*Por Brunna Condini
Juliana Paiva está de volta à TV na pele de Luna, em “Salve-se quem Puder”, no horário das 19h, na Globo, e tem feito bonito. E a história de Daniel Ortiz desde o início mostrou a fórmula de atrair a audiência na TV aberta com direito a furacão, assassinato, fuga e mudanças radicais de vida. Ou seja, ação!
A personagem de Juliana, assim como a Alexia, vivida por Deborah Secco, e Kyra (Vitória Strada), sofreu uma reviravolta na vida, após testemunhar um assassinato em Cancún, no México. E como se isso não bastasse, ainda teve um furacão no meio do caminho. Sim, a produção da novela reproduziu os efeitos da devastação do evento natural. A atriz ainda comenta a gravação das cenas. “Foi no Rio Walter Planet, onde foi montada uma baita estrutura, quase hollywoodiana, com fundos de croma, onda, vento, árvore dentro d’água, foi uma loucura”, recorda.
E Juliana, como encara os furacões na vida? “Ressignifiquei a morte do meu pai (Gilmar dos Santos, morreu aos 64 anos de um infarto, em setembro do ano passado). E ele continua sendo meu pai, onde estiver, e mandando as melhores energias. A gente segue no amor”, analisa. “A novela fala deste tipo de contraponto. Se você passasse por um tipo de furacão na sua vida, e que só tivesse a opção de encarar, como faria isso? Eu entendi como essa analogia e estamos contando a história da melhor forma”.
E conclui: “Uma tragédia como essa apresentada na novela mexe com qualquer pessoa que passa por ela. A possibilidade da morte, você estar ali tão perto daquilo, te faz repensar toda a sua vida. Para a Luna é uma coisa em cima da outra. Ela passa pelo furacão, depois tem a quase morte do pai dela, que ela descobriu que está internado, depois Luna precisa mudar de vida e abandona a família. É muita emoção, uma em cima da outra, mas nada é tão forte quanto a quase morte”.
Juliana destaca ainda que, na história dirigida por Fred Mayrink, a reflexão sobre o que desejamos, ser ou não o melhor para nós, também se faz presente. Já aconteceu alguma experiência do tipo com você? “Acredito que passamos por muitos livramentos nas nossas vidas. E esse fazer pensar da história, também é o grande barato. Estamos fazendo uma comédia, mas podemos fazer refletir, através das questões ali”.
Em 11 anos de Rede Globo, e vivendo sua quarta protagonista em novelas, Juliana confessa se identificar muito com Luna. “Tem a garra dela e um lado sonhadora, mas, ao mesmo tempo, pé no chão. Quando acontece algo difícil, eu fico buscando caminhos para sair. E a Luna é muito assim, ela é meio o fio condutor das três. Olha, talvez a Luna seja a personagem mais próxima de mim”.
A vinda de Luna para o Brasil, a aproximou da mãe, Helena, vivida por Flavia Alessandra. Mesmo que não da melhor forma ainda. “Na verdade, ela lidou com uma ausência por muito tempo, então acho que por mais que isso seja um sonho, ela amorteceu isso. São duas estranhas completas tendo um passado que é para a vida toda, esse passado é o que elas carregam, é o DNA, né? Pela mãe, a Luna tem um misto de carência afetiva com uma mágoa muito grande. Ela quer saber porque a mãe abriu mão dela. Porque trata os enteados como filhos e esqueceu dela. São sentimentos muito fortes. Tem rendido”.
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