*por Vítor Antunes
É costumeiro que os telespectadores ou fãs do reality show da Globo associem o Big Brother Brasil como sinônimo de acesso rápido à fama. Há aqueles que são famosos apenas durante a exibição do reality. Outros tem maior sorte e acabam permanecendo na mídia. Há aqueles que não apenas não fazem questão de serem lembrados por sua participação, como não querem ao menos serem procurados a falar dela, caso de Aline (BBB5), que, por anos, foi a recordista de rejeição ao ser eliminada. Anos mais tarde seu índice seria superado por Karol Konká (BBB20). Nas primeiras semanas de 2023 foi tornado público o fato de que Adriano Castro (BBB1) participou dos atos golpistas de invasão e depredação do Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF. Outros ex-BBB’s não participaram dos movimentos, mas declararam apoio não apenas a este como a outros atos antidemocráticos, como Tati Pink (BBB5) e Thyrso (BBB2). Tem ainda os que se envolveram em brigas e problemas com a polícia e Justiça, como Fernando Fernandes (BBB2) e Kleber Bambam (BBB1). Veja!
Adriano Castro (BBB1)
Participante da primeira edição do BBB e responsável por inventar o termo “Paredão” para designar o dia da eliminação, Adriano foi identificado como sendo um dos participantes dos movimentos antidemocráticos do dia 8 de janeiro deste ano. O ex-BBB, que também é artista plástico e youtuber, é conhecido pelo apelido Didi RedPill e foi reconhecido como um dos apoiadores invasores da Praça dos Três Poderes.
Diego Alemão (BBB7)
Detido em 18 de abril de 2020 na cidade de Curitiba (PR) por, supostamente, dirigir sob efeito de bebida alcoólica e de ter ameaçado e agredido outro motorista, o campeão do BBB7 envolveu-se também em um acidente de trânsito ao colidir num carro parado. Segundo publicado no Portal iG, o delegado Leonardo Bueno afirmou que o proprietário do veículo danificado, o motorista de aplicativo Fábio Rosário, teria sido agredido por Alemão. E o famoso se recusado a fazer o teste de alcoolemia, algo que foi negado por seu advogado Jeffrey Chiquini. Por fim, Diego Alemão foi liberado no dia seguinte após pagar fiança de R$ 7 mil.
Marcelo Dourado (BBB4 e BBB10)
O campeão do BBB10 e participante da quarta edição do programa, o lutador Marcelo Dourado, também chegou a ser detido. Foi parar na delegacia em 17 de maio de 2005 por, supostamente, estar consumindo drogas, em uma festa eletrônica realizada no Riocentro, Barra da Tijuca (Rio). Segundo noticiado na época, Dourado e mais 27 pessoas foram levadas para a delegacia e junto a eles foram encontrados comprimidos de ecstasy, maconha, cocaína e lança-perfume. O rapaz prestou depoimento e foi liberado no dia seguinte, segundo o jornal O Globo do dia 18/05/2005.
Estava lá e vim no bolo. Acho que é porque saí da mídia recentemente” – Marcelo Dourado, em 2005
Dilson (Dilsinho Mad Max) [BBB3]
Dilson afamou-se por ser o primeiro participante a desistir do programa, na edição de 2003. À época, dizia-se que ele não lidou bem com o fora que levou da ex-miss Joseane. De acordo com o Splash/UOL, o tatuador esteve nos atos do dia 11 de dezembro de 2022 em Campo Grande (MS), além de endossar falas golpistas nas redes sociais. Diante da repercussão ruim, Mad Max apagou os posts em seu Instagram que não apenas não reconheciam os resultados das eleições de 2022 como apoiavam os movimentos antidemocráticos, e tornou privado o seu perfil. Ainda em suas redes sociais, Dilson convocava os “patriotas” para atos golpistas, e pedia intervenção militar, o que é crime, segundo a Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83), a Lei dos Crimes de Responsabilidade (Lei 1.079/50) e o próprio Código Penal (artigo 287). Conforme revelou o Splash/UOL, Dilson afirmava que Lula não subiria a rampa do Planalto no dia 1º de janeiro, algo que aconteceu.
Fernando Fernandes (BBB2)
Quando Fernando Fernandes compôs o elenco do BBB2 ele era modelo. O rapaz envolveu-se numa das mais icônicas cenas de barraco do reality, que é aquele em que a participante Tina joga as malas e roupas de todos os participantes na piscina, além de fazer um panelaço na casa. Quatro anos antes do acidente de carro que o deixou paraplégico, em 2005 Fernando envolveu-se num acidente no Itaim Bibi, bairro de São Paulo. Segundo reportagem da época, veiculada na Folha de São Paulo, Fernando foi acusado de injúria racial pelo bombeiro Nilton Jorge Oliveira Filho, após o famoso colidir seu carro na traseira de um veículo. O militar chegou em seguida e, segundo ele, fora ofendido pelo participante do reality. O jornal Tribuna, do Paraná, reporta que o ex-BBB foi indiciado por lesão corporal dolosa, desacato à autoridade, resistência à prisão e injúria qualificada por racismo. Pagou fiança de R$ 6 mil e deixou o Centro de Detenção Provisória de Osasco (SP). Hoje, Fernando Fernandes é atleta paraolímpico e foi um dos apresentadores do programa “No Limite“, na Globo.
