* Por Carlos Lima Costa
Bella Falconi é respeitada desde que deu os primeiros passos nas redes sociais há quase uma década revelando sua mudança física através de um estilo de vida saudável. Agora, aos 35 anos, ela sai de sua zona de conforto e se prepara para o maior desafio. Ela vai estrear como apresentadora de televisão no próximo dia 20, comandando nas tardes de sábado, o programa Agora É Show, na Rede TV. “Isso sempre foi uma meta, eu amo me comunicar. Então, venho me preparando e buscando esse caminho faz algum tempo e agora chegou o momento de realizar mais esse sonho”, vibra.
A produção não se restringe aos temas que ela aborda nas redes para seus seguidores. “A ideia é termos mais diversidade de papos e convidados especiais. Vou dividir o palco com o Gui Moreira, jornalista e apresentador com mais de 15 anos de carreira. Vamos buscar levar conteúdos de qualidade, que informem, divirtam e inspirem”, adianta.
Com mestrado em Nutrição pela Northeastern University, em Boston, nos Estados Unidos, concluído em agosto de 2019, Bella que é uma referência no que faz, revela alguém em quem se espelha para estar à frente de um talk show. “São tantas apresentadoras incríveis e que abriram espaço na TV para que pudéssemos ocupar esse lugar nos palcos. Mas para citar um nome, não poderia deixar de falar da Oprah (Winfrey), uma mulher inspiradora em todas as esferas. Ela tem um jeito único de entrevistar que eu admiro muito. Não é a toa que conquistou tantos prêmios Emmy com seu programa”, observa.
Com absoluta certeza de que estar à frente de um programa é bem diferente do que tem feito, mesmo assim crê que sua atuação nas redes vai facilitar a desenvoltura no novo trabalho, pelo simples fato de estar familiarizada em se comunicar com o público.
Bella relata que o segredo de seu sucesso é básico. “O primeiro passo é ser fiel aos seus princípios e valores. Creio que, além do pioneirismo, um dos pontos que me fez perdurar tantos anos na rede social foi minha coerência, resultante dessa fidelidade aos meus valores. Eles são inegociáveis. Já tive propostas tentadoras e nunca aceitei. Sabia que, apesar da exposição que me trariam, não condiziam com quem eu sou e com aquilo que eu prego. O segredo é o conteúdo e a coerência”, afirma.
Sendo assim, que análise faz dessa edição do Big Brother Brasil, onde vimos abordagens tóxicas, preconceitos, artistas e influencers ganhando e perdendo seguidores? “Eu não tenho acompanhado o programa para fazer uma análise, mas tenho visto a repercussão do que tem acontecido lá dentro, e o que posso dizer é que precisamos promover a empatia de forma mais prática e humana: falar menos e agir mais. E, claro, se colocar no lugar do outro também muda nossa percepção da vida e de nós mesmos. É importante praticarmos mais a empatia e o respeito com a trajetória de cada indivíduo. Não adianta condenarmos a atitude do outro praticando os mesmos atos. Essa história de cancelamento me entristece muito. Nunca aconteceu comigo. Mas estamos sujeitos a tudo. O importante é sempre firmar nossa identidade naquilo que verdadeiramente somos e não na opinião alheia”, observa.
E prossegue assegurando que não toparia participar de um reality como o BBB. “Acho incrível quem encara esse desafio, mas não é pra mim. Primeiro porque não ficaria todo esse tempo longe da minha família. Segundo, porque é uma exposição muito grande.” E minimiza polêmicas existentes entre influencers e youtubers. “A polêmica está em todo lugar, ela não é destinada a uma classe específica. Mas há muito interesse nesse tipo de conteúdo, por isso ainda existe e gera tanta audiência. Sonho com o dia em que as pessoas estarão focadas em promover o bem, disseminar o conteúdo que gera conhecimento, oportunidade…”, reflete.
Em seu Instagram, Bella tem 4 milhões de seguidores, pessoas que ela influencia. Mas quem influencia Bella Falconi? “Quando olho para as Escrituras encontro ali modelos de vida nos quais realmente me inspiro. Mulheres que quebravam paradigmas culturais da época para caminhar com homens em prol de sua fé e homens que estavam dispostos a morrer (como de fato morreram) por amor a Cristo. Essa coragem, essa ousadia e intrepidez me inspiram. Sempre que me pego murmurando sobre algo, olho para esses personagens reais e penso: ‘Vivo em uma era privilegiada que é a da comunicação. Esses homens caminhavam dias para pregar a mensagem da cruz e eu posso pegar um avião para ir daqui até ali no ar condicionado.’ Realmente essas pessoas me inspiram a ser mais corajosa em meu posicionamento”, explica.
