Carla Diaz: Pandemia e a biópsia de nódulo na tireoide provocaram gama de sentimentos. “Fiquei assustada”, diz a atriz


“Temos que dar mais valor a cada segundo da nossa vida, porque a qualquer momento tudo pode mudar. Ainda mais em uma época onde o maior vilão é o coronavírus. Mas, por enquanto, sigo a vida”, explica. A atriz estava para estrear nos cinemas, em 2 de abril, os filmes ‘A menina que matou os pais’ e ‘O menino que matou meus pais’, que abordam, sob óticas diferentes a história de Suzane von Richthofen, condenada pela justiça a 39 anos pela morte dos pais em 2002. Agora, tem vibrado nos últimos tempos com a reprise de novelas que participou

* Por Carlos Lima Costa

Em pouco mais de cinco meses de isolamento social decorrente da pandemia do Covid-19, a atriz Carla Diaz passou por diversas fases e gamas de emoções. “O início foi difícil no sentido da adaptação, pois estava acostumada a uma rotina louca de trabalho. Ano passado, fiz três filmes, teatro, novela. Quando me vi fechada em casa, sem poder sair nem exercer minha profissão, estranhei”, lembra. Com a mãe, Mara, e o cachorro, Chaplin, suas companhias na quarentena, ela precisou descobrir um novo mundo. “Comecei a fazer coisas que eu não estava habituada, como lavar chão, banheiro, varrer casa, cozinhar, mas confesso que a comidinha da mamãe é sempre melhor”, acrescenta. O mais imprevisível e que realmente a desestabilizou foi a descoberta de um nódulo na tireoide durante exames de rotina, em julho. Notícia que dividiu com os fãs no mesmo dia em seu Instagram. “Meus seguidores fizeram um vídeo lindo pra mim. Ao agradecer, disse que a homenagem era importante naquele momento, porque tinha acabado de descobrir um nódulo”, recorda.

Descanso em Búzios, após cinco meses de isolamento (Foto: Patrick Dias/Baia do João)

Descanso em Búzios, após cinco meses de isolamento (Foto: Patrick Dias/Baia do João)

Carla avalia que se não existisse a quarentena, se a vida estivesse com a cotidiana correria, talvez custasse a descobrir o problema. “Fiquei assustada, foi completamente inesperado, ainda mais dentro de uma pandemia, em que o maior vilão era o coronavírus. Não conhecia sobre o assunto. Pesquisei, tive orientação de um otorrino, um endocrinologista, de médicos que ainda me acompanham. Fiz exames, está tudo ok, mas a história não teve um ponto final. De tempos em tempos, vou precisar fazer exames. Em casos como este, o médico faz um acompanhamento durante um tempo para avaliar como o nódulo reage, sabe, não tem um prazo. Mas, por enquanto, é vida normal, posso fazer tudo que eu quiser”, explica.

Na época, as pessoas lhe enviaram mensagens de apoio. “É bem mais comum, só não é divulgado. Recebi muito carinho, apoio de fãs, amigos do meio, pessoas que tiveram o mesmo caso vieram me contar sua experiência. Foi uma troca boa que ajudou a me tranquilizar, fora, claro, a conversa com os médicos”, conta.

Passado o susto, no final de agosto, conseguiu dar uma respirada da quarentena e relaxou alguns dias na praia de João Fernandes, Búzios, em uma pousada (que estava fechada), à convite de uma amiga, dona do local. “Sonhava com algo assim, estava com necessidade de espairecer, ver a natureza. Como éramos somente eu e minha mãe, mergulhei no mar, foi de boa, porque fazer aglomeração eu não tenho coragem, é muito delicado”, explica.

Nesta fase de isolamento social, uma das principais distrações foi assistir filmes. “Eu adoro cinema, aproveitei para ver todos os longas que eu tinha vontade, rever outros. Acho que zerei todos esses streamings. Depois que vi 150 filmes eu parei de contar”, diverte-se.

