É, parece que a relação entre Ingrid Guimarães e o cinema está indo, realmente, de vento em popa. Como a atriz tinha nos contado em junho, durante o Rio Moda Rio, ela está “apaixonada” pelo formato. Pois bem. Nós do HT, que não perdemos uma, fomos à pré-estreia de “Entre Idas e Vindas”, que Ingrid protagoniza ao lado de Fábio Assunção, conferir como foi mais essa experiência da atriz nas telonas. O longa, que teve direção de José Eduardo Belmonte, estreia essa semana nos cinemas do Brasil com a história de quatro mulheres que decidem se aventurar na estrada a bordo de um motohome. Por entre as rodovias tupiniquins exploradas pelo grupo, o veículo quebra e permite o encontro de Amanda, personagem de Ingrid, e Afonso, papel de Fábio Assunção na trama.
“Foi como reviver a adolescência. Foram 14 dias sem voltar para casa. Isso porque nós ficamos mais tempo em uma sala de ensaio do que filmando. A gente chegou muito pronto, já estávamos bem preparados, e ficamos bastante unidos. Foi incrível uma experiência única na minha vida. Esse filme, com um caráter menor e mais artesanal, tem essa característica de transformar todo mundo em sócio e dono do projeto. O longa tem um espírito de grupo muito lindo, que eu acho que passou para a tela. O clima nas gravações era totalmente familiar, ainda mais com o João (Assunção) – filho de Fábio e estreante nos cinemas –, que era o nosso mascote. A gente botava música nos translados pela estrada, cozinhávamos juntos nos hotéis, brincávamos o tempo todo”, relembrou.
Mas não é só em “Entre Idas e Vindas” que Ingrid Guimarães marcou presença. Lembra que contamos que a relação da atriz com a sétima arte estava a mil? Então, daqui a pouco menos de um mês, no dia 1º de setembro, Ingrid estreia seu próximo filme: “Um Namorado Para a Minha Mulher”. Nesta trama, a atriz interpreta Nena, uma mulher casada com Chico (Caco Ciocler), mas que será seduzida por Corvo (Domingos Motagner), um namorado de aluguel contratado pelo próprio marido. A história inesperada e um tanto quanto inusitada saiu da película argentina de sucesso “Um Namorado Para a Minha Esposa” (2008), de Juan Taratuto. “É um filme delicioso. A história narra a vida de duas pessoas que são casadas há muitos anos, mas que estão acomodadas na relação e não têm coragem de se separar. Até porque, casar é fácil, difícil é terminar, né? E, nesse caso, quem não quer mais é o homem. Só que, para eles, é ainda mais difícil do que para nós mulheres, já que os homens são mais quietos. É uma história lúdica e divertida”, adiantou a atriz sobre o filme que ela assinou o roteiro junto com Lusa Silvestre.
Apesar de estar in love com a sétima arte, Ingrid Guimarães nos contou que não abandonou as telinhas. Em breve, a atriz começa a gravar a segunda temporada de “Além da Conta” (GNT). Mas dessa vez, o programa, que na primeira etapa mostrou Ingrid comprando loucamente em Nova York, ganhará uma adaptação à atual situação econômica do país. Sim, caros leitores, por causa da crise. “A próxima temporada do ‘Além da Conta’ eu vou fazer no Brasil. Eu acho que não dá para gastar muito nos Estados Unidos. Como eu vou fazer um programa exibindo Nova York se as pessoas não estão conseguindo nem consumir dentro do próprio país? Por conta disso, decidimos falar sobre o consumo barato dentro do nosso país, como na 25 de Março, em São Paulo e na Saara, no Rio de Janeiro. Eu acho que existe essa compulsão por compras em todas as classes sociais. Outro dia eu fui em uma liquidação e estava lotada de mulheres que, agora, só compram nessas oportunidades. Então, eu vou mostrar esses caminhos que as pessoas estão achando para consumir por aqui”, adiantou.
