Camilla de Lucas está em filme que exalta liberdade sexual, fala do sonho com a carreira de atriz e de exposição

*Por Brunna Condini

Influenciadora digital, modelo, youtuber e ex-BBB Camilla de Lucas investe com tudo na carreira de atriz. Elogiada por sua performance no filme ‘O Lado Bom de ser Traída‘, inspirado no romance homônimo da escritora brasileira Sue Hecker, Camilla arrumou uma brecha na agenda intensa de multitarefas para conversar com o site sobre a nova fase. Ao contrário do que vem sendo divulgado, a produção, Top 10 da Netflix, não foi sua estreia atuando. “Fiz outros trabalhos como atriz, que além de terem sido divertidos, também me ensinaram muito, como o ‘Novelei‘ (websérie de humor da Globo), e a série ‘A Sogra que Te Pariu‘, também da Netflix, na qual fiz uma participação na segunda temporada. Acredito que cada projeto foi me edificando de maneira tanto profissional, quanto pessoal, me ajudando a me preparar aos poucos para o momento que estou vivendo agora. Vejo essa vitória não apenas como minha, mas também de várias pessoas como eu, que alguma vez já pensaram que não conseguiriam conquistar seus sonhos por conta da falta de oportunidades ou excesso de obstáculos no caminho. Carregar um pouco dessa representatividade no audiovisual também é uma grande responsabilidade, mas que só aumenta a emoção desse momento”.

Camilla conta que vem estudando a arte de interpretar há dois anos, desde que saiu do reality global em que foi vice-campeã e afirma que trabalhar como atriz é a realização de um sonho de infância. “Sempre procurei trazer um pouco disso para as minhas redes, misturando atuação e humor às situações do meu cotidiano nos meus conteúdos. Depois que saí do BBB, venho estudando e me dedicando cada vez mais para seguir nessa profissão. Sei que esse não é um caminho nada fácil e que é preciso muita perseverança para ir em frente, mas estou muito feliz com os frutos que venho colhendo nessa jornada”, vibra. Nesta entrevista, a influenciadora não comentou a nota divulgada recentemente de que o Sindicato dos Artistas notificaria a Netflix por ela ainda não ter registro profissional e nem autorização provisória para atuar. Camilla não parece querer saber de polêmicas e quer mesmo é investir nos desdobramentos desse momento tão almejado: “Esse é um sonho que carrego desde muito jovem! Sempre fui uma garota bastante comunicativa, brincalhona e acho que esses foram dois fatores que influenciaram muito na minha decisão em seguir nessa carreira”.

Camilla de Lucas reforça a importância da representatividade na ocupação dos espaços (Divulgação/ Netflix)

Dando vida à Patty na série, uma mulher potente, que valoriza a sororidade e sua amizade com Babi (Giovanna Lancellotti), Camilla comenta o fato das cenas de sexo do longa terem chamado tanta à atenção. “Acredito que a nossa sociedade esteja passando por um processo de desconstrução desses tabus, mas isso, infelizmente, é algo bem lento e gradual, porque envolve questões mais complexas e até mesmo históricas. O filme coloca muito o foco na liberdade sexual feminina, que é algo que ainda está bem ligado a um machismo estrutural, por exemplo. Percebo que, no geral, hoje em dia, as pessoas estão falando bem mais abertamente sobre esses assuntos do que há alguns anos atrás, mas ainda há muito a ser feito. Vejo muitos filmes e séries que buscam convidar as pessoas para esse debate e “O Lado Bom de Ser Traída” também caminha nesse sentido”.

