*Por Brunna Condini
Nesta terça-feira (6) temos decisão de Paredão dos bons no Big Brother Brasil. A berlinda se decide entre Gilberto, e os amigos ‘bastiões’ Caio e Rodolffo. Não sabemos quem vai sair, mas ao que parece, depois do Jogo da Discórdia de ontem, o filme de Rodolffo está para lá de ‘chamuscado’.
Se são desavenças e conflitos que a produção do BBB21 busca estimular com o Jogo da Discórdia, conseguiram com sucesso. Foi intenso. A dinâmica dessa semana foi realizada na área externa da casa e cada confinado deveria’ ‘flechar’ os bonequinhos de seus adversários que consideravam “melhor jogador”, “pior jogador” e quem tem “jogo sujo”. E foi nessa, que um dos episódios mais emblemáticos da edição rolou, levantando um tema importante, como a discussão sobre o racismo estrutural, ao vivo, na TV.
O acontecimento foi protagonizado por João Luiz, que desabafou sobre o incômodo com o comentário de Rodolffo a respeito do seu cabelo durante o Castigo do Monstro, quando o cantor comparou o black do professor, à peruca de ‘homem das cavernas’ que usava. A situação rendeu comoção, muito papo, esclarecimento e acolhimento para João e sua amiga Camilla de Lucas, que se sentiu tocada por tudo.
Além disso, também teve treta entre Fiuk e Arthur, que não se ‘bicam’ faz tempo. Fiuk deu a placa de ‘jogo sujo’ para o instrutor de crossfit, que xingou o cantor ao vivo. Baixaria e choro de ambos os lados. Teve ainda, Juliette se posicionando sobre Caio, e Viih Tube, apontada como ‘melhor jogadora’ pela maioria, se pronunciando sobre as tretas, do alto da sabedoria dos seus 20 anos… e teve muitos mais, Brasil! Como um Gilberto tentando se controlar para não sair do sério com Caio, a quem o pernambucano atribuiu a ‘flechada’ de ‘pior jogador’. Aliás, Gil foi o ‘alvo fácil’ da vez, já que alguns participantes pareciam não querer se comprometer, e deram cinco ‘flechadas’ de ‘jogo sujo’ no economista, que já estava na roda.
Mas chamou mesmo à atenção, mais uma vez, a dificuldade de algumas jogadoras se comunicarem e posicionarem, como Thaís e Pocah, por exemplo, chamadas nas redes de ‘plantas’ ou seriam ‘figurantes’? Ou ainda, estariam as participantes ‘a passeio’ no game? A esta altura do jogo, conseguimos identificar os protagonistas e coadjuvantes na atração, ou seja, aqueles que participam ativamente dos acontecimentos, conversas e tretas. Levam a ‘trama’ adiante. Tanto, que nesta segunda-feira, até Tiago Leifert perdeu a paciência. Pocah ‘pipocava’ para definir suas escolhas no Jogo da Discórdia, citando até eventos que envolviam Lumena, que já saiu do game, para sua justificativa. Foi quando o apresentador pressionou e a funkeira teve que assumir posição, ‘flechando’ Viih Tube como ‘melhor jogadora’; Rodolffo como o pior; e Gil como o ‘jogo sujo’. Tudo muito na ‘onda’ dos outros jogadores…coincidência? Talvez. Mas justiça seja feita, Pocah se posicionou no ato no episódio ‘Rodolffo x João Luiz’, e disse com firmeza para o sertanejo se desculpar com o professor: “É o mínimo que você pode fazer agora”. Será que mesmo tardiamente a funkeira vai deixar a ‘neutralidade’ para trás? Só acompanhando os ‘próximos capítulos’ do reality para saber.
Thaís também ‘pipocou’ no ‘jogo’ com a mesma dificuldade de expressão que tem demonstrado até aqui. A participante não consegue se comunicar de forma clara e isso já virou alvo de críticas e piadas na internet, que não perdoa. Convidamos a psicóloga e espectadora do BBB21, Maria Rafart, para analisar e comentar o desempenho da dupla Pocah e Thaís até aqui. O que não se posicionar claramente pode dizer sobre essas duas participantes? “Posicionar-se não é para todo mundo. Muito menos em um país como o Brasil, em que temos relações cordiais com as pessoas – e por cordial, entenda-se o que é ‘do coração’, aquilo que é visceral, mais emocional em nós. Em outros países, um ‘não’ é um ‘não’, e vida que segue. Aqui, um ‘não’ pode representar que você não gosta de mim ou outras muitas coisas… Daí o medo de muitas pessoas em se posicionarem; é medo de ofender os outros, de ferir, de ser mal compreendido”, esclarece a terapeuta.
Maria segue comentando sobre a cirurgiã-dentista de 27 anos, de Luziânia, Goiás. “Dentro do reality fica claro o ‘não-posicionamento’ de Thaís. Quando precisa falar ao vivo com Tiago Leifert, ela sofre, as palavras não saem, e o Brasil inteiro sofre com ela. Com Fiuk, seu crush na casa, ela se coloca em posição de espera, passiva”, observa.
E segue falando sobre Pocah: “Ela fazia parte da ‘turminha do ódio’. Os amigos foram mandados para casa com recordes de rejeição, e ela ainda está por lá, surfando nos grupos que ainda restam nestes top 10 brothers. Pocah também se posiciona de forma tímida, com exceção do conflito gerado com um surto do Gil na piscina, no início da edição – na ocasião, ela foi provocada para ir à luta por Karol Conká. Por ela, não teria ido”.
A especialista chama à atenção para o fato de que o comportamento dito de ‘planta’ é comum à várias edições do programa. Sendo ora o que o participante consegue oferecer, ora estratégia. No entanto, é um caminho ‘perigoso’ em um jogo que se propõe a ser parcial e intenso, em duração e dinâmica. A ‘neutralidade’ no jogar pode levar Thaís e Pocah à final? “Em uma casa com câmeras vigiando o tempo todo, quem briga menos aparece menos. O público não gosta de ‘plantas’, e por isso prefere os desbocados Gil e Juliette. Mas para quem está lá dentro, ser passivo é mais que ser ‘planta’: ser passivo é um passaporte para a invisibilidade. Quem é invisível, não ferve o sangue de ninguém, não acende inimizades, dificilmente é votado, e sobrevive no BBB21. Por quanto tempo, é que não sabemos”.
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