*Por Rafael Moura
Em tempos de pandemia, as relações humanas e familiares se afloraram e ela vão ganhar destaque na novela ‘Um Lugar ao Sol’, a primeira totalmente inédita no horário das 21h desde o início da pandemia. A trama criada e escrita por Lícia Manzo, com direção artística de Maurício Farias, é uma obra que reflete sobre as várias oportunidade – ou a falta delas – que encaramos durante a vida. Ao longo dos capítulos iremos mergulhar na vida de Rebeca, interpreta por Andrea Beltrão, uma ex-modelo de sucesso que vive oprimida pelo curto prazo de validade da carreira que abraçou.
A personagem é a filha mais velha de Santiago (José de Abreu) e meia-irmã de Bárbara (Alinne Moraes) e Nicole (Ana Baird). Rebeca saiu de casa muito cedo, ao ser descoberta ainda na adolescência pelo olheiro de uma agência de modelos e alçando voo na carreira longe da família. Um de seus dramas é ver que o tempo está passando e o espaço no mercado publicitário está cada vez menor.
Rebeca é mãe de Cecília (Fernanda Marques) e está casada com Túlio (Daniel Dantas), um mulherengo inveterado. Há tempos, a relação dos dois não tem a mesma paixão do início, mas Rebeca não sabe bem o que fazer com a situação. Enquanto isso, Túlio tem um caso com Ruth (Pathy Dejesus), engenheira que presta serviços para a rede de supermercados Redentor.
A vida da nossa ageless (movimento por uma beleza sem idade), muda quando ela conhece o jovem Felipe, vivido por Gabriel Leone, que é namorado de Bela (Bruna Martins), a melhor amiga de Cecília. Rebeca e Felipe não conseguem resistir à paixão e acabam se envolvendo. A diferença de idade entre eles, entretanto, será motivo de grande conflito também. “Nasce um sol na vida da Rebeca quando ela conhece o Felipe. Mas essa paixão não é vista por bons olhos pelas pessoas”, conta Andrea Beltrão.
Ao contrário da personagem, que vive uma crise por não saber lidar com a passagem de tempo, Andrea Beltrão é uma verdadeira perennial, a mulher que carrega um estilo de vida, gostos e hábitos independente de sua idade, que encara a maturidade com leveza. “Tenho a mesma idade que a Rebeca, mas não vivi nenhuma pressão. Eu me sinto feliz, vivo bem, estou bem. Quando me olho no espelho hoje em dia, me acho muito mais bonita do que antes. Tem fotos minhas que eu olho e falo: ‘Nossa, que coisa pesada’. Hoje, me acho mais leve”, comenta a atriz.
Uma noveleira assumida, Beltrão conta com muita felicidade esse retorno às telinhas após 20 anos, ainda mais no horário nobre. “Não fazer novela não foi opção minha, foi porque estava na ‘Grande Família’ e em ‘Tapas e Beijos’. Esses anos todos fiquei nessas duas séries. Adoro novela, sou noveleira. Adorei o convite e a personagem”, revela, acrescentando: “A Rebeca é uma ex-modelo com 50 e tantos anos que se vê às voltas com envelhecimento, com essas questões que muitas mulheres ainda têm. Ao mesmo tempo é muito viva, cheia de vida. Uma mulher com camadas muito interessantes”.
A atriz comenta ainda: “Eu vejo de forma muito interessante todas as situações na vida da Rebeca. Muitas delas eu não vivi na minha vida, mas a compreendo e vejo com carinho. Com o amadurecimento, eu entendi que a angústia não leva a lugar algum. Precisamos nos questionar: ‘qual é o problema de envelhecer?’. Precisamos tentar entender e saber lidar com esse processo. Até porque a outra opção é bem pior”.
Andrea frisa que sua personagem sente pressões e aflições por conta de sua profissão de modelo. “Ela faz muito desses questionamentos. O trabalho dela se alimenta dessa pressão pela perfeição e beleza. É uma ex-modelo, as oportunidades começam a rarear, não tem mais espaço. Mas eu acho que a Rebeca reage, por mais que fique insegura, sofra, dê passos para trás. Ela está sempre ativa na situação, tomando as rédeas de sua vida”.
Para compor Rebeca, Beltrão revelou que se inspirou muito na geração de supermodelos dos anos 1980: “Eu vivi nos anos 80, as modelos que eu mais gostava eram Linda Evangelista, Naomi Campbell… Aquelas deusas todas e que hoje continuam incríveis”.
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