Depois de interpretar um artista de 1820, em Novo Mundo, Chay Suede será um menino rebelde em Segundo Sol. O ator viverá Ícaro, que acaba entrando para o mundo da prostituição em busca de ganhar dinheiro rápido. “Ele se prostitui em algum momento, mas não é um garoto de programa. Isto não é uma realidade que vive há anos. Mas, ao inaugurar esta faceta, vai descobrir que o buraco é mais embaixo”, comentou. O rapaz acaba saindo de casa após brigar com a tia, vivida por Fabíula Nascimento, e a partir disto entra para o meio com a ajuda de um amigo.
Chay será o filho da protagonista Luzia, vivida por Giovanna Antonelli, que começou a ter uma vida difícil após o sumiço da mãe. “A primeira infância dele é maravilhosa, mas começa a ficar difícil lá pelos sete anos, quando Luzia vai embora. Ele não sabe exatamente o que aconteceu, não tem certeza se ela matou de fato o pai e se está presa ou fugiu. Estas lacunas o acabam tornando uma pessoa inacessível”, comentou o rapaz. Ícaro é irmão de Manuela, feita por Luisa Arraes, mas acaba sendo criado longe dela já que a menina é adotada. Ele fica sob os cuidados da tia Cacau com quem mantém uma relação conflituosa por não concordar que ela tenha permitido que sua irmã crescesse longe.
Ícaro também é um instrutor de capoeira e esta característica exigiu que Chay tivesse algumas aulas e conhecimentos sobre a luta. “Nunca tinha feito, mas foi uma coisa que gostei muito de conhecer na minha vida. Vou continuar fazendo, por sinal, porque é um esporte completo. Acho que realmente é uma ginástica brasileira que temos que nos orgulhar muito. É muito difícil, porque exige muito da pessoa, fisicamente. Tem uma parte musical muito linda. Além disso, as aulas não são separadas, se aprende um pouco a lutar, a história e como tocar o instrumento”, informou. Junto com este aprendizado, ele também precisou malhar para ganhar mais condicionamento físico.
A história do ator com o mundo da interpretação começou em 2011, na novela Rebelde, da Rede Record. Desde então, o rapaz não saiu mais das telinhas emendando um trabalho no outro. A sua primeira participação em uma teledramaturgia da Globo foi em Império, há quatro anos, e tem se mantido na mesma emissora. Inclusive, o seu último papel na mesma foi de protagonista da trama das 6, em Novo Mundo. “Fico muito agradecido de tanto reconhecimento, mas também não fico especulando coisas. É muito bacana quando lembram de mim”, comemorou.
Apesar de ter passado por tantas tramas, este é o primeiro trabalho com o autor João Emanuel Carneiro, uma personalidade que sempre admirou. “Ele é um autor muito generoso, brilhante e humilde. Na primeira leitura, ele falou que nós deveríamos nos sentir a vontade para incluir o que quiséssemos no texto. Esta liberdade causou uma empatia mediata. Como espectador, é o melhor escritor de novelas”, afirmou. Avenida Brasil, de acordo com Chay, foi a melhor teledramaturgia que já viu, mas tramas como Cobras e Lagartos e Da Cor do Pecado também marcaram muito. “Gosto do jeito nada óbvio com o qual cria os personagens, eles são todos contraditórios e, com isso, nós perdemos um pouco o conceito do mocinho e vilão. Além disso, é um contexto onde coisas perigosas acontecem. O audiovisual com risco e perigo funciona muito bem”, explicou.
Este gosto pelo trabalho do João Emanuel vem de suas memórias. Chay confessou que sempre foi um grande fã de folhetins. “Fui muito noveleiro na minha infância e adolescência ao nível que sei exatamente qual trama passou em determinado ano. Todo mundo com quem contraceno hoje era meu ídolo no passado como Fabíula Nascimento, Emílio Dantas, Leticia Colin e Giovanna Antonelli. Já fui filho da Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg, em Babilônia, o que foi muito louco. Foi uma experiência insuperável de fazer o filho de um ídolo”, relembrou. Esta paixão pelo formato está no ator até hoje e ele contou que a sensação ainda é mesma, apesar dele estar no meio. “Parece que são duas pessoas diferentes, a que assiste e a que faz. Ainda sou um grande espectador, mas vejo de uma forma muito diferente de quando estou trabalhando”, informou.
Chay Suede começou a sua carreira como ator a partir da música, já que foi o seu talento que chamou atenção. “Rebelde foi o meu primeiro trabalho e por isso foi importantíssimo. Foi um divisor de águas justamente por eu não ter interpretado antes e nunca tinha tido pretensão em fazer. Cantava em uma banda, mas não era profissional. Participei do Ídolos como cantor e a produção acabou me chamando para fazer uma novela, porque achavam que eu era capaz. Não estava muito à vontade com esta proposta, mas meu pai teve um papel muito importante ao me incentivar a fazer. Nasci para ser ator, mas naquela época ainda não sabia disto. Fui descobrindo isto aos poucos e acho que tomei a consciência em 2014 quando fiz Império”, relembrou.
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