Theatro NET Rio comemora quatro anos com show de Maria Rita e homenagens à Tereza Rachel, fundadora do espaço


Em meio a muita emoção na plateia, Maria Rita contou que estava bem mais tensa pelo contexto da noite. “Pedi uma concentração maior”

Entre drinks, docinhos e várias celebs, o Theatro NET Rio comemorou o 4º aniversário – da reinauguração – com um show privé de Maria Rita. Apesar da festa e da celebração do espaço que é conhecido por ter “o palco de todas as artes”, o clima não era só de alegria. O HT te explica: a fundadora do teatro, Tereza Rachel morreu no último sábado (2) no Rio de Janeiro por complicações de um quadro agudo de obstrução intestinal. A principal sala do Theatro NET Rio leva o nome da atriz, que se tornou a principal homenageada da noite. Como disse Frederico Reder, produtor cultural e sócio da Brain+ – gestora do teatro -, “a festa pelos quatro anos virou coadjuvante na história. Hoje a homenageada é Tereza Rachel”. Sobre a importância da atriz, o secretário Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, Marcelo Calero, completou: “Eu acho que cabe a nós, que estamos aqui vivos, que convivemos com Tereza Rachel e sabemos da importância do seu trabalho e do seu talento, zelar e cultivar a memória dessa mulher. Então todos nós temos um compromisso aqui. Pensemos em Tereza Rachel e reverenciemos essa mulher”.

Show de Maria Rita comemorou os quatro anos de reinauguração do Theatro NET Rio

Show de Maria Rita comemorou os quatro anos de reinauguração do Theatro NET Rio (Foto: AgNews)

Entre os artistas, os elogios para a atriz Tereza Rachel estavam em todos os lugares. O ator Marcos Pasquim, que está fazendo o filme “GLS – Gostosas, Lindas e Sexys” com Cacau Protásio -, definiu Tereza como “um dos pilares da classe artística brasileira e do teatro” e se lamentou por não ter tido a oportunidade de trabalhar com ela. Já a atriz Silvia Pfeifer destacou a singularidade da homenageada. “Acho que a Tereza teve uma escola de interpretação muito importante, muito dela, que quase ninguém se compara. Uma pena que ela não tenha sido velada para que, de certa forma, a gente pudesse fazer uma reverência pela importância que ela teve no teatro e na televisão”.


A emoção realmente estava à flor da pele. Em conversa com o público, que lotou a sala com capacidade para 622 pessoas, Maria Rita disse que estava mais nervosa que o normal para a apresentação. “Eu fiquei bastante tensa, parece que eu sinto a história. Pedi uma concentração maior. Ainda mais para uma plateia com tantos artistas, principalmente de teatro. Eu não quis falar muito (sobre Tereza Rachel durante o show) para não me afundar. Tem uma outra pegada. É diferente, tem um contexto”.  O show “Voz e piano” comoveu a plateia. Com uma interpretação intensa em que a música é a grande estrela, Maria Rita reconhece a dificuldade desse show. Para a cantora, uma apresentação só com a voz e o piano – comandado por Tiago Costa – revela ao público qualquer erro. “A plateia ouve o meu pensamento, a respiração no microfone. Não tem subterfúgio, não tem para onde fugir. Desde a coisa mais humana, como engasgar, à uma coisa mais grave, como um problema no som. A emoção é o que transparece. Num show que tem mais instrumento, mais “barulho”, você pode dar uma fugidinha, jogar para a plateia. A gente consegue se safar. Num ambiente com uma formação como essa, especificamente em teatro, senta e chora, meu bem”. – explicou com humor a intérprete.

Maria Rita acompanhada do pianista Tiago Costa no show "Voz e piano" (Foto: AgNews)

Maria Rita acompanhada do pianista Tiago Costa no show “Voz e piano” (Foto: AgNews)

Alguns sucessos como “Cara Valente”, “Agora só falta você” e “Num corpo só” animaram o público que cantou e dançou entre as cadeiras do teatro. Mas o ponto alto, para muitos, foi a emoção transparecida por Maria Rita durante a música “Mainha me ensinou”. “Essa música chegou para mim quando eu estava fazendo pesquisa de repertório para o álbum “Coração a batucar”. Essa canção é um retrato perfeito de um momento da minha vida, traduzindo uma época muito única e especial. Uma fase de plenitude, de me sentir muito completa”. – disse Maria Rita entre lágrimas disfarçadas.