No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, elas demonstram que o rótulo de sexo frágil não cabe mais, se é que algum dia foi apropriado. Com as mangas arregaçadas, enfrentando preconceitos e pandemia, elas vão à luta e se reinventam em busca da realização pessoal e profissional em diversas áreas. Assim foi que a atriz Juliana Martins decidiu colocar seu monólogo na estrada, mesmo em tempos de teatros fechados para falar de um tema polêmico: a satisfação sexual feminina. Na peça “O Prazer É Todo Nosso”, que estreia online e presencialmente no próximo dia 13 de março para uma curta temporada no Teatro PetraGold, no Rio, Juliana mistura experiências pessoais e de amigas próximas numa comédia que coloca abaixo vários mitos e preconceitos. “Imagina uma mulher sozinha em cena, contando, de maneira natural e engraçada, suas experiências sexuais. Resolvi falar sobre nossa evolução. Mulheres donas das suas vontades e desejos. Descobri que meu corpo pode ser uma festa”, diz Juliana.
Com a encenação, Juliana pretende desmistificar tabus sobre o tema e libertar qualquer amarra a respeito da libido da mulher. “A ideia deste projeto partiu da observação sobre a evolução feminina e da minha própria vivência. Na busca de um texto que falasse do universo feminino, percebi que de dois anos para cá esse universo mudou muito. Mudou nossa posição na sociedade, nosso entendimento sobre nós mesmas, nosso domínio sobre nosso corpo, nossa relação com outras mulheres – entendemos a sororidade, viramos parceiras. Ganhamos força”, afirma.
E essa mesma sonoridade nutri e dá força para a cineasta, artista visual, professora de ioga e chef vegetariana, Amanda Palma. Ela já rodou o mundo: morou em Portugal, na Bélgica, na França, com passagens pela Holanda e Reino Unido e além de diversas regiões do Brasil. Empreendedora, sempre buscou oportunidades e soube explorar seus talentos. Toda essa experiência acumulada, ela agora resume no projeto “Jornada das Heroínas“, em que capacita mulheres para serem autogestoras de suas próprias imagens pessoais e profissionais.
“Eu identifiquei que muitas mulheres se preocupavam em ter muitas formações, acumulando cursos e cursos a respeito de suas áreas de atuação, mas não se preocupavam em aprender sobre o jogo do mercado como um todo. Sem falar na autossabotagem e na famosa síndrome da impostora, que faz com que elas não acreditem em seu próprio potencial e se julguem incapazes”, avalia Amanda.
Com a procura, Amanda aprofundou seus conhecimentos no mercado digital. Aproveitou o início da pandemia em casa sem poder trabalhar. “Foi quando pensei: ‘A hora é agora’. Então, condensei meu conhecimento e minha experiência nesse produto, a mentoria Jornada das Heroínas. Hoje, já estou no quarto lançamento e, através dele, já ajudei mais de 50 mulheres”, calcula ela, que já dirigiu documentários sobre questões de gênero para a ONU Mulheres e tem trabalhos artísticos com visibilidade internacional. Entre eles, o curta-metragem “Elekô“, exibido no Festival Internacional de Cinema de Rotterdam e a performance #taitiria, premiada pelo Fringe Festival Amsterdam.
“Acredito na autorrepresentação da mulher para criar suas próprias narrativas. Para que as mudanças aconteçam na sociedade, é essencial que novas narradoras contem suas histórias. Desejo um futuro em que as meninas possam se ver e se espelhar em grandes personagens femininas representadas pela mídia. Que passem a acreditar que podem ser tudo o que quiserem”, diz Amanda.
Criar a própria narrativa é mais difícil do que parece. Isso é o que experimenta na pele a atriz Bianca Joy Porter no seu novo solo “A Vida Viva“, que estreia no fim do mês. “É um monólogo sobre a jornada de uma mulher tentando se libertar dessa prisão do sistema. De repente, eu entendi o porquê de tanto sofrimento, do sentimento de não pertencimento, inadequação mesmo. São histórias que se repetem há 5 mil anos, mas que ainda geram confusão e nos fragilizam muito. Estudar o feminismo, entender os mecanismos do patriarcado – que envolvem e confundem – saber que não estamos sozinhas, que ainda reproduzimos padrões, que não precisamos ser perfeitas nem agradar ninguém, que tudo que nos contaram é uma falácia, precisamos fortalecer a luta, a nossa voz, ocupar cada vez mais cargos de poder, sermos emancipadas e fazermos a verdadeira revolução”, analisa ela, que assina o roteiro com Antônio Guedes, também diretor da produção.