“Sei que esse não é um caminho nada fácil e que é preciso muita perseverança para seguir em frente, mas estou muito feliz com os frutos que venho colhendo nessa jornada” (Divulgação)

Sobre motivações e inspirações na carreira, ela diz: “A arte de saber se comunicar com o público e possibilitar que as brincadeiras e fantasias ganhassem vida, sempre foi algo que me fascinou. Uma grande inspiração para mim é a Taís Araújo, por exemplo. Não tem como não se maravilhar vendo a atuação dela. É algo que verdadeiramente te hipnotiza! A arte de atuar é muito linda”, se empolga a carioca, natural de Nova Iguaçu, que começou a carreira na internet em 2017, compartilhando os cuidados com seus cabelos crespos, inspirando tanto, que acabou criando um canal no YouTube, e durante a pandemia levou para o TikTok divertidas esquetes sobre sua rotina, já exercitando uma verve artística por ali”.

Estou muito feliz com meus projetos como atriz. Vou continuar a me dedicar e estudar mais sobre atuação para continuar colhendo bons frutos nesta nova parte da minha carreira. E é claro, estou atenta e avaliando cada nova oportunidade que me aparece – Camilla de Lucas

Thadeu Matos e Camilla de Lucas em ‘O lado bom de ser traída’ (Divulgação/ Netflix)

Os lados da exposição

Recentemente, Camilla postou uma foto e as pessoas especularam se ela estaria grávida. Na ocasião, a influenciadora usou seu Instagram para negar e dizer que após seu enlace (ela se casou em maio com Mateus Ricardo), havia engordado 9kg e frisou que as pessoas precisam normalizar corpos mais reais. Como a pressão estética atinge até você, uma mulher com um corpo dentro do padrão? “Tento ao máximo não me deixar abalar por essa pressão que a sociedade impõe na gente. A verdade é que eu me sinto muito bem assim, do jeito que estou, e é isso que importa para mim”

A ideia de que o corpo perfeito é aquele com lipo ou com as costelas aparentes é algo muito preocupante e sério. O modo que isso é imposto a nós é horrível e injusto, afeta muito a autoestima da mulher, que no final acaba sendo diminuída na sociedade – Camilla de Lucas

“Tento ao máximo não me deixar abalar por essa pressão que a sociedade impõe na gente” (Divulgação)

Aproveitando o gancho, Camilla fala sobre os planos do casal que, antes da cerimônia, já estava junto há quatro anos, e, ano passado, se mudou para a casa que a ex-BBB comprou na Zona Oeste do Rio:

Ter um filho é uma decisão que precisa ser muito bem refletida e que envolve várias questões, tanto financeiras quanto pessoais, mas não é algo que estamos planejando para esse momento – Camilla de Lucas

Com quase 10 milhões se seguidores no Instagram, 5 milhões no TikTok e 2,5 milhões de inscritos no seu canal no Youtube, ela avalia o lado bom e o lado B de toda essa exposição: “O lado bom é poder usar a visibilidade em prol de algo maior, como promover causas e lutas importantes, servir de representatividade e conseguir alcançar novas pessoas através do seu trabalho. Já o lado ruim, acredito que seja o ódio gratuito de algumas pessoas que vem junto. Isso é algo que mexe muito com a saúde mental de todo mundo que lida com esse tipo de exposição e que, infelizmente, precisamos aprender a filtrar para não deixar que isso diminua ou apague as coisas boas que alcançamos”.

“O lado bom da exposição é usar a sua visibilidade em prol de algo maior, como promover causas importantes, servir de representatividade e conseguir alcançar pessoas através do seu trabalho” (Divulgação)

Você começou na internet usando também sua visibilidade para abordar temas relevantes. Se fosse aconselhar alguém que deseja ser influenciadora hoje, o que diria? “Aconselharia a pessoa a ser persistente e perseverante. Trabalhar com a internet é um processo que demanda tempo e dedicação, não conseguimos resultados incríveis da noite para o dia, mesmo se viralizarmos. Além de estarmos a par sobre os assuntos dos nossos nichos, é importante também estarmos sempre atualizados sobre pautas pertinentes à sociedade. Além disso, também reforçaria sobre cuidados com a saúde mental e a manutenção de sua imagem. É muito importante”.