Stella Maria Rodrigues vive novamente Emilinha Borba no teatro com direito a banda exclusiva e roupa utilizada pela própria cantora


O musical fala sobre sentimentos e paixões de Emilinha, a rivalidade com Marlene, os duetos com Luiz Gonzaga e muitos outros momentos importantes de sua vida ao som de suas próprias canções. Além disso, Stella fala de sua participação na novela Novo Mundo

Stella Maria Rodrigues vive novamente Emilinha Borda no teatro com direito a banda exclusiva e roupa utilizada pela própria cantora

Emilinha Borba foi uma das cantoras populares mais importantes do país sendo considerada uma das rainhas do rádio em plena década de 40 e 50, quando o veículo vivia seu apogeu. Seu estilo transitou pelo samba, marchas e o choro tendo se apresentado em comícios dos políticos Luiz Carlos Prestes ou Getúlio Vargas. Ela lançou músicas conhecidas como ‘Mulata Yê Yê Yê’, ‘Marcha do remador’ e ‘Tomara que chova’. Por causa de todo esse sucesso, Stella Maria Rodrigues sobe aos palcos ao lado de Fabrício Negri, que vive César de Alencar, para reverenciar todo o talento da artista.Interpretar uma cantora como a Emilinha é uma responsabilidade enorme, foi uma das cantoras populares mais importantes do país. Precisei estudar bastante porque, além do timbre, a forma de cantar dor anos 40 e 50 era bem diferente, focavam no ‘r’. Eles não cantavam de forma leve, como atualmente. Ouvi muito ela enquanto estava na academia para avaliar como eu deveria fazer nos palcos”, lembrou a atriz Stella que, nas canções, é acompanhada pelos músicos Cristina Bhering, Affonso Neto e Raul Oliveira.

 

Stella Maria Rodrigues atua como Emilinha ao lado do famoso radialista César de Alencar, na pele de Fabrício Negri (Foto: Dalton Valerio)

Além desta peça, Stella está em cartaz no mesmo teatro com o espetáculo ‘Solteira, Casada, Viúva, Divorciada’. Ambos foram levantados sem qualquer patrocínio privado e público. “Fui convidada pelo curador do Teatro Maison de France para apresentar o Emilinha lá e fiz a proposta de apresentar um monólogo também, no mesmo espaço. Corri atrás de apoio para os dois projetos, mas precisei desembolsar do meu dinheiro para que funcionasse”, contou a atriz que interpreta quatro textos abordando mulheres com estados civis distintos, mostrando a felicidade, loucura, divertimento e solidão de cada uma.

Para Stella, fazer Emilinha acaba sendo um pouco mais fácil por ser uma única personagem que, inclusive, já foi produzida antes pela própria. “Antes, fiz parte do musical que falava da história dela com a Marlene. Dessa vez, está apenas a Emilinha em cena, o que não nos impediu de citar a rivalidade das duas, pois é um elemento fundamental da vida delas”, informou. Ambas as cantoras eram consideradas os maiores mitos do rádio brasileiro, por isso acumularam inúmeras brigas em festivais de talentos. “Escolhemos falar da Marlene porque foi uma comoção nacional, um verdadeiro jogo do flamengo e fluminense. Haviam votações para rainha do rádio em que o público participava, portanto eram muito disputados. Em 1949, a Emilinha ia ganhar, mas a publicidade deu o prêmio a outra cantora. Os dois fã-clubes começaram a se vaiar e a galera começou a fazer mais intriga ainda porque aquilo vendia revista. Era uma época maravilhosa, as duas eram amigas, no final das contas”, assegurou a atriz.

A atriz se sente uma amiga íntima de Emilinha (Foto: Dalton Valerio)

Além de Marlene, a artista teve uma grande rivalidade com Linda Batista por causa de um cineasta americano. No entanto, essa história não entrou no roteiro. “Nós não temos a pretensão de fazer algo bibliográfico. Contamos algumas histórias rapidamente como a relação com a Marlene, o César de Alencar e o Luiz Gonzaga. Ela fala da saudade, dos fãs e dos programas da época. Na época, considerava que ela fazia milagres, era um amor muito grande que até eu recebi”, afirmou a atriz. Dessa forma, a história não é contada de forma linear, pois não há um recorte no espaço de tempo da vida de Emilinha.

Desde que começou a atuar como a cantora nos palcos, os fãs começaram a adotar a mesma como uma representante de Emilinha, falecida em 2005. “Fiz amizade com o fã clube e a família que transmitem o amor que sentiam por ela a mim, como se eu tivesse feito parte daquilo tudo. Além disso, sinto como se a Emilinha fosse quase minha amiga pessoal, antes da peça, converso com ela na minha cabeça sobre que roupa usar”, confessou a atriz. As semelhanças entre as duas são tantas que o pai do otorrino de Stella operou as cordas vocais de Emilinha quando ela quase perdeu a voz, já no final de sua carreira.

As casualidades não param por aí, ambas vestiam o mesmo manequim. Stella descobriu isto durante uma pesquisa no fã-clube da cantora que a deixou vestir uma roupa que, atualmente, foi incorporada à peça. “Ao vestir a roupa dela, sinto como se tivesse uma energia presente ali. Pedi autorização ao fã-clube para experimentar e ficou ótimo, como se tivesse sido feito para mim. Estava em perfeito estado como se tivessem feito alguns dias antes”, relembrou.

Stella Maria Rodrigues está atuando em duas peças e vai entrar no elenco de Novo Mundo (Foto: Dalton Valerio)

Os trabalhos de Stella continuam se acumulando. A mesma irá voltar um pouco mais no tempo para o início do século XIX, durante a participação especial na novela ‘Novo Mundo’ da Rede Globo. Apesar de preferir a época de Emilinha, a atriz está muito ansiosa com o papel. “Fazer época já é algo incrível, mas esta história fala sobre pessoas reais que foram muito importantes para o país, existem vidas envolvidas ali. As reconstituições de época como, por exemplo, as joias da coroa são sensacionais. A minha personagem vai aparecer em flashbacks falando sobre o passado de uma pessoa”, informou a atriz que não pode falar muito mais sobre seu papel.

 

 

Serviço:
Emilinha
Onde: Teatro Maison de France – Av. Presidente Antônio Carlos, 58 – Centro, RJ
Quando: de 8 de junho a 28 de julho de 2017
Horários: quintas e sextas, às 19h
Preço: R$60 | R$30

Solteira, casada, viúva, divorciada
Onde: Teatro Maison de France – Av. Presidente Antônio Carlos, 58 – Centro, RJ
Quando: de 3 de junho a 30 de julho de 2017
Horários: sábados, às 20h e domingos, às 18h
Preço: R$60 | R$30