Edilson Buba (1971-2006) [BBB4]
No mesmo ano em que participou do reality, 2004, Edilson Buba foi preso no Aeroporto Afonso Pena (PR), por porte de drogas. Buba, voltava de uma festa em Belo Horizonte quando foi autuado em flagrante pelas polícias Federal e Civil tendo sob sua posse cerca de 18 comprimidos de ecstasy e 50 gramas de maconha. Ele e sua namorada na ocasião foram encaminhados à delegacia de São José dos Pinhais (PR), no qual seriam enquadrados no Artigo 12 da Lei 6368/76, por tráfico de drogas. Depois de ter dois habeas corpus negados, a prisão do moço foi relaxada após haver ficado 90 dias preso. Segundo ele, à época, fora vítima de uma injustiça e, por isso, dedicou-se a reabilitar de dependentes químicos. Fundou a ONG Vida Limpa, Vida Livre para atender crianças, adolescentes e jovens. Para reverter fundos para a instituição, posou nu para a extinta revista G Magazine. Em 2006, ele descobriu ser portador de um câncer no abdômen, que acabou por vitimá-lo, ainda naquele ano.
Tati Pink (BBB5)
Uma das mais carismáticas personalidades daquela edição do BBB, que consagrou Jean Wyllys, que inclusive foi um de seus melhores amigos naquela edição, Tati Pink participou de vários atos antidemocráticos no ano passado. Em um deles, em foto publicada em 24 de novembro de 2022, apelida a bandeira nacional como seu “par de asas”. Em outro, fez uma publicação onde dizia ser, textualmente “uma onda que fará mudar o rumo das embarcações (resultado das eleições)” [sic]. Ela é ainda mais intensa em sua postagem quando diz que sua “luta será sempre contra a mentira, o engano, a corrupção, a censura e tudo o que o diabo está tendo tentando dizer o que é ‘normal’”, legendou, no último post com esse teor em suas redes sociais, em novembro de 2022.
Kleber Bambam (BBB1)
Kleber Bambam, o primeiro vencedor do BBB, foi detido duas vezes: a primeira em 2007, ele e outro ex-BBB, Alan Marcelo (BBB3) foram levados à delegacia por perturbação do sossego alheio em Santa Catarina por haverem se agredido mutuamente. Depois, em 2008, o famoso foi detido no bairro do Leblon, Rio, dirigindo em zigue-zague seu veículo, um BMW X5, com uma garrafa de bebida na mão. Conforme a polícia, o ex-BBB agrediu verbalmente os policiais que o abordaram e, segundo noticiado pelo Site Ego, na época, o rapaz recusou-se a ser levado para a delegacia. Foi autuado por desacato e desobediência e liberado em seguida.
Thyrso Mattos (BBB2)
Ainda que não tenha participado de atos antidemocráticos, Thyrso é um dos inconformados com os resultados das eleições. Algumas fake news também foram publicadas nas redes sociais do ex-BBB, que apagou-as depois dos atos terroristas em Brasília. Em seu perfil no Instagram, fez postagens que incentivavam as pessoas a comparecerem em Brasília no dia 8 de janeiro. Anos depois de deixar a segunda edição do BBB, Thyrso também passou algumas horas preso por dirigir embriagado, em 2014, na cidade de Colina (SP), segundo publicado no jornal Extra. Thyrso teve a carteira de motorista apreendida e pagou uma multa no valor de R$ 1.915,40.
Laércio de Moura (BBB16)
Dentre todos os casos, o tatuador Laércio de Moura esteve envolvido em meio a denúncias de pedofilia. Laércio está preso desde maio de 2016, após acusação de estupro de vulnerável e de fornecimento de bebidas alcoólicas para uma adolescente de 13 anos, além de armazenamento de material (foto ou vídeo) contendo cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. Pelos crimes, foi condenado a 12 anos de prisão. De acordo com as investigações, o crime ocorreu em 2012. Durante a sua participação no programa, ele disse que “Só aparecem novinhas mesmo, tipo 17, 18, 20“. A fala, deu início a uma investigação, solicitada pelo Ministério Público do Paraná. Em 2017, os advogados de Laércio tentaram entrar com um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas o pedido foi negado.
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