*Com Thaissa Barzellai
Antonia Morais seguiu o caminho da arte e tem feito muito bonito. Ela foi uma das artistas convidadas para mostrar a verve cantora no documentário “Orlamundo”, idealizado pelo músico Orlando Morais e com direção de Alexandre Bouchet, e que teve a primeira exibição nacional no Festival de Cinema de Gramado. O filme acompanha a trajetória e reflexões da vida de Orlando e leva o espectador a um lugar mágico onde artistas dos quatro cantos do mundo celebram suas culturas e a arte, tendo a música como condução. Em cena, Antonia emociona com um dueto da canção “Sertão”, uma lembrança afetiva entre pai e filha. “Eu achei bem significativo a gente estar junto em um projeto que tem uma mensagem muito linda, que fala do respeito e das diferenças. É uma mensagem pertinente para o mundo inteiro. Acabei mergulhando no projeto e foi um grande presente. Eu sou realmente uma extensão dele”, frisa Antonia. Apaixonada pelo projeto, ela conta que embarcou nessa aventura que teve como cenário principal o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses e disse que “voltou transformada”. Lá Orlando recebeu convidados como o chinês Guo Gan, um mestre do milenar instrumento Erhu; o multinstrumentista nigeriano Kuku; o malinês Kasse Mady Diabaté, o grande Griôt do Mali, falecido após as filmagens; a cantora vietnamita Huong Thanh; além da dupla de violeiros goianos Marcus Baincardini e Jairo Reis.
Durante os dois meses que passou no Maranhão, Antonia se permitiu experimentar o desconhecido que vieram dos imprevistos da vida. É como Orlando disse em entrevista exclusiva ao site Heloisa Tolipan: “Os imprevistos são bons e temos de estar de coração aberto para eles”. E foi exatamente isso que Antonia fez. Quando se deparou com a situação do falecimento de um grande amigo do pai e com a pneumonia que Orlando adquiriu à época das filmagens, ela arregaçou as mangas e assumiu o papel de assistente de direção e produção ao lado do namorado e ator, Wagner Santisteban. “Eu perdi alguns fios de cabelo, muitas horas de sono. Eram pessoas com culturas e desejos muito diferentes e orquestrar tudo aquilo com o nosso cronograma foi um desafio. Eu tinha o Wagner do meu lado que ajudou muito. A experiência foi muito enriquecedora”, relembra.
Para Antonia, o projeto não poderia ter nascido em um momento mais pertinentes para a nossa sociedade. Em tempos de violência, ódio e intolerância, o documentário se apresenta como uma válvula de escape por meio da música, simplicidade e da convivência. “É um projeto que tem uma mensagem muito linda, que fala da convivência, do respeito, das diferenças. Eu tenho muito orgulho”, diz. O filme recebeu o prêmio de Melhor Documentário no Los Angeles Independent Film Festival Awards (LAIFAA) e Antonia enfatiza que os dois meses desse trabalho representaram algo que ela jamais havia se permitido viver. “No Maranhão, nem as noites mal dormidas tiraram o brilho daquele povo e lugar. Esse filme me traz muitas boas lembranças. Foi tão bom de fazer. Só guardo boas lembranças, orgulho e saudade”, afirma.
Aos 27 anos, recém completados no início de agosto, Antonia Morais, que tem atuado como atriz em produções para televisão, é uma apaixonada pela música e seus trabalhos recebem um excelente feedback do público. “Eu sempre cantei com o meu pai nos discos dele. Desde criança eu estava com ele no estúdio, em casa, onde reúne sempre os amigos e de todas as nacionalidades. Isso me enriqueceu muito musicalmente”, conta.
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Todas essas influências que estiveram sempre na vida dela estão se manifestando em mais um projeto musical. Após o primeiro disco autoral, “Milagros”, Antonia se prepara para lançar “LUZIA”, disco que vem para mostrar um lado totalmente diferente da cantora, que só a Antonia de 27 anos pode expressar. “’Milagros‘ foi a primeira experiência. Ele era bem barulhento, bem experimental e bem rebelde. Esse segundo é mais calmo e reflexivo. Tenho mil possibilidades de experimentações e assim me fortaleço. Eu vou estar sempre me ‘experimentando’. Esta é a palavra”, afirma. Sendo assim, que venha a “LUZIA“!
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