BBB20: Hipnose coloca em pauta os benefícios e cuidados em relação à técnica


Às vésperas do paredão desta noite, Pyong Lee realizou uma apresentação de hipnose com alguns confinados, que emocionou e dividiu opiniões, sobre sua conduta. Em entrevista ao site, o hipnoterapeuta Sanny Machado, comenta o episódio assim como a psicóloga, sexóloga, hipnóloga e neuropsicóloga Shirley Magnólia

*Por Brunna Condini

A madrugada desta terça-feira, pré-paredão, rendeu no BBB 20. Após o Jogo da Discórdia, que acontece toda segunda-feira, e já exalta os ânimos dos confinados, eles tiveram uma sessão de hipnose realizada por Pyong Lee. A atitude do mágico e hipnotista em oferecer a atividade ao grupo neste momento, e a repercussão disso, dividiu opiniões dentro e fora do reality.

Pyong hipnotizou alguns participantes, entre eles, Marcela, Daniel, Gabi e Manu Gavassi, que se divertiram, assustaram e surpreenderam com a experiência, mas outros, como Felipe Prior, Thelma, Rafaela e Ivy, também acabaram indo além na vivência em grupo. O hipnotista, fez, por exemplo, com que os brothers não se lembrassem do próprio nome, deixando-os estarrecidos, e a quem assistia também, como Gizelly. Além de fazer Thelma, que é médica anestesista, não sentir o próprio braço, só através da hipnose.

Pyong na atividade de hipnose com Rafaela dentro da casa do BBB (Divulgação Rede Globo)

Na animada madrugada, dois momentos tiveram destaque. Em um deles, o hipnotista fez com que Manu Gavassi fosse vista como Tiago Leifert, o apresentador do programa. Entre os hipnotizados, Ivy foi a que se entregou mais à experiência, tanto, que logo depois, protagonizou um dos momentos mais tocantes, e também, que rendeu comentários lá, e aqui fora. Pyong conseguiu fazer a modelo visualizar o filho, Luiz Miguel, de 3 anos, na participante Gabi. A mineira caiu no choro e também emocionou quem estava em volta. Quando despertou da hipnose, ela disse que sabia que não era o filho que estava ali, mas que conseguiu vê-lo.  No dia seguinte, Ivy confessou que a experiência mexeu muito com ela.

Gabi e Ivy, emocionada por visualizar seu filho (Reprodução)

Outros brothers que estavam na casa também não curtiram muito a demonstração de Pyong, como Guilherme, que está no paredão com o mágico, ao lado de Gizelly, e afirmou que Pyong estava usando a dinâmica para aparecer no jogo e tentar agradar a audiência. Já Flayslane foi mais direta e alardeou que não fazia questão de ver essa demonstração de “pão e circo”.

O mágico e hipnotista e o grupo que se ofereceu para a atividade (Reprodução Rede Globo)

Para além das questões de jogo dentro do entretenimento da Rede Globo, algumas pessoas questionaram este tipo de experiência sendo transmitido em rede nacional.

Em entrevista ao site, o hipnoterapeuta Sanny Machado, comenta o episódio. Viu a repercussão da sessão de hipnose, que o participante Pyong Lee fez nesta madrugada? O que achou? “Sim, vi a apresentação. A hipnose de entretenimento tem como objetivo mostrar a capacidade que as pessoas têm, e que talvez não saibam, sobre a sua mente. Diferente do que muitas pessoas e profissionais acham, a hipnose de entretenimento, feita com muita ética e respeito, só trará benefícios para quem participa, porque ao final sempre será dada uma sugestão para que a pessoa fique bem e tranquila”, explica Sanny.

E completa: “Hoje, em São Paulo, faço parte de um espetáculo chamado “Show de Hipnose Cômica Magicamente”, que está há cinco anos em cartaz nos principais teatros e que já impactou mais de 62.000 pessoas. Já hipnotizamos mais de 6.000. As pessoas vão ao teatro para serem hipnotizadas. O nosso espetáculo faz justamente aquilo que o Pyong fez, só que no final, não só as pessoas do palco, mas toda a plateia passa pela experiência, e resgata um momento feliz que já passou. É muito emocionante, porque, depois, todos se abraçam. Por isso, também nesse show, falamos sobre como a hipnose pode ajudar, e muitas pessoas que foram ao teatro acabam indo tratar em nosso Instituto Evo Life”.

O que faz um Hipnoterapeuta? “Ele usa como ferramenta a hipnose, acessando o subconsciente da mente, por meio de um relaxamento induzido profundo. Desta forma, o subconsciente é acessado e fica receptivo a sugestões, aprendizados e ressignificações, capaz de gerar grandes alterações psicológicas e físicas”.

O profissional também esclarece se este tipo de hipnose não oferece algum perigo.  “Uma vez feita por profissionais que têm conhecimento e experiência não há perigo algum, e sim benefícios. Lembro que é muito importante você conhecer quem irá o hipnotizar”, instrui. “Se for para tratamento, deve pesquisar como qualquer outro profissional que for prestar um serviço. Se tiver indicações de quem já passou, será melhor ainda, para que te dê toda a confiança e tranquilidade. Agora, quando feita uma pesquisa, verifique suas formações, veja se tem depoimentos de pessoas que já trataram, peça para conversar ao telefone com o profissional antes de marcar o tratamento para se sentir segura com ele. São vários os benefícios dentro daquilo que a pessoa busca tratar, mas de uma forma geral, elas percebem que estão no controle de suas vidas. Pode tratar depressão, TAG (ansiedade), Fibromialgia, Insônia, Bruxismo, Síndrome do Pânico, Gagueira, Medos, Traumas, Fobias entre outros”, completa Sanny.

A psicóloga, sexóloga, hipnóloga e neuropsicóloga Shirley Magnólia não acompanha o reality, mas fala do ponto de vista clínico, e alerta para alguns pontos em relação à apresentação. “A hipnose  uma técnica de relaxamento profundo, entre o sono e a vigília, qual o consciente e o inconsciente ficam receptivos à sugestão terapêutica, só acontece porque o paciente permite. Ela pode ajudar em vários aspectos, como tabagismo, e várias compulsões. A hipnose de palco se mistura com ilusionismo, não é como a hipnose clínica. O que pode acontecer com a hipnose de palco, é algum acidente, por causa das rápidas induções. Não só acidente físico, como um tombo que o hipnotizado pode ter na hora da hipnose. Mas psicologicamente ter falsas memórias, visualização criativa, entre outras coisas. A hipnose clínica não oferece nenhum perigo ao paciente, pois só pode ser direcionada quando usada por um profissional preparado para isso”.