Carol Macedo prepara casamento para 2022 e, com 1,57m, rompe tabu e vive modelo em Quanto Mais Vida, Melhor!

* Por Carlos Lima Costa

O mundo da televisão sempre criou estereótipos e vimos determinados artistas interpretando personagens que seguiam estilos parecidos. Mas vem se transformando assim como o universo da moda, que democratizou todos os corpos e cores dando um chega pra lá na ditadura da beleza. As duas áreas estão unidas e representadas em Quanto Mais Vida, Melhor!, trama das 19 horas da Globo. Em sua sétima novela na emissora, Carol Macedo, que mede 1,57m, mata a saudade dos fãs na pele de Rose, uma modelo internacional, em cenas de flashbacks da atual personagem vivida por Bárbara Colen. “Me senti mais feliz com o convite e com as cenas e fiz até um curso de mergulho. Gravamos cenas de desfiles, sessão de fotos, ensaios, porque arte é isso, a gente tem que ser o mais verdadeiro possível. Às vezes, não é o que seria exatamente na vida real, mas temos essa licença poética, de fazer com que o público acredite nisso”, enfatiza a atriz que vai se casar nesse primeiro semestre de 2022 com Rafael Eboli, diretor de marketing da Warner Music. Juntos há cinco anos e meio, estão noivos desde junho de 2020. “Vamos fazer uma cerimônia ao ar livre. Ainda estamos marcando a data, mas por enquanto este é o meu projeto”, pontua.

Sobre a questão das modelos, Carol ressalta que a própria sociedade vem impondo transformações nas marcas. “Acho que de uns tempos para cá, elas estão se preocupando mais com isso. Nos últimos Fashion Week, vimos modelos com variados corpos. Então, está mudando. O corpo real, a mulher real começa a ser representada também nas passarelas”, aponta.

Carol Macedo caracterizada como Rose, modelo internacional que interpreta em Quanto Mais Vida, Melhor! (Foto: Globo/Fabio Rocha)

Carol deixa claro, inclusive, que a estatura nunca foi um problema para ela. “Eu sempre lidei bem. Minha altura nunca me incomodou. Sempre gostei de usar salto também. Desde pequena, tudo encaixa bem”, acrescenta ela, que começou a atuar com 6 anos de idade e nessa fase chegou a desfilar para marcas infantis. “Depois, não desfilei mais. Agora, se for algo que esteja dentro do meu perfil, por que não?”, indaga.

Com cerca de dez anos, Carol desfila para uma grife infantil (Foto: Arquivo Pessoal)

A atriz é uma mulher forte. “Eu sou leonina, então, ao mesmo tempo que bem carinhosa e amigável, eu sou determinada, decidida. Não tem história de pisar na bola comigo. Sou pequenininha, mas viro um leoa muito fácil. Sou muito séria em determinados assuntos. Eu me imponho”, afirma.

Carol Macedo (Foto: Marcio Farias/Beleza: Gab Nascimento/Styling: Patricia Bastos)

Suas fragilidades podem ser observadas em questões como a da pandemia, em que passou quase todo o tempo morando com o noivo. “Nesse sentido, sou uma pessoa muito medrosa, então, quando a situação estava mais difícil, fiquei realmente em casa fazendo compra online, precavida nessa questão da limpeza, no uso do álcool em gel, da luva, máscara”, frisa ela, que ainda hoje mantém o hábito de lavar as compras do mercado.

“Até hoje, quando volto do supermercado fico uma hora limpando tudo. Claro que tem toda explicação, que não tem tanta necessidade, mas quis trazer isso comigo para a vida, até pela questão de segurança mesmo de cuidado higiênico. Comecei a ver várias matérias falando que é legal manter o hábito. Querendo ou não, muitos depósitos de mercados não são limpinhos, passam muitos insetos por ali. E continuo me cuidando da mesma forma em questão de máscara e de álcool em gel”, observa Carol, que testou positivo para Covid-19, em novembro de 2020. Atualmente, tendo tomado as duas doses da vacina, se mantém mais tranquila.

Ela, aliás, não entende essa briga que existe de algumas pessoas serem contra tomar a vacina. “Os meus pais sempre se preocuparam com essa questão, então, fui criada com aquela carteirinha cheia de registros de vacinas, todos os anos, até adulta. Sempre estou muito atenta. Para conseguir voltar um pouco da nossa vida normal tem que todo mundo se vacinar, confiar no que a OMS, a Anvisa e a ciência falam. Eu, minha família e amigos próximos estamos tentando levar esse momento como aprendizado, e acho que ninguém mais vai ser como era antes. A cabeça das pessoas mudou bastante”, opina.

