Atriz de “Vai na Fé”, Leticia Salles quer emendar novela e sonha ser escalada para remake de Benedito Ruy Barbosa


Em sua segunda novela – ela estreou na TV como a Filó na primeira fase de ‘Pantanal’ -, a atriz exalta suas origens (ela morou com a família no Complexo da Maré), recorda as crueldades e superações do início como modelo, atividade que a trouxe até a carreira atual. E pontua que, depois que a trama das sete terminar, não pensa em descansar: “Esse remake de ‘Renascer’ está na minha mira. Adoraria viver a personagem que foi da Maria Luísa Medonça, a Buba”

*Por Brunna Condini

Leticia Salles não quer saber de descanso depois de ‘Vai na Fé‘, que se encaminha para sua reta final. A atriz começou a carreira em ‘Pantanal’ (2022), emendando no sucesso de Rosane Svartman para o horário das 19h da Globo, e sonha em fazer o mesmo daqui a pouco. “Não quero descansar. E estou pronta para ‘renascer’, se é que me entende”, brinca, fazendo alusão a outro remake de uma novela de Benedito Ruy Barbosa, ‘Renascer’, que deve estrear na faixa das 21h, e está tendo seu elenco selecionado. “Essa novela está na minha mira, estou querendo muito fazer. Adoraria viver a personagem que foi da Maria Luísa Medonça, a Buba. É complexo e muito interessante. Mas estou aberta a propostas. Amo trabalhar como uma boa capricorniana”, conta.

Na pele da ambiciosa Érika na trama das sete, Leticia que tem uma trajetória recente como atriz e antes era modelo, joga para o universo: “Quero ter uma carreira brilhante e ser uma excelente atriz. Vou estudar e trabalhar muito pra isso. Desejo ter voz e que as pessoas se identifiquem comigo como ser humano. É uma meta ter uma carreira consolidada e poder ajudar tanto a minha família, como outras pessoas. Quero chegar longe e conseguir levar quem sempre acreditou em mim. Não preciso de muito, só do suficiente. E tenho muita fé que isso tudo vai acontecer. Se tem uma coisa que essa novela me ensinou, é a ter mais fé”.

Trabalhava como modelo, estava longe da família, dos amigos, e tive crises de ansiedade. Além de ser muito cobrada pela forma física pelo trabalho que fazia como modelo, achava que não era boa o suficiente. É um mundo muito cruel – Leticia Salles

Leticia Salles fala do desejo de emendar novelas e de se firmar na profissão (Fotos: Luciano Luna)

Leticia Salles fala do desejo de emendar novelas e de se firmar na profissão (Fotos: Luciano Luna)

Se em sua estreia na TV, Leticia dividiu o papel da doce e potente Filó com Dira Paes, na novela atual, ela faz uma personagem diferente. Érika, ex-backing vocal e também affair de Lui Lorenzo (José Loreto) faz as vezes de dublê de jornalista em um site de fofocas, e no momento, deseja se tornar atriz. “Estou no início da minha jornada e já tendo a oportunidade fazer personagens tão diferentes, isso mostra um pouco do que sou capaz de fazer. Sei que estou tendo oportunidades de ouro e dou o meu melhor para aproveitar. Tenho estudado, aprendido muito no set com as feras que trabalho, me sinto sortuda e abençoada”, observa a atriz, que tem contracenado constantemente com Renata Sorrah no folhetim.

O esporte aliado á terapia é a chave do sucesso, acho que todo mundo deveria ter acesso – Leticia Salles

Leticia Salles e Renata Sorrah em 'Vai na Fé' (Foto: Reprodução/ Instagram)

Leticia Salles e Renata Sorrah em ‘Vai na Fé’ (Foto: Reprodução/ Instagram)

Do Complexo da Maré para o mundo

Ela voltou de Londres, na Inglaterra, para o Brasil em 2020, desejando investir na carreira de atriz e deixando para trás a carreira de sete anos como modelo. “Não me sinto mais pressionada esteticamente, embora saiba que eu sou o padrão. E que ainda existe um desafio de mostrar que uma mulher bonita também pode ser inteligente, boa atriz. Desencanei. Estou aprendendo sobre um outro mundo diferente, mais diverso”.

"Quero ter uma carreira brilhante e ser uma excelente atriz. Vou estudar e trabalhar muito pra isso" (Foto: Luciano Luna)

“Quero ter uma carreira brilhante e ser uma excelente atriz. Vou estudar e trabalhar muito pra isso” (Foto: Luciano Luna)

E salienta como suas origens a empoderaram para que fosse em busca dos seus sonhos. “Morava com a minha mãe, avó e uma tia no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. Tínhamos uma convivência um pouco conturbada, já que éramos mulheres fortes, com visões muito diferentes de mundo. E por conta do que vivia dentro da comunidade, tive muito gás pra desejar sair dali. Se eu não tivesse tido essa história, talvez não tivesse a força que tenho hoje e fosse a mulher que me tornei. Quem eu sou também se deve à minha mãe, Maria Fernanda, uma mulher que me teve aos 17 anos, e foi sempre muito determinada, guerreira. Ela é muito minha amiga. Teve uma vida complicada, se tornou professora e sempre batalhou pela melhor educação para mim. Mesmo sem condições, me colocou nos melhores colégios, conseguia bolsa”, conta.

"É uma meta ter uma carreira consolidada e poder ajudar tanto a minha família, como outras pessoas" (Foto: Luciano Luna)

“É uma meta ter uma carreira consolidada e poder ajudar tanto a minha família, como outras pessoas” (Foto: Luciano Luna)

“Quando eu tinha 18 anos, ela foi para outro país (República Dominicana) visando tentar uma vida melhor pra gente e eu a incentivei. Foi dar aulas e trabalhar com tradução, na embaixada brasileira. Isso foi ótimo para mim, porque me deu autonomia e independência. Hoje ela está em Boston (Estados Unidos), casou com um americano, está feliz por lá, mas morro de saudade. Ainda quero que minha mãe volte pra cá um dia. Sem dúvida, é um sonho trazê-la em condições melhores, e tenho fé que vou conseguir”.