O novo formato inserido em Malhação a partir da atual temporada Vidas Brasileiras, que aposta em quinzenas de protagonismo para cada personagem, vem dando o que falar. Isso porque finalmente o telespectador pode mergulhar na história de todos que compõem a trama, ao invés de estar focado apenas no casal de mocinhos e vilões. Assim, com a quinzena de protagonismo de um dos queridinhos de tantas gerações, a experiência promete melhorar ainda mais. Não sabe de quem estamos falando? Vamos deixar que o próprio ator se apresente dessa vez: “É Carmo Dalla Vecchia, mas as pessoas insistem em falar errado. Sabe o que foi isso? O Faustão passou uma temporada inteira da Dança dos Famosos me chamando da forma errada e pegou, né? Fazer o que? Ele é muito fofo, eu não tinha coragem de corrigir”. O site HT te conta agora tudo sobre a nossa conversa com Carmo, que, como visto acima, já iniciou o papo com muito humor e simpatia.
Apesar da alegria estampada nos olhos do ator durante toda a nossa conversa, o tempo começará a fechar para o seu personagem, Rafael, a partir dos próximos capítulos da trama. “O inferno astral do Rafael vai acontecer nessa quinzena. Tudo que ele poderia enfrentar de problemas, tirando o alcoolismo, aparecem na vida dele agora”, revelou o ator, que prefere não aprofundar muito no desenrolar da história por respeito ao trabalho das autoras. Ele fez questão, porém, de relembrar a questão do vício em álcool do personagem e a forma como isso atingiu o público de casa: “É um assunto que às vezes as pessoas têm preconceito de falar. As pessoas associam esse problema com uma questão de caráter e não como uma doença. No caso do Rafael, isso é muito claro, ele tem uma ONG, um propósito humanista muito bonito, mas tinha essa doença. A ideia é levar o diálogo para a casa das pessoas, para que não se sintam sozinhas e se enxerguem refletidas”.
Ainda que não queria adiantar os detalhes que farão a vida de Rafael mudar de cabeça para baixo, é claro para todos que essa reviravolta tem um motivo: Solange. Interpretada por Fernanda Paes Leme, a supervisora autoritária chegou recentemente à temporada e decidiu retirar as bolsas dos alunos do Colégio Sapiência. Rafael, muito envolvido com esses jovens, abdicará de projetos pessoais para conseguir resolver a questão. Para Carmo e todos os telespectadores, as tiranias de Sol são motivadas pela obsessão dela por Rafael: “Ela é aquela pessoa equivocada que jura que o outro está interessado, né? Todos já encontramos alguém na vida assim. A pessoa nunca olhou, nunca falou ou fez nada, mas a outra jura que está recebendo um mole. Essa é a Solange, uma pessoa completamente equivocada, que jura que o Rafael a ama, sem ter qualquer deixa para que isso acontecesse”. Na vida pessoal, o ator admitiu que já esbarrou com fãs assim: “Já tive problemas com fãs que agiam dessa forma e que me trouxeram sérios problemas. Tinha uma que dizia que meu nome não era Carmo, era Rian, e eu era pai do filho dela. Ela escreveu uma história inteira, uma loucura só. Ela me perseguia pelo Instagram e se eu postasse foto com outra mulher, ela perseguia a mulher ofendendo”.
Para aqueles que admiram o trabalho de Carmo sem exageros obsessivos, o ator também está em Cordel Encantado, atualmente na tarde da Rede Globo no Vale a Pena Ver De Novo. “É interessante ver um trabalho seu com distanciamento. Quando você assiste ainda recente, você lembra o que você fez, como construiu, o que estava pensando na hora etc. Depois que passa um tempo, você só vê o resultado, né?”, comentou. O que ele não esquece, porém, é o calor que passou durante as gravações da trama, que exigiam um figurino desproporcional ao sol do Rio de Janeiro. “As pessoas diziam ‘Nossa, que novela linda!’ e eu estava de camiseta, camisa, colete, blazer, capa de pele e 40 graus no Rio de Janeiro, né? Disso eu lembro muito bem. A gente suava e suava. Era o preço que pagávamos para contar uma história tão linda assim”, explicou em tom bem-humorado.
Além da telinha, Carmo estreará o musical Billy Elliot nos palcos de São Paulo, no dia 14 de março. Interpretando o pai de Billy, ele revelou que a relação com essa nova família, tem gerado ciúme no núcleo de Malhação. “Tenho feito muitos pais ultimamente e fico muito feliz com isso. Inclusive, gera até um ciúme, os meus filhos daqui não gostam dos meus três filhos do Billy não”, pontuou o pai da ficção que, na vida real, ainda não pensou em ter filhos, mas gostaria. Por enquanto, ele deixou claro que as famílias em que está inserido por seu trabalho o preenchem demais. “Eu olho para eles e lembro de quando eu fiz Chiquititas, por exemplo, que éramos uma família na Argentina. A galera que viveu durante aquele ano gravando lá na Argentina se olha hoje e sabe que temos uma história juntos. Será que essa família de malhação, daqui a 20 anos, vai se encontrar, se falar, se conhecer, sentar na mesma mesa e perceber que o tempo passou para eles?”, questionou o ator, que ainda mantém o contato com Larissa Bracher e Bruno Gagliasso. Porém, mais do que relembrar o passado com carinho, Carmo gosta de focar no presente e por isso, vem se dedicando a essa rotina de divisão entre as gravações de Malhação e os ensaios do musical: “Só semana passada eu fiz três bate e voltas do Rio para São Paulo. O dia que eu não estou gravando aqui, estou lá ensaiando”. Carmo estará ainda na próxima novela das 6 e já está recebendo as sinopses de como será o seu personagem, apesar de não poder revelar ainda.
Em qualquer lugar que esteja, seja interpretando um rei pela TV ou um pai nos palcos, o amor que move Carmo vem de um lugar só: da vontade de não passar despercebido em sua profissão. “A pior coisa do mundo é ser mediano e para um artista, é a coisa mais difícil que a gente tem. Existem algumas profissões que você pode chegar e desempenhar o seu trabalho, mas no caso do artista, o nosso objetivo maior é sonhar e para sonhar, tem que ser muito corajoso. Se você é mediano, você não tem coragem de sonhar”, informou ele, que logo em seguida finalizou: “A grande dificuldade de um artista é sair da mediocridade, é sair do que os outros já fizeram antes, é sair da sua acomodação. Estamos sempre trabalhando com personagens que quando surgem, a gente não sabe como resolver. Esse processo de solucionar aquela situação nem sempre é fácil, muitas vezes é dolorido, mas é sempre um desafio. É disso que a gente gosta”.
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