Ator de série e longa teen, Rafael Coimbra colhe louros e toparia um BBB: ‘Hiper exposição, mas sou bem resolvido’


O ator está em dois projetos: um deles, a série “De Volta aos 15”, da Netflix,, e no longa “Perdida”, nos cinemas. Apenas no site da gigante americana Amazon o livro “De Volta aos 15” está entre os 10 mais vendidos na categoria Romance/Ficção Científica e Viagem no Tempo/Ficção Científica. O ator, de quase 30 anos, observa a necessidade de atualização de linguagem da TV aberta para conquistar um público menos maduro que costuma utilizar mais desta plataforma. Além disto diverte-se em lembrar que o fato de ser homônimo de um jornalista da Globo obrigou-o a, administrativamente, assinar outro nome artístico junto à emissora.

*por Vítor Antunes

Hit entre o público teen, a série “De Volta aos 15” e o filme “Perdida”  não apenas setorizam a preferência desta fatia de público, mas também têm levado estes consumidores às livrarias. “Perdida”, é baseado no original de Carina Rissi, autora fenômeno de vendas entre o público adolescente, bem como “De Volta” é de autoria de Bruna Vieira. Ambos os projetos audiovisuais contam em seu elenco com o ator Rafael Coimbra. No longa, que possui uma direção a seis mãos – Katherine Chediak PutnamDean LawLuiza Shelling Tubaldini – a tônica parte dos romances de Jane Austen (1775-1817)  e têm uma viagem no tempo. Rafael revela que, na adolescência, sempre teve uma “visão deturpada” de quando chegaria aos 30 anos. “Nos anos 1990, as minhas referências eram de pessoas que, aos 30, já tinham filhos e  estavam casando e com uma carreira estruturada”.

No longa infantojuvenil, o personagem do ator é aquilo que as redes sociais intitulam como “boy lixo”, ou seja, um homem tóxico. O ator também celebra o fato de que esta geração, ainda que seja hiperconectada, embarcou na literatura e que ambos os livros que serviram como base às tramas bateram recordes de vendagem. Apenas no site da gigante americana Amazon o livro “De Volta aos 15” está entre os 10 mais vendidos na categoria Romance/Ficção Científica e Viagem no Tempo/Ficção Científica. 

No campo dos sonhos, Rafa diz que um dos seus desejos é o de ingressar no BBB: “Acho que é algo importante e passar pelo programa é algo que foi ressignificado. Pode ser uma porta de entrada para outros lugares, para uma experiência múltipla. Não que estar no reality seja algo que me motive profundamente, mas seria bom para mostrar meu trabalho. Seria interessante que me conhecessem assim também, esse outro Rafa”.

Rafael Coimbra: Sucesso entre o público teen, ator fala sobre projetos no audiovisual (Foto: Simone Francisco)

DE VOLTA AO FUTURO

Não são poucos os filmes e projetos audiovisuais que tratam sobre viagens ao passado ou ao futuro. A novela “O tempo não Para“, da Globo, é um exemplo. Porém, este parece não ser um elemento restrito a um passado distante. Atualmente, dois produtos dedicam-se a brincar com a cronologia e com o espaço-tempo. As já citadas “Perdida” e “De Volta aos 15“. Perguntamos ao ator Rafael Coimbra como flagra-se diante desse choque de gerações especialmente em seu ofício: “Na minha época havia um maior consumo, no audiovisual, voltado às novelas e isso limitava muito a relação [profissional] dos atores. As oportunidades estavam restritas às emissoras de TV e eram mais restritas. O mercado se universalizou para mim como ator, assim como para o público consumidor e isso nos aproxima. Hoje há muito mais portas abertas”.

Nascido em 1994, tal como Bruna Vieira, autora do livro “De Volta aos 15“, Rafael acredita que essa é uma geração que é “muito engajada nas redes sociais. Por ser mais velho, eu tinha algum bloqueio, não era muito ativo nas redes. Hoje noto haver muitos fã-clubes no Instagram, um carinho grande. Trata-se de uma geração com alguma inocência, com um fanatismo pelo ídolo e que nos traz uma energia gostosa que eu nunca tinha experimentado”. Ainda nesta adaptação, “Rafa” aponta que os adaptadores do roteiro foram especialmente mais cuidadosos para fazerem “as mudanças caberem na trama. Houve alguma tensão já que as pessoas são muito fãs”.

Chegando aos 30, e observando a minha trajetória profissional, me sinto mais maduro como ator – Rafael Coimbra

Rafael Coimbra e Yana Sardenberg em “De Volta aos 15” (Foto: Divulgação)

“Eu ainda acho que grande público da TV atinge muito a massa. Mesmo as novelas bíblicas que fiz, e que eram mais nichadas, tem um bom público. Mas acredito que a TV aberta tenha que estudar novos tipos de linguagem, sem, no entanto, deixar de fazer o que fazem. mas, abrindo-se mais para séries e co-parcerias” – Rafael Coimbra

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RAFAEL COIMBRA VERSUS RAFAEL COIMBRA?

Qualquer pessoa inteirada sobre televisão é capaz de perceber que o nome “Rafael Coimbra” é familiar. Com efeito, Coimbra tem um homônimo, o ex-comentarista de informática e tecnologia da Globonews. Coincidentemente, ambos estavam no Grupo Globo no mesmo tempo, o que gerou uma situação insólita: “O Financeiro da Globo me ligou falando que eu teria que mudar o meu nome artístico por conta de haver, na casa, outra pessoa com o mesmo nome. Fiquei desesperado, pensei em numerologia e até mesmo no meu outro sobrenome”.  Por fim, a questão era menos grave que ele pensava. Não era necessário mudar oficialmente o nome artístico, mas apenas o registrado na emissora. A substituição para o fictício “Rafa Coimbra” já bastou e a redundância entre os rafaéis foi solucionada.

…. e Rafael Coimbra ex-ator da Globo. A coincidência de nomes rendeu uma história cômica

Rafael Coimbra, ex-jornalista da GloboNews….

Outro braço no qual Rafael está se apoiando é, justamente no mergulho no teatro e nos projetos autorais. Um deles, trata-se de uma série de 8 episódios roteirizada por ele em parceria com o Felipe Herzog e com a Flávia Valentina. Ainda neste semestre voltará ao cartaz com uma peça chamada “Pressa” , produzida pela grupo “Os Fodidos Privilegiados“, hoje coordenado por João Fonseca e que no passado teve em Antonio Abujamra (1932-2015) seu líder

Já que os livros  inspiraram os projetos nos quais Rafael está trabalhando, interessamo-nos em saber quais que despertaram seu interesse: “Um deles é “Só as Mães São felizes“, escrito pela Lucinha Araújo, mãe do Cazuza (1957-1990). Para mim é uma mãe tentando, a toda prova defender o filho. Chorei do início ao fim e indico. Outro que acabei de ler foi “O Jantar Secreto” do Raphael Montez. Uma ficção muito engraçada. Acho literatura fundamental”, finaliza.