Carol Macedo (Foto: Marcio Farias/Beleza: Gab Nascimento/Styling: Patricia Bastos)

E explica de que forma se transformou. “Sou uma pessoa muito sensível na questão familiar. Sempre quis aproveitar bem a minha família. No período de flexibilização, passei a valorizar muito mais isso e me preocupando com o hoje. Procuro não ter ansiedade com o que vai acontecer amanhã. Hoje, tenho olhar mais aguçado”, explica.

Composição das personagens

Por conta de Solange, dançarina de funk que interpretou em Fina Estampa, e da participação em Malhação – Viva a Diferença, que também transitava nesse universo musical, muita gente ainda hoje lembra do funk quando vê a imagem de Carol. “É até clichê dizer isso, mas, realmente, gosto de todos os estilos. Música é algo que está presente na minha vida no dia a dia e me ajuda quando estou compondo alguma personagem. Desde o primeiro dia que eu recebo o texto até na minha preparação antes das cenas animadas ou tristes. Sempre escuto a música que eu escolhi. A da Rose, por exemplo, é Le Moulin, de Yann Tiersen, da trilha do filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. São sempre canções clássicas, somente instrumentais. O funk também faz parte da minha vida, algumas músicas estão na minha playlist”, comenta.

Nas pistas de funk, é comum ver mulheres usando roupas mais curtas, o que provoca comportamento machista, como se o tamanho da roupa significasse que a mulher estivesse se oferecendo. Para Carol esse pensamento é ultrapassado. “Estamos em 2022, já passou da hora desses homens entenderem que uma mulher veste o que quer, age como quiser, é dona do próprio corpo, de suas escolhas e ninguém tem nada com isso. Eles devem cuidar da própria vida e olhar para o próprio umbigo em vez de ficar julgando”, assegura.

Carol Macedo (Foto: Marcio Farias/Beleza: Gab Nascimento/Styling: Patricia Bastos)

Ela própria já vivenciou o machismo. “Nada que tenha ficado muito marcado na minha vida. Também porque tive uma educação tanto da minha mãe e do meu próprio pai, um cara que sempre me ensinou muito a me defender, a pensar na questão de um relacionamento. Então, tive opinião forte e minha palavra sempre valeu muito. Quando não valia, não rolava ou terminava, indo cada um para o seu lado”, conta. E acrescenta que nunca deixou de usar uma roupa, por exemplo, por conta de ninguém. “Não tenho pudor com o que visto. Se a roupa é curta, longa, se cobre ou não, acho que eu tenho que me sentir bem. Então, isso faz também com que eu passe muita segurança. Não tem essa história de que ‘você não pode vestir isso’. Posso sim e vou usar. Se o cara não gostar, não tem como dar certo”, afirma.

Rede social

Com 1,2M de seguidores no Instagram, Carol tem usado a rede social também para levantar bandeiras, debater preconceitos. “Confesso que sempre fui muito reservada nesse tipo de assunto, eu preferia dividir com meus familiares e amigos. Só que, de uns tempos para cá, eu aprendi que devemos nos posicionar mais. O artista é um espelho para seus fãs e seguidores. Então, aos poucos venho me soltando mais nesse tipo de assunto, mas também procuro estudar para poder opinar. E sem mostrar algumas particularidades, divido um pouco da minha vida pessoal, porque eu sei que existe uma curiosidade, assim como tenho curiosidade de saber da vida dos meus ídolos. Nós, brasileiros, somos muito ricos de referência na classe artística. Minha musa máster é a Sonia Braga. Quando era mais nova, eu tinha um cabelão todo cacheado e as pessoas comentavam que a minha aparência lembrava muito a dela. Aí fui acompanhando a trajetória, me encantando cada vez mais”, diz a atriz que também dá dicas de beleza e explica que sua rede social começou a ficar mais movimentada após participar de Malhação, em 2017. “Antes, eu tinha feito somente novela das nove e o meu público era diferente. Malhação tem público jovem, que é mais ativo nas redes sociais”, acrescenta. E mais: Se vejo algum comentário que esteja me ofendendo ou que não seja legal, eu simplesmente apago ou bloqueio aquela pessoa. É o melhor caminho para não me estressar”, conta.