Adriane Galisteu fala sobre bastidores de ‘A Fazenda 16’ e revela conteúdo da segunda temporada de seu documentário


No quarto ano à frente do reality, a apresentadora fala de polêmicas e tretas em ‘A Fazenda’, comentando, inclusive, sobre memes. Galisteu também grava a segunda temporada do seu documentário ‘Barras Invisíveis’, para a Universal+, que tem previsão de estreia no início de 2025, e anuncia que está “totalmente sem filtro” no novo doc. Nesta entrevista exclusiva, ela dá detalhes dos assuntos que vai abordar, entre eles, a relação com a mãe, com a adolescência do filho, seu amadurecimento e menopausa. Além de abrir o coração: “Lido mal com a finitude. Não sei se porque a vida me pregou peças muito cedo, mas tenho muito medo de tudo o que vai terminar. O problema não é envelhecer, a bunda cair, é a vida passar, tenho pena de deixar a minha vida, de não ver meu filho, neto, bisneto. Amo viver. Se pudesse ter um super poder seria a imortalidade, mas com saúde”

*Por Brunna Condini

No comando de A Fazenda pela quarta vez consecutiva, Adriane Galisteu já sente a temperatura desta primeira semana de programa no ar. “Meu feeling é de uma edição promissora. Me sinto mais segura e isso faz diferença. Hoje já entendo o programa perfeitamente dentro de mim. Estou mais confortável, mais dona da minha varanda e do que estou fazendo”. Nessa entrevista, Galisteu fala sobre o reality, que já começa com polêmicas, e afirma que as ‘tretas’ podem ser meio de serviço. Ela também revela com exclusividade o conteúdo da segunda temporada do seu documentário ‘Barras Invisíveis’, para a Universal+.

Compartilha ainda reflexões sobre as mudanças que o avançar do tempo traz, entre elas, ter que lidar com o quadro de saúde da mãe, dona Emma. “Esse assunto mexe muito comigo e está no próximo doc. Minha mãe sempre foi a minha maior companheira, uma grande mulher, apesar da sua simplicidade, falta de informação, já que só estudou até a quarta série. Passou por poucas e boas na vida. Perdeu o marido alcoólatra, perdeu meu irmão por causa das drogas. É uma mulher que passou por muitas dificuldades financeiras, que tirei do fundo do poço para caminhar comigo. E vejo essa mulher envelhecendo, eu não tendo mais ela como eu tinha…agora tenho que cuidar da minha mãe como cuido do meu filho, Vittorio. É tudo muito diferente do que era. Não passo um dia sem ver a minha mãe. É difícil vê-la perder o seu vigor. Falo e fico emocionada. Nem ela sabe lidar com isso. Não está fácil vê-la envelhecer…”.

Lido mal com a finitude. Não sei se porque a vida me pregou peças muito cedo, mas tenho muito medo de tudo o que vai terminar. O problema não é envelhecer, a bunda cair, é a vida passar, tenho pena de deixar a minha vida, de não ver meu filho, neto, bisneto. Amo viver. Se pudesse ter um super poder seria a imortalidade, mas com saúde – Adriane Galisteu 

Adriane Galisteu fala com exclusividade sobre primeira semana de A Fazenda e revela conteúdo da segunda temporada de seu documentário (Foto: Bruno Fiorentino)

Adriane Galisteu abre o coração sobre temas importantes (Foto: Bruno Fiorentino)

O que vem por aí

A primeira temporada do documentário ‘Barras invisíveis’ ainda está no ar na  Universal+, e a apresentadora já grava a segunda, que tem previsão de estreia no início de 2025. No projeto, Galisteu continua compartilhando experiências da sua biografia, sem esconder vulnerabilidades. “Estou sem filtro total. Até esqueci da câmera. Essa temporada é menos trabalho e mais ‘lá em casa’, mais pessoal. Geralmente a sequência de uma uma história, o segundo filme, não é tão bom quanto o primeiro, mas no meu caso, é melhor, garanto (risos). Estou mais solta”, anuncia.

“Nesta temporada tem uma viagem em família para o Japão, imperdível. Falo também de forma mais profunda sobre a menopausa e sobre o começo da adolescência do Vittorio, que está com 14 anos. Tenho sentido muito essa fase como mãe. Porque apesar dele ser filho único, não é um garoto mimado. Até queria que ele fosse, mas não consegui (risos). A sensação dele crescendo, é que está me escapando…já traça um caminho próprio, o que é muito legal, mas estou sentindo, e vejo que muitas mães de filhos únicos sentem o mesmo”.

