Nascido em Bragança Paulista, Alex Morenno sempre foi um apaixonado pelo mundo das artes. Desde os oito anos que o futuro artista já se identificava com as inúmeras facetas e possibilidades que o universo cultural podia proporcionar. Atualmente, o ator vive um dos momentos mais férteis de sua longa carreira. No ar em “Órfãos da Terra”, trama das 18h da Globo, na pele do vilão Robson, ele comentou sobre seu personagem e a experiência de fazer parte do projeto: “A princípio, eu faria apenas uma participação especial, não ficaria até o fim da novela. Porém, após o início das gravações, as autoras perceberam a necessidade de mantê-lo na história. O destino ainda é um mistério. Ele está inserido no núcleo dos vilões, ao lado dos personagens da Alice Wegmann e do Carmo Dalla Vecchia. Eu tenho acompanhado a trama como público e não como ator do produto, e tenho adorado”.
O roteiro do folhetim é baseado no drama dos refugiados, que ganhou maiores proporções desde meados de 2011. Sobre o tema, ele afirmou: “Tanto a Thelma Guedes quanto a Duca Rachid, autoras de “Órfãos da Terra”, possuem um posicionamento político muito claro. É um assunto muito delicado, com uma importância social bastante relevante. Fico contente de participar desse processo. Estudei e pesquisei muitas referências para dar vida ao Robson, o que me fez entender com mais profundidade a triste realidade dessas pessoas. A novela ajuda a desmitificar o preconceito que existe, principalmente diante do contexto político em que estamos inseridos. Muitos olham para eles de forma negativa, sempre com julgamento, mas não entendem que estão apenas lutando pela sobrevivência. Eles saem dos seus países por uma questão de vida ou morte. Essa novela fala sobre empatia, um sentimento que falta na nossa sociedade atual. É um assunto político contemporâneo que provoca a reflexão”.
“Outro importante ponto a ser abordado é a questão do empoderamento feminino. Esse enredo possui personagens fortes que incluem a assinatura da representatividade. Dessa forma, a mulher reafirma o seu espaço e a sua voz”, disse o ator.
Além da televisão, Alex mostra similarmente toda a sua versatilidade artística nos palcos. Em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, com a peça “Van Gogh por Gauguin”, que também é escrita por Thelma Guedes, ele dá vida a uma versão do pintor holandês. “A peça nasceu de uma necessidade de falar sobre a solidão. Em dado momento, as pessoas começaram a me chamar de Van Gogh por causa da minha aparência. Com isso, eu busquei mais pela história e em tentar entender mais sobre o artista por trás das obras famosas. Eu uso a minha voz para fazer um paralelo entre nós dois. Busco evidenciar a minha leitura sobre ele e o que eu imagino e visualizo. É muito interessante trabalhar dentro dessa perspectiva”.
Sobre trabalhar com a autora em duas propostas diferentes quase que ao mesmo tempo, ele falou: “A figura dela é forte e possui uma potência poética grande. A presença em ambos os trabalhos é abundante. Sou privilegiado em fazer essa dobradinha. Sinto profunda admiração e estou feliz”.
Ao tentar mensurar a satisfação de estar nos palcos, o artista se emociona: “Sinto o maior prazer em falar sobre isso. O teatro me salvou. Eu poderia ter uma realidade totalmente diferente do que eu vivo hoje em dia. É um chamado, é uma convocação. Aos oito anos, quando eu fiz a minha primeira peça, eu não pensava em dinheiro ou fama, eu fazia pela paixão. Foi através do teatro que eu me descobri como ser humano, a ser mais generoso e a ouvir o próximo. Eu fico arrepiado. Eu atuo por necessidade. Eu amadureci e me transformei eternamente após essa experiência”.
Alex descreveu as principais diferenças de trabalhar paralelamente na televisão e no teatro: “No teatro você trabalha com a obra fechada. Recebemos o texto e compreendemos a trajetória do personagem ao longo da peça. Na televisão isso não acontece. A trama está sendo construída juntamente com o nosso trabalho. Por esse motivo que eu não soube falar sobre o futuro do meu personagem na novela. Existem vários fatores – entre eles a resposta do público – que fazem com que a jornada do projeto seja alterada. Mas, sempre, é preciso uma carga emocional forte para entregar um bom trabalho”.
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