Agatha Moreira sobre Giovanna em Verdades Secretas 2: ‘Está mais amadurecida. Não que isso a faça equilibrada’

*Por Brunna Condini

Desde que voltou a gravar na ‘pele’ da sua personagem mais emblemática, a rebelde e ambiciosa Giovanna em ‘Verdades Secretas 2‘, produção da Globoplay – continuação do sucesso escrito por Walcyr Carrasco em 2015 – , Agatha Moreira anda mergulhada no universo da modelo. A personagem voltará mais arrogante, irônica, amadurecida e feminista. O que tem emprestado seu para ela nessa nova versão? “É uma experiência muito interessante reencontrar uma personagem anos depois. Nós duas estamos mais seguras, mais maduras. Acho que foi isso que emprestei para ela. Não que isso faça da Giovanna uma mulher equilibrada. Mas dentro do cenário em que ela vive, eu posso dizer que ela também amadureceu”.

Agatha como Giovanna: “Nós duas estamos mais seguras, mais maduras. Acho que foi isso que emprestei para ela. Não que isso faça da Giovana uma mulher equilibrada” (Foto: Brunno Rangel)

A modelo e garota de programa também sofreu mudanças no visual, que fizeram Agatha platinar e cortar o cabelos bem curtos. “Eu amei esse cabelo! Amei a mudança e achei que é a cara da personagem nesta atual fase. O visual tem a ousadia da Giovana. Quando me vi com esse cabelo curto, descolorido e tão diferente de tudo o que já usei, pensei em experimentar novos estilos também. E logo incorporei essa nova imagem… quando o cabelo fica tão claro assim, a maquiagem e a cor da roupa interferem um pouco no visual em geral.  Então tento escolher cores que façam algum tipo de contraste com o meu rosto”, conta a atriz.

Ao que parece, Giovanna vem toda ‘trabalhada no propósito’. Ela está determinada em descobrir o que está por trás da morte do pai (Alex, vivido por Rodrigo Lombardi)? Vai ser uma performance mais vingativa? “A Giovana sempre foi muito ligada ao pai. Em ‘Verdades Secretas 1‘, a gente conseguiu entender que toda aquela rebeldia estava relacionada a isso. Então façam suas apostas. Essa morte é uma grande questão para ela”.

“Giovana sempre foi muito ligada ao pai. Em ‘Verdades1’, a gente conseguiu entender que toda aquela rebeldia estava relacionada a isso e a morte será grande questão” (Divulgação)

Daqui, apostamos na versão vingativa, e em Agatha dando um show à parte na pele da mulher sem papas na língua e sem limites para ser e fazer o que bem deseja. Gravando sem parar, tomando todos os cuidados devidos, ela lamenta que ainda estejamos em uma realidade tão crítica de pandemia. “É triste vivermos esse cenário de medos e incertezas. Mas a emissora segue protocolos sanitários rígidos e coloca a vida em primeiro lugar. Então a gente consegue sentir segurança no set. A arte tem esse poder se reinventar, renovar e remodelar. É isso que estamos fazendo. A gente precisa cuidar da gente e dos nossos colegas, de toda a equipe. Temos um time reduzido. Aumentamos os cuidados com higienização das roupas, dos objetos e evitamos aglomerar, o que é difícil, já que de maneira geral, mostramos o nosso afeto com beijos, abraços”.

“Quando me vi com esse cabelo curto, descolorido e tão diferente de tudo o que já usei, pensei em experimentar novos estilos também” (Foto: Brunno Rangel)

Ela faz cinema

Agatha também está na telona. A atriz vive na comédia romântica ‘Missão Cupido‘, já nos cinemas, outra personagem sedutora em sua carreira, mas com um ar surrealista: ela é a Morte. No longa dirigido por Rodrigo Bittencourt, ela seduz Isabella Santoni, com direito a beijo na boca. Na sua opinião, por que ainda fazem polêmica deste tipo de relação? “É uma cena completamente normal. O que me deixou nervosa foi ter que cantar. Estava muito mais preocupada com a dublagem e em parecer crível’. Já se apaixonou por uma mulher? “Não. Mas acho que ninguém deveria hesitar em viver um amor. A gente deveria ter medo ou insegurança de fazer julgamentos, de excluir, maltratar, agredir…”.

“Acho que ninguém deveria hesitar em viver um amor. A gente deveria ter medo ou insegurança de fazer julgamentos, de excluir, maltratar, agredir” (Divulgação)

Fazer esse tipo de personagem, mesmo que de uma forma lúdica, a fez pensar mais sobre o assunto? Tem medo da morte? “Não… mas faz tempo que filmamos, o cenário era muito diferente do que enfrentamos hoje. Atualmente, com tantas mortes que nos cercam por conta da pandemia, eu acho que grande parte das pessoas passou a lidar com isso diariamente. O medo da morte é mais forte quando penso na possibilidade de perder as pessoas que amo”.

Eles têm sorte

Juntos há dois anos, Agatha e Rodrigo Simas não gostam de serem vistos como um casal a ser idealizado. O ator está em ‘Salve-se quem puder‘ e busca agora uma vaga na repescagem do Super Dança dos Famosos. Vocês voltaram a sair para trabalhar, depois de um tempo mais isolados, essa ‘quebrada’ na rotina tem sido importante para a relação? “Durante o isolamento, entendi a sorte que tive em encontrar o Rodrigo e de estarmos passando por isso juntos. Um segurou a onda do outro e a companhia mútua ajudou nos momentos mais difíceis. Temos um prazer enorme de estarmos juntos, conversamos muito”.

“A gente passou a se conhecer mais, como indivíduo e casal. E com isso, ficou mais fácil respeitar os momentos de cada um. Saber a hora de colo ou de se distanciar”(Reprodução Instagram)

Você já mencionou que a quarentena aproximou vocês. Mas sabemos também que estamos todos exaustos e isso pode comprometer a paciência no dia a dia. Como lidou com esses momentos em casa? “Respeito. A gente passou a se conhecer mais, como indivíduo e casal. E, com isso, ficou mais fácil respeitar os momentos de cada um. Saber a hora de colo ou de se distanciar. Não tem relacionamento que seja sustentado por bons momentos o tempo todo. Se tem, eu desconheço”.

Um casal que sobrevive à pandemia tem mais chances de ficar junto por mais tempo? “Não tem receita. Estamos vivendo dias muito difíceis, com impactos inimagináveis nas pessoas. Além da doença física, a doença emocional. Cada um tem a sua maneira de suportar ou de não aguentar passar por esse cenário”.

“A maturidade traz menos ansiedade e pressa, mas é complicado se sentir segura em um momento em que estamos longe de vencer esse vírus tão mortal” (Foto: Brunno Rangel)

Aos 29 anos, Agatha já avalia transformações no caminho para a chegada dos 30: “Vem em meio a este cenário de pandemia. Ao mesmo tempo em que a maturidade traz menos ansiedade e pressa para experimentar o novo é complicado se sentir segura em um momento em que estamos longe de vencer esse vírus tão mortal e desconhecido”.