* Por Carlos Lima Costa
Na sexta-feira passada, a atriz Christiane Torloni foi imunizada com a primeira dose da vacina da Astrazeneca contra a Covid-19. E fez questão de postar o vídeo deste momento em seu Instagram. “Vacina Sim! Viva a Ciência. A vacina traz a esperança de sermos livres de novo”, comemorou. A estrela, que está na TV em três reprises de novelas simultaneamente – A Viagem (1994) e Mulheres Apaixonadas (2003), no Canal Viva, e TiTiTi (2010/2011), na Globo – é conhecida por sua grande conexão e engajamento com questões políticas, sociais, ambientais. Recentemente postou em suas redes sociais: “Não se seduza por festas clandestinas. Busque a saúde para também ajudar causas tão importantes como a da Amazônia, onde práticas do mal ainda operam”. E sempre lembra que a causa do meio ambiente é suprapartidária.
A atriz não vê a hora de poder encontrar com mais frequência os pais, os atores Geraldo Matheus, 91 anos, e Monah Delacy, 91, casados há 67 anos. “Quero poder ver meus pais, que graças a Deus já tomaram a segunda dose da vacina. Eu estou isolada. Ao longo desse primeiro ano de pandemia, eu estive com eles, sei lá, quatro vezes. É muito dolorido”, ressaltou em entrevista ao RJ TV. O mesmo cuidado ele teve com o neto, Lucca, de 3 anos e meio. “Para poder ficar com ele mais tempo ainda tenho que aguardar alguns dias. É difícil, muito difícil, mas está acontecendo. Quando podemos estar juntos é uma enorme alegria”, contou ainda sobre Lucca, filho do ator Leonardo Carvalho com a também atriz Keruse Bongiolo. Foi ao lado dos três, inclusive, que celebrou seus 64 anos, em 18 de fevereiro, quando o país passava por uma flexibilização maior.
Longe das novelas inéditas desde o término de O Tempo Não Para, exibida até janeiro de 2019, Christiane, durante a pandemia, esteve e está bastante presente nos lares brasileiros através de reprises na TV aberta e na fechada. No momento, está no ar em três novelas: A Viagem (1994) e Mulheres Apaixonadas (2003), no Canal Viva, e TiTiTi (2010/2011), na Globo. “Aconteceu algo muito interessante. Desde março do ano passado, tenho um número de reprises acontecendo que são impressionantes. Fina Estampa (2011/2012) foi colocada no ar para substituir Amor de Mãe. Aquela novela era de uma alegria, não era comprometida com a realidade, então, era realmente escape para as pessoas. E agora, com essas três ao mesmo tempo, é como se fosse um festival Torloni acontecendo com idades e épocas muito diferenciadas. Nunca tive isso antes”, explicou no telejornal.
As reprises, ela assiste com um olhar diferenciado de como costuma ver uma trama que ainda esteja gravando. “Sou muito crítica quando um trabalho está indo ao ar ao mesmo tempo que eu estou atuando. Mas agora é completamente diferente. Não tenho que decorar cem cenas por semana. Então, me dou o direito de olhar o meu trabalho. E eu tenho certeza de que isso vai me ajudar no futuro. E eu espero que esse futuro chegue”, reflete.
Nesse momento tão difícil pelo qual todos passam, ela explicou a Fábio Júdice, no RJ TV a sensação que tem nessa fase como artista. “Esse é um momento em que a nossa empatia natural se potencializou na mesma proporção que a gente vê tantos espetáculos acontecendo online. É uma necessidade de se manifestar, mas também de você dizer ‘pelo menos do meu jeito estou fazendo algo que possa melhorar essa pessoa, hoje’”.
Christiane vem permanecendo em casa, em isolamento social. “Nesse momento, tento exercitar tudo aquilo que eu venho praticando e ensaiando ao longo da minha vida, principalmente de práticas ligadas ao budismo, que é uma grande filosofia, e à espiritualidade, porque eu sinto que é o momento que você é convocado a reafirmar o ponto de equilíbrio. Faço meus exercícios de ioga, voltei para as minhas aulas de música. Então, continuo nesse conhecimento”, frisou ela, que, apesar de gostar de encontros sociais, cultiva também a própria companhia para estudar e realizar seus projetos.
Antes da pandemia, em 2019, lançou seu documentário Amazônia, o Despertar da Florestania, no qual assinou ao roteiro e a direção (foi a estreia dela na área) em parceria com Miguel Przewodowski. “Graças a Deus, o filme continua sendo acessado por conta desse desmonte das instituições ambientais. Estamos vendo o horror da devastação aumentando na Amazônia. Então, tenho tentado ajudar o máximo que eu posso junto a Fundação Amazônia Sustentável e junto a Fundação S.O.S. Pantanal”, explicou.
O filme levou sete anos entre a realização e o lançamento e aborda o despertar do sentimento de preservação ambiental. Ativista, junto ao ator Victor Fasano, ela há 12 anos colheu mais de um milhão de assinaturas entregues ao Senado, visando interromper o desmatamento da Amazônia. Volta e meia posta algo relacionado ao meio ambiente, como em outubro do ano passado quando chamou a atenção de que a SOS Pantanal estava precisando de ajuda para apagar os incêndios que atingiam a região e consequentemente salvando a fauna. E, no início dessa tragédia social, em abril do ano passado, também chamou atenção para ajudar a salvar indígenas e povos ribeirinhos a enfrentar a Covid-19.
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