Mas não é só nas comprinhas que a crise aparece e preocupa. Ingrid nos contou que, em tempos de cortes de gastos, como atualmente, a arte é uma das grandes afetadas. E, como a atriz destacou, o teatro é o principal prejudicado. “As peças estão sendo canceladas, tiradas de cartaz antes do tempo e não está havendo oportunidades para captar dinheiro para o teatro. Essa é uma arte muito simples, que vive do próprio público. Então, se as pessoas não têm dinheiro para ir, não tem receita para se fazer também. Mas eu acho que é isso mesmo. Em tempos de crise, acaba que a cultura, infelizmente, não é uma prioridade”, lamentou.
E, uma das alternativas para possibilitar a continuação da produção de arte em diferentes áreas nesse momento seria através da lei Rouanet. No entanto, devido às recentes e repetidas reviravoltas no cenário político brasileiro, a lei que incentiva a cultura também não está servindo tanto à classe artística. “Eu acho importante que a lei seja revisitada e que os defeitos dela sejam analisados. Porém, eu só acho que há um mal entendimento desse assunto, como se ‘a gente ‘mamasse nas tetas da lei Rouanet’ e fosse lá só tirar o dinheiro. Mas não é assim. Ela só possibilita uma empresa a não pagar impostos e dar o dinheiro para os artistas se ela quiser. A gente depende das escolhas da empresa. Não é tão fácil assim”, opinou a atriz que recebeu a ajuda da lei nos primeiros anos do espetáculo “Cócegas” no teatro. “Nos últimos oito anos da minha peça eu fiquei sem a lei Rouanet, com o teatro mesmo se pagando. Talvez, se ela não existisse, a gente não conseguiria fazer muitos projetos. E, com isso, as pessoas não iam ter a oportunidade de ver muitos trabalhos legais nesse país. Eu acho que há um mal entendimento disso, como tudo no país hoje em dia. Mas eu sou super a favor de fazer um pente fino e ver onde a gente pode melhorar para que essa lei fique justa para todo mundo”, argumentou.
Aproveitando que a atriz mencionou a polarização política que o país está passando, o HT questionou Ingrid sobre o que ela acha do atual momento do Brasil. E, segundo a loura, não é porque o artista é uma pessoa pública que ele precisa entender e se posicionar em todos os assuntos. Ainda mais sobre política, que vêm despertando tanta revolta entre a sociedade. “Eu acho que nós atores não precisamos nos sentir obrigados a discutir um tema que a gente não domine. Não é só porque você é ator, que você precisa entender de todos os assuntos. Porém, às vezes, eu acho que a gente pode ajudar em algumas causas sociais, por exemplo. No entanto, em relação à política, eu acho que está muito difícil de falar porque está muito polarizado, ou é um lado ou é o outro”, disse Ingrid que, no começo do ano, foi hostilizada nas redes sociais após publicar uma piada contra o deputado federal Jair Bolsonaro.
Sobre o ocorrido em março, Ingrid foi categórica: “O que eu falei dele foi aquilo. A minha opinião continua igual e eu não vou voltar a uma discussão porque não vale a pena. O que eu penso dele todo mundo já sabe e eu não quero ficar dando audiência para essa pessoa. Então, eu acho que o que eu vivi disso é que não vale a pena. Tem horas que é melhor não postar e nem tomar nenhum partido, porque isso não vai ajudar ninguém. Pelo contrário, só vai gerar algo chamado violência. Por isso, hoje, eu prefiro não me posicionar, porque não existe mais meio termo”. Embora a atriz tenha sido atacada e ameaçada pelas redes sociais e ter sido chamada de “vagabunda” por alguns simpatizantes do deputado carioca, Ingrid afirmou que não se arrependeu do que fez. “Só não quero mais falar disso. Acho que é um assunto muito delicado e que, hoje em dia, está gerando muita violência. E tudo o que causa violência, perde o objetivo”, completou a atriz.
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