*Por Brunna Condini
O ator Antonio Calloni já grava a próxima novela das 18h, ‘Além da Ilusão‘, como Mathias Tapajós, um juiz respeitado, pai da protagonista vivida por Larissa Manoela. E em entrevista ao site, Calloni fala com entusiasmo da nova fase. “Achei a Larissa simpática, profissional, o Rafael Vitti também (Larissa Manoela e Vitti são o casal protagonista da trama). Eles são dedicados e gentis. Tive um período de 12 dias gravando em Poços de Caldas, em Minas Gerais, foi intenso. Estou feliz em voltar a trabalhar. Mas exausto, porque trabalhar hoje exige outro grau de energia por conta de todos os protocolos necessários para a prevenção à Covid-19″, conta. E, apesar dos mais de 40 anos de trajetória profissional, o ator afirma que continua com a disposição de um aprendiz: “De verdade, aprendo com absolutamente tudo. Tento manter um olhar curioso, ainda primeiro, para a vida e as pessoas. E também aprendo com os atores mais jovens, claro. Eles têm muito a ensinar pelo comportamento e visão de mundo”.
Mas para quem está com saudade do ator, ele pode ser visto desde o início deste mês na reprise de ‘O Clone‘, no ar no Vale a Pena ver de Novo. Para Calloni, o papel foi um divisor de águas na carreira, e o que se destaca são as lembranças da parceria com Leticia Sabatella, que interpretou Latiffa, esposa do seu personagem, Mohamed. “Esse casal ainda é lembrado 20 anos depois e isso me deixa muito emocionado. Foi muito feliz a parceria com a Leticia, que fez um trabalho brilhante. Tinha poesia, amorosidade, cuidado, carinho’, recorda. E comenta sobre a relação de amor dos personagens, que até hoje inspira. “É muito interessante essa relação dos dois, porque começou como um casamento arranjado, como se fazia culturalmente para a realidade deles. Foi bonito de ver como o amor foi sendo construído e se tornou real. Estamos acostumados a ver os amores instantâneos em novelas. Mas a beleza deste relacionamento é que as pessoas foram cativadas da forma que eles foram amadurecendo esse amor. Um sentimento genuíno. É muito amor”.
Mais de quatro décadas exercendo o ofício como ator, Calloni também adora pescar e é um grande sommelier. Mais? Ele estreou como escritor em 1999 com ‘Os infantes de dezembro’ e, vinte e um ano depois do primeiro livro, lançou durante a pandemia ‘Filho da noite’. “Criatividade é investigação, prazer e provocação. O escritor é mais despudorado, ‘honesto’, sem filtro. O ator tem o filtro do personagem, mas não deixa de se entregar. Criar é fascinante e o trânsito entre essas duas áreas é fácil, familiar e prazeroso”.
E avalia o percurso até aqui: “Comecei em 1979 e, sinceramente, desde então, sou feliz. Tive dois mestres, a Celia Helena (1936-1997) e o Antunes Filho (1929 – 2019). Ali já achavam que eu era bom ator e isso é uma sorte. Só tenho sensações prazerosas ao longo da minha carreira. O saldo geral é muito bom, mesmo quando olho para os momentos difíceis. Tem muito o que desejo fazer, só não sei o quê ainda (risos). Gosto do gerúndio: “estamos indo, chegando”. Estou no processo. Gosto de pensar que vou ser abençoado com novidades incríveis pelo caminho”.
Artigos relacionados