No cinema, o sucesso esperado com o filme “Mais Forte que o Mundo – A História de José Aldo” foi comprovado. Durante as seis semanas que o longa com a história do lutador do peso-pena do UFC esteve em cartaz, entre junho e julho deste ano, mais de meio milhão de pessoas assistiram nas telonas. Agora, o filme de Afonso Poyart ganha fôlego de minissérie e estreia na Globo dia 3 de janeiro como “Aldo – Mais Forte que o Mundo”. Desta vez, a história de José Aldo, protagonizada pelo ator José Loreto, será dividida em quatro episódios e será misturada com imagens reais do lutador em entrevistas, reportagens e documentários. Na coletiva de lançamento da minissérie, o diretor da versão televisiva, George Moura, contou que adaptação será uma combinação de ficção e documental. “A ideia central era pegar o filme e transformá-lo em um ‘docudrama’. Para isso, eu fiz uma enorme pesquisa documental de arquivos jornalísticos da Globo e de outras emissoras e de documentários sobre o Aldo. Com esse material, eu fiz inserções no filme original com imagens das lutas reais e entrevistas para mostrar que tudo aquilo de fato aconteceu. Desta forma, eu acredito que o longa tenha ficado ainda mais emocionante, porque nós vemos na tela e temos a certeza de que aquela obra é baseada em fatos reais. E isso dá uma potência dramática maior ao trabalho do Afonso”, explicou.
Segundo o responsável pela obra original, Afonso Poyart, o trabalho de George Moura elevou a narrativa da trama. Mesmo sem precisar gravar novas cenas ou utilizar sequências inéditas do filme lançado em junho, a minissérie estará mais completa e atual. “Eu estou revisitando o filme como se fosse um nível dois. O George conseguiu elevar a história com a combinação do ficcional com o documental. Com a minissérie, nós conseguimos enxergar que tudo o que aconteceu na ficção, ou seja, no filme, de fato aconteceu”, analisou Afonso. Outra função da parte documental na minissérie será contar os últimos acontecimentos da carreira de José Aldo. Como destacou George Moura, o lutador continua ativo e já tem luta agendada para fevereiro do ano que vem. “A parte documental também é responsável por mostrar essa outra parte da vida dele que continua seguindo. Então, a gente mostra a gênesis do herói e justifica e apresenta como ele continua sendo esse símbolo”, completou.
Para contar as novidades da carreira e da vida de José Aldo que não entraram para o longa, José Loreto, que interpretou o lutador nos cinemas, assumirá o papel de narrador da minissérie. Sobre o trabalho que, inclusive, lhe rendeu o prêmio de Homem do Ano na categoria Cinema da revista GQ em 2016, o ator definiu como o personagem da carreira. “Quando eu soube que o filme ia ser feito, há uns cinco anos, eu lancei um olho gordo porque era um personagem que eu queria muito interpretar e uma história muito forte que eu sentia necessidade em contar. E depois de ter conseguido e de ter visto o resultado e a repercussão, eu sei que este foi um dos principais trabalhos da minha carreira. Foi o personagem mais especial até hoje e toda a minha dedicação valeu muito a pena”, revelou.
Apesar de a estreia na Globo ser apenas no dia 3 de janeiro, os usuários do aplicativo GloboPlay já poderão assistir aos quatro episódios da minissérie no dia 26 de dezembro. Mesmo faltando mais de dez dias para a exibição antecipada de “Aldo – Mais Forte que o Mundo”, José Loreto contou que já sabe que a repercussão será positiva. “Vai ser meu primeiro protagonista na Globo e eu já sei que será um sucesso. Desculpe a modéstia, mas depois da repercussão dos cinemas, a expectativa não pode ser diferente. Eu sei que não terei surpresas e que a galera vai gostar muito. Fora que, com as partes documentais na minissérie, eu acho que o resultado será ainda mais emocionante”, disse.
Estrela e razão de todo este trabalho artístico, José Aldo comentou como é ver sua história ganhar espaço no cinema e, agora, na televisão. Embora hoje o lutador comemore o retorno satisfatório do trabalho de Afonso Poyart, no início, o campeão do peso-pena contou que sentiu medo. Além das dificuldades enfrentadas até a conquista do sonho mundial, o morador de Manaus também expôs os dramas de sua família, entre eles o alcoolismo do pai. “Eu tive bastante receio e dúvida em relação à aceitação do público e das pessoas que seguem meu trabalho. No começo, eu tive bastante medo. Mas, depois que o filme foi lançado, a sensação foi ótima e a receptividade foi muito boa. A partir do momento que os críticos elogiaram o trabalho, eu tive a certeza que seria um sucesso”, contou Aldo que acredita que a identificação do público com sua história seja uma das principais causas do sucesso. “O filme não falou de um lutador dentro de um octógono e, sim, de um menino brasileiro que sofreu muito até conseguir vencer na vida. Por isso, eu acredito que muitas pessoas tenham se identificado com a minha história. Hoje em dia, tem muita gente que me para na rua para comentar algo da minha vida ou me manda mensagem nas redes sociais me parabenizando pelas conquistas”, completou.
E foi justamente a rica história de vida de José Aldo que despertou em Afonso Poyart o desejo de contá-la nos cinemas. Segundo o diretor e autor da obra, a escolha pelo lutador de peso-pena representou mais que uma vontade de tratar do esporte nas telonas. “O desejo inicial era contar a história de um brasileiro que estivesse lutando no UFC. Na época, o Aldo ainda nem era tão famoso. Mas essa trajetória dele fora do octógono e a relação com o pai me interessou muito. Para mim, não poderia ser apenas um filme de luta. Eu achava importante ter uma força narrativa e humana por trás para fortalecer a trama”, explicou.
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