Bianca também pode ser vista no filme “Lucicreide vai pra Marte“, que acaba de chegar aos cinemas. Ela interpreta a patroa da personagem de Fabiana Karla. “Ela incentiva a Lucicreide a ir para a marte, não cria nenhum empecilho. E olha que a minha personagem é aquela mãe que trabalha à beça e acaba sendo ausente com o filho. Uma coisa bem do Brasil que a gente conhece. Lucicreide é uma segunda mãe para o menino, maravilhosa”, diz Bianca.
E segunda mãe também é a agente de atores Ieda Ribeiro para muitos de seus empresariados. Responsável por descobrir talentos como Bruna Marquezine, Mel Maia e Malu Rodrigues, ela negocia contratos, gerencia carreiras e lida com a expectativa de cada uma de suas estrelas. “No meu trabalho não podemos criar falsas ilusões. Um ator que está começando precisa se conhecer, entender a própria identidade. Não pode achar que vai cantar como a Whitney Houston se não tem extensão vocal para isso. Eu falo a realidade, porque as expectativas são muitas. Vai dar certo se estiver no lugar certo, na hora certa e surpreender o mercado com uma identidade interessante, de personalidade. Por isso, o autoconhecimento é fundamental”, ensina Ieda.
Com a pandemia e o isolamento social ficou tudo ainda mais difícil. “De início, cessaram os testes de elenco e gravações, gente com contrato já assinado na mão viu tudo ser cancelado. A fase ainda é de retomada. E talvez por uma questão de temperamento não desanimei. Todas as vezes que apareceram situações complicadas na minha vida, consegui manter uma certa serenidade. Desespero impede você de pensar direito, não deixa a cabeça funcionar. Daí é hora de buscar algum equilíbrio. Nós, agentes, passamos quase a exercer a função de diretor, orientando cada vez mais a performance deles nesses vídeos. Eu mesma vejo 4, 5 vezes o vídeo de algum ator antes de enviar para um teste”, conta.
Trabalho semelhante de mentoria realiza a consultora fitness Vanessa Rangeli, ajudando mulheres e homens a conquistarem a autoestima através de seu plano de detox. Graduada em marketing e dona de um corpo escultural, Vanessa conta com mais de meio milhão de seguidores em seu Instagram e desponta como referência para aqueles que querem emagrecer saudavelmente, desintoxicando o corpo e a mente. Cercada de uma equipe que conta com nutricionista, personal trainer e psicólogo, ela criou o programa Detox Turbo.
Diferentemente de outras propostas de emagrecimento, nas quais a pessoa segue as instruções dos profissionais por conta própria, Vanessa promove acompanhamento, como uma coach fitness, encaminhando mensagens motivacionais pelo WhatsApp todos os dias, além de receitas que transformam a dieta em uma rotina mais prazerosa e dinâmica com exercícios para se fazer em casa. É quase impossível não emagrecer. “Sou especialista em mudança de estilo de vida na prática e a primeira consultora fitness do Brasil a desenvolver um projeto de boa forma, através do WhatsApp,” afirma Vanessa.
O Detox Turbo já se tornou sucesso também entre as celebridades, entre elas, as atrizes Camila Rodrigues, Viviane Araújo, Adriana Lessa, Nivea Stelmann, Maíra Charken e Roberta Rodrigues, os cantores Naldo, Perlla, Lexa e MC Bin Laden, as modelos Moranguinho e Priscila Pires. Hoje, Vanessa se tornou uma potência nesse mercado, com o Instagram, o site e uma linha de produtos saudáveis, a Só Leve, da qual ela é a principal garota-propaganda.
Os exemplos de mulheres empoderadas são muitos e dão força para aquelas que querem tomar as rédeas da própria vida e seguir por um caminho de sucesso mostrando que o sexo feminino continua mais forte que nunca.
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