Quando acessa as redes, Bella ama ler sobre nutrição, saúde de modo em geral e sobre a fé cristã. “E amo seguir perfis de comédia, como Sou Eu Na Vida, Crente Sincero e Sincero Oficial. Adoro conteúdos mais leves nas redes sociais, que estão tão tomadas pela toxicidade das fofocas”, dispara.
Muitas pessoas acham que existem influencers despreparados. Bella analisa essa questão, se isso se deve a postura pessoal, a opiniões contraditórias, enfim, que pontos uma pessoa deve analisar antes de começar a seguir alguém nas redes. “Quando falamos de despreparo existem não somente influencers, mas profissionais de várias áreas que realmente deixam a desejar. Por isso é que precisamos ter bastante discernimento ao escolher quem iremos seguir, pois quando menos percebemos, já estamos sendo influenciados por aquela pessoa. Creio que a coerência, a formação e a credibilidade são pontos que devem ser analisados antes de seguirmos um perfil”, aponta.
Bella, por exemplo, sempre falou sobre a importância de se ter uma vida saudável. Mesmo ainda sendo pequenas, ela já explica sobre este conceito para as suas filhas, Vicky, de 5 anos, e Stella, 2, do casamento com o empresário Ricardo Maguila. “E dou o exemplo, o que é mais importante. Mas não sou daquelas mães neuróticas, eu permito um docinho. Apesar de eu não consumir açúcar e nem carne, elas consomem com moderação. E creio que, no tempo certo, farão as escolhas delas”, garante. Quanto a liberar guloseimas como biscoitos, chocolates e balas, ela é uma mãe mais moderada. “No entanto aqui em casa o pai é do tipo que estraga o trabalho da mãe, se é que você me entende”, explica, aos risos.
Mesmo pequenas, as filhas já se interessam por redes sociais. “Elas são superdigitais. E eu incentivo, pois a internet chegou para ficar. Elas amam que eu as grave. Agora, eu modero o uso de iPad e dos eletrônicos em geral, mas não proíbo, afinal, essa é a realidade da geração delas. Não quero deixá-las alienadas, mas também não deixo exagerar na dose para não colocar em cheque a convivência social e a brincadeira que envolve movimentação do corpo”, explica.
Para Bella, a pandemia impactou sua vida em todos os sentidos. “Aprendi a valorizar ainda mais a escola, os professores, a família e a saúde. Eu sempre fui de muitos abraços e convívio com aqueles que amo e essa pandemia veio realmente para me mostrar o quão efêmera é a vida e o quanto devemos valorizar os momentos com a nossa família e com os amigos. Não temos nenhum controle sobre o amanhã, mas confio em um Deus soberano que está no controle de tudo, até mesmo da pandemia”, frisa. A doença não chegou em sua casa, mas alguns parentes tiveram Covid-19. “Perdi um primo muito querido em janeiro. Foi muito duro. Ele deixou a esposa e dois filhos pequenos. Perdi também alguns conhecidos e minha irmã perdeu o sogro”, desabafa.
Bella atua como palestrante motivacional. E explica se isso ajudou a lidar com a tragédia da pandemia, que já atinge mais de 270 mil mortos no Brasil. “A verdade é que não importa sua formação ou área de atuação, a morte é sempre algo difícil de lidar e de aceitar. Como cristã, acredito que não fomos feitos para morrer. A morte permeou no mundo devido à queda da humanidade e o nosso espírito tem sede de eternidade. Por mais preparada que uma pessoa se julgue, o momento da despedida é sempre muito duro. Mas o que posso dizer para as pessoas é que há esperança! Inclusive no livro que lancei ano passado, E Se Não Houvesse Amanhã?, falo sobre isso. Sobre a transitoriedade da vida e sobre como não temos controle do nosso amanhã. Mas ao mesmo tempo como podemos olhar para a cruz de Cristo e identificar ali a nossa redenção. A esperança de uma vida eterna e sem dor. Essa vida é muito pequena perto da eternidade que temos com Ele. Por isso, a urgência de nos fazermos essas perguntas todos os dias: Como estou vivendo a minha vida hoje? E se não houvesse amanhã?”, observa ela que hoje em dia já não tem um treinamento físico tão radical. “Malho de 3 a 4 vezes por semana. Faço o meu melhor dentro daquilo que posso entregar. O segredo é não desistir e fazer o que puder onde estiver”, diz.
Artigos relacionados