Carla completa 30 anos em novembro (Foto: Patrick Dias/Baia do João)

Carla completa 30 anos em novembro (Foto: Patrick Dias/Baia do João)

Com 28 anos de carreira, Carla completa 30 de idade no dia 28 de novembro. “Depois de tanta emoção que temos vivenciado nos últimos tempos a última coisa com a qual vou me preocupar é idade. Nunca tive também problema com relação a isso. Fazer aniversário para mim é uma vitória, mais um ano vivido. Só vejo positividade”, garante. E continua: “Ainda sou uma mulher em construção, tenho muito a exercer e aprender. Estou morrendo de saudade de fazer o que eu mais amo que é atuar. A pandemia veio nos mostrar que devemos valorizar até os pequenos momentos, que, às vezes, passam desapercebidos, no automático. Temos que dar mais valor a cada segundo da nossa vida, porque a qualquer momento tudo pode mudar, não é? Agora, é torcer para que uma vacina chegue logo, pois vivemos um momento delicado, tantas famílias sofrendo, tantas mortes acontecendo. Graças a Deus, na minha família eu não tive nenhum caso”, suspira aliviada.

Às vésperas dos 30, solteira, ela ainda não planeja ser mãe. “Desde adolescente sempre gostei de criança e quis ser mãe. Mas nunca programei minha vida com relação a idade. Sou muito de deixar acontecer. Ainda mais depois dessa pandemia o que mais tenho aprendido é a viver o hoje. Sonhos a gente tem. Podemos planejar, mas não viver pensando no amanhã”, ensina.

Nos últimos tempos, Carla vem revendo personagens que interpretou nas novelas: A Khadija, de O Clone, cuja reprise terminou recentemente no canal Viva, a Raquel de Laços de Família (estreia dela na Globo), que vem sendo exibida nas tardes da emissora, além da Carine de A Força do Querer, que retornará no horário das 21 horas, no próximo dia 21.  “Além dos filmes, as novelas também tem sido minhas companheiras. E ver algumas que participei de volta tem sido uma grata surpresa. Cada uma mostra um momento meu diferente. Tenho olhar crítico sempre, mas vendo novelas de quando eu era criança a sensação é de ‘nossa, fazia isso tudo’, eu me surpreendo com algumas sacadas. São boas recordações”, assegura. Como guardou looks das três personagens, ela, recentemente postou um vídeo caracterizada como as três personagens e foi um sucesso. “Viralizou”, vibra.

Elegância diante do mar da praia João Fernandes (Foto: Patrick Dias/Baia do João)

Elegância diante do mar da praia João Fernandes (Foto: Patrick Dias/Baia do João)

Quando a quarentena foi decretada, Carla estava para estrear nos cinemas, em 2 de abril, os filmes A menina que matou os pais e O menino que matou meus pais, que abordam, sob óticas diferentes a história de Suzane von Richthofen, condenada pela justiça a 39 anos pela morte dos pais em 2002. “Todo personagem é um desafio e quanto mais distante da nossa realidade, mas desafiador é. E ao mesmo tempo dois filmes com versões diferentes, algo que nunca tinha sido feito. Também nunca tinha feito nenhum personagem baseado em um caso real. Com certeza, foi meu maior desafio. Saiu uma matéria dizendo que os nossos filmes eram os mais aguardados este ano entre os nacionais e os internacionais. Então, é gratificante para qualquer artista saber que o público também está na expectativa”, realça. Na estreia, ela iria reencontrar o pai, Carlos, que mora no Uruguai, onde nasceu. “Não o vejo desde dezembro. Ele vinha para me encontrar na estreia, que loucura. Com a pandemia mudou tudo. Só o vejo por ligação de vídeo. Bate uma saudade. Mas a gente entende que neste momento é necessário que cada um fique o mais reservado em casa. É melhor para todos”, conclui.