Adriane Galisteu e sua mãe, dona Emma (Foto: Reprodução/ Instagram)

Adriane Galisteu e sua mãe, dona Emma (Foto: Reprodução/ Instagram)

Esse doc. é um reality, só não estou confinada, mas minha vida está sendo exposta nos meus maiores defeitos. Aliás, foi com esse projeto que descobri que tenho mais defeitos do que qualidades. Isso traz um sentido de humanidade maior. Tenho aprendido muito. Estou pronta para ser melhor todos os dias – Adriane Galisteu 

Tretas e tretas

A Fazenda 16 já começou com polêmicas, como a que envolveu Flor Fernandez (que se tornou a ‘Fazendeira’ da semana na noite desta quarta-feira), que se desculpou na última votação, após ser acusada de gordofobia e intolerância religiosa por alguns participantes. E também com memes que ganharam as redes, como os protagonizados por Raquel Brito, irmã de Davi Brito, campeão do BBB24.

"Na segunda temporada do doc. estou sem filtro total. Até esqueci da câmera" (Foto: Bruno Fiorentino)

“Na segunda temporada do doc. estou sem filtro total. Até esqueci da câmera” (Foto: Bruno Fiorentino)

A Fazenda X BBB

Acredita que as pessoas consideram A Fazenda um reality show mais ‘panela de pressão’ do que o Big Brother Brasil, ou seja, um ambiente mais preparado para a ‘combustão’ por sua escalação, ou só existe mais preconceito com o reality? “Na verdade, as pessoas esperam de A Fazenda mais confusão, conflito. Ter esse reality hoje no lugar que está, é uma luta da Record, minha, como a primeira mulher à frente de uma atração dessas. Na verdade, A Fazenda é mais popular, e neste sentido, mexe mais com o Brasil. Movimenta as redes sociais de um jeito importante. Mas se você pensar, o nosso reality tem a natureza, os bichos, é uma espécie de respiro para quem participa. O Big Brother é só cenário, neste sentido proporciona muito mais pressão, tem muito mais ócio e só jogo. E isso falo tentando me colocar no lugar de uma confinada”, observa.

A verdade é que a Globo sempre foi mais isenta desses julgamentos. Hoje está diferente, mas quando comecei, ninguém falava nada da Globo. Hoje está mais democrático, ainda bem que as pessoas estão ‘passando menos pano’ para as coisas – Adriane Galisteu

"Não gosto de briga, mas se me colocarem em uma, não fujo dela...só acho que para me colocar já entrei em confusões na hora errada" (Foto: Bruno Fiorentino)

“Não gosto de briga, mas se me colocarem em uma, não fujo dela” (Foto: Bruno Fiorentino)

Sabendo que umas das fórmulas para movimentar um reality são os conflitos, as famosas ‘tretas’, Adriane diz como lida com o tipo de situação na vida hoje. “Olha, como boa ariana, não fujo da raia. Não gosto de briga, mas se me colocarem em uma, não corro… só acho que para me colocar, já entrei em confusões na hora errada, aprendi errando. Até porque ninguém aprende acertando, né? A sorte é que me agarro às minhas qualidades e elas são legais. No auge dos meus 51 anos, sei que já paguei um preço alto por ser turrona, por querer lutar pelo melhor, por querer fazer valer meu ponto de vista. Fui assim a vida inteira. Então, para fazer valer um casamento de 18 anos, ser mãe, manter minha história artística na televisão, no teatro, como comunicadora, tive que engolir ‘paca de lado’ (risos). Se você não quer engolir ‘sapos’, passa a engolir bichos maiores…até entender que é melhor engolir o ‘sapo’ mesmo”.

E completa: “Têm tretas que hoje não entro mais. O que tenho de mais precioso é o meu tempo. Não o perco mais tentando provar que tenho razão ou tentando provar a mulher que sou. Eu trabalho. Já tentei me defender muito de inverdades que diziam a meu respeito, agora não estou nem aí para isso. Meu jeito de provar quem sou é na minha profissão”.

"Descobri que tenho mais defeitos do que qualidades. Isso traz um sentido de humanidade maior. Tenho aprendido muito" (Foto: Reprodução/Instagram)

“Descobri que tenho mais defeitos do que qualidades. Isso traz um sentido de humanidade maior. Tenho aprendido muito” (Foto: Reprodução/Instagram)

No reality, muita gente critica o excesso de conflitos e a falta de limites dentro deles, o que acha? “Acho as ‘tretas’ positivas, principalmente quando levantam assuntos ardidos, desagradáveis aos ouvidos, quando são temas que incomodam, importantes para a sociedade, e podem servir de aprendizado. A primeira fazendeira, a Julia, deu aula quando falou de machismo, de etarismo, de preconceitos. Ela foi firme e brilhante. E isso atinge o público, faz refletir. A Flor acabou pedindo desculpas pela forma que agiu. Acho válido a pessoa errar e buscar acertar. É importante procurarmos melhorar, sermos mais pacíficos. E está bem difícil, é só olhar os debates políticos atualmente. É um reality show do horror…um exemplo de como o ser humano está caótico. Daí, quando vamos para um reality mesmo, vemos um ‘espelho’ da sociedade”.