um remake. O desafio é tentar fazer o novo sem perder a essência. Isso acontece muito bem com o Mogli, os dois podem tranquilamente coexistir” afirmou.
Uma da cenas mais emocionantes do filme é o momento em que o Menino Lobo precisa fugir das garras do tigre Shere Khan e se despede da mãe lobo que o criou, vivida pela atriz Julia Lemmertz. “A Raksha é uma mãezona. São poucas cenas, mas muito amorosas. A gente foi dublando picadinho, mas quando você vê o filme inteiro é outra história. É uma profissão muito bacana, porque a emoção fica toda focada na voz, diferente do teatro”, disse a atriz. “A despedida da mãe lobo com o Mogli foi muito emocionante. Eu já tinha visto o filme quando criança, mas eu nunca me atinei para essa cena. Foi um momento muito lindo de fazer e participar”, contou Julia.
Vivendo uma serpente maldosa e sedutora, a atriz Alinne Moraes conta que ainda não está preparada para deixar seu filho Pedro, de um ano e dez meses, assisti-la na pele de uma vilã. Ainda mais em desenhos. “É por isso que eu não vou trazer o meu filho (risos). Ele é muito pequeno, mas acho que não vai ter esse problema. Eu espero que não”, se questionou. Cobrindo a fala da colega, Thiago Lacerda, pai de três filhos, disse que em sua casa a questão é tratada de forma mais natural. “Os meus filhos entendem que as histórias são feitas de heróis e de vilões. Precisa ser assim. Engraçado que, nos últimos tempos, eu tenho feito personagens muito questionáveis no ponto de vista moral… Lá em casa já começam a me perguntar ‘Você vai morrer no final?’, ‘Você vai ficar preso?’. As crianças estão meio traumatizadas (risos). Eles gostam. É curioso ver como eles lidam com isso”, contou.
Alinne também contou que foi um grande desafio para sua carreira de atriz, que começou em 2002, na novela “Coração de Estudante”, na Globo. “É um trabalho muito difícil tecnicamente. Ter que encaixar as palavras no tempo certo e no espaço certo. Além de ser totalmente diferente da novela que você tem o olhar do outro. É bem diferente de tudo o que eu fiz, porém muito divertido e encantador”, concluiu.
Marcos Palmeira, que está no ar como o vilão Cícero, de “Velho Chico”, aparece bem diferente no longa. Em “Mogli – O Menino Lobo”, Marcos é o divertido, engraçado e preguiçoso urso Baloo. Apesar de se aproveitar da boa vontade do Menino Lobo, os dois acabam criando uma grande amizade. “Eu já vinha alimentando isso internamente, de querer dublar, mas quando veio o convite pro Mogli, foi o casamento perfeito pra minha história. Todo mundo já foi meio Mogli na infância, né? Quando me chamaram pra fazer o Baloo eu tremi nas bases, mas não fugi da raia”, brincou. “É muito difícil a entender esse universo da dublagem, mas, agora, a gente dá mais valor a esses profissionais que merecem todo o nosso respeito”, disse.
O ator e apresentador Dan Stulbach ainda aproveitou para falar sobre a mensagem que a nova versão do filme passa. Segundo ele, é preciso resgatar antigos valores em nossa sociedade. “Há certas coisas que não mudam, e, às vezes, a gente esquece. Um filme como esse acaba trazendo de volta. É bonito, é legal e faz bem a gente lembrar da natureza, nossas origem, da alma, dos nosso ideais”, lembrou.
E não pense que a gente esqueceu de falar sobre a música “Somente o Necessário”, composta para o filme e que recebeu a indicação de “Melhor Canção Original” no Oscar de 1967. Na versão live-action, o rapper Projota ficou encarregado de dar voz a esse clássico do imaginário popular. “Eu recebi o convite de uma forma totalmente inesperada. Fiquei muito lisonjeado. Fiquei lisonjeado em nome do Hip Hop como um todo. Todo mundo sabe cantar essa música, e se não sabe, agora vai saber, porque eu vou perturbar todo mundo com esse refrão”, disse. “E vale lembrar que em tempos de ostentação e consumismo ainda podemos viver bem somente com o necessário”, contou o cantor.
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