*Por Carlos Lima Costa
Quando se vive situações adversas, cada pessoa reage de uma forma. E com a pandemia, as pessoas tem enfrentado muitas situações. “Como todos, no começo eu achava que a pandemia ia passar logo, então, parei de comer, emagreci muito, e fui ficando doente de cabeça ao ver sendo cancelados os trabalhos que eu ia fazer, um filme, uma peça, mais uma outra produção. Sem saber quando iriam acontecer, aquilo foi dando uma sensação desagradável por dentro”, relembrou Vera Fischer, em entrevista ao RJ TV.
Mas ressaltou ao jornalista Fábio Júdice, que logo reagiu a essa situação. “A gente tem uma resistência. Então, parti para fazer uma webserie com a Cleo (Reflexos foi lançada em outubro de 2020), fiz alguns comerciais para a internet. Assim, a gente vai se virando em coisas que antes a gente não fazia”, contou. Isso significou também, finalmente, se render até às básicas transformações tecnológicas e a se tornar mais ativa nas redes sociais, como revelou com bom humor. “Tenho que confessar que eu só tenho celular desde que começou a pandemia e aí fui aprendendo a mexer durante esse isolamento. Nisso, os meus fãs clubes cresceram e eu faço questão de postar fotos, falar de fatos da vida. Acho muito importante a gente apreciar o momento que estamos vivendo”, analisou Vera, que tem 1,5 M de seguidores no Instagram.
A estrela, que celebrou 70 anos, em novembro do ano passado, sempre foi considerada uma das mulheres mais bonitas do país desde que foi eleita Miss Brasil 1969, ingressando em seguida na carreira artística onde até hoje brilha em inúmeros trabalhos na televisão, no cinema e no teatro. “Acho que a beleza está no teu espírito. Você transborda isso ou não. Ou você é até bonita, mas a pessoa olha e diz ‘nossa, que geladeira’. Eu não, eu sou uma pessoa quente, porque sou alegre, espontânea, não tenho medo de dizer nada. É uma comparação que eu estou fazendo, por isso eu não me acho nada bonita, já fiz 70 anos (risos). Mas vou continuar com esse espírito”, disparou ainda no telejornal, ela, também conhecida pelos amores, apesar de ter se casado somente duas vezes, como fez questão de frisar. Com Perry Salles (1939-2009), com quem foi mãe de Rafaela, e Felipe Camargo, pai do caçula, Gabriel.
Quase dois anos depois do início da pandemia, Vera agora, finalmente, vai encenar a peça que havia sido cancelada. Quando eu For Mãe Quero Amar Desse Jeito estreia na quarta-feira, 2 de fevereiro, no Sesc Copacabana, Rio. No espetáculo, escrito por Eduardo Bakr, com direção de Tadeu Aguiar, a estrela interpreta a septuagenária Dulce Carmona, cujo filho vai casar, mas ela ainda não conhece a nora. No palco, com ela, vão estar Mouhamed Harfouch e Larissa Maciel.
“É inacreditável que ficamos enclausurados esses dois anos. Agora, a gente está tentando respirar, porque as pessoas precisam de arte, ver criatividade fluindo, os atores se comportando como atores, pessoalmente também. Você quer ouvir uma história. É um personagem magnífico, forte, sério. De vez em quando até tem um humor ácido e ela tem uma certa doença também, as pessoas não são muito normais. Carmona ama o filho e não quer perdê-lo”, explica Vera, que não faz relação alguma dessa história com seus filhos na vida real.
“Eu tive os meus filhos para o mundo, então, a Rafaela morou em Nova York, Londres, vive a vida dela e o Gabriel é a mesma coisa. Ele é mais novo, mas, agora, se mudou. Não mora mais comigo, tem um trabalho, faz home office, ótimo. E eu tenho a minha profissão, que é o que eu mais amo na vida. Saí de casa com 17 anos e não voltei mais, fui sempre vivendo do meu trabalho, tendo a minha vida, nunca dependendo de ninguém”, pontua.
No momento, nas tardes da Globo, ela brilha na reprise de O Clone, novela exibida originalmente entre 2001 e 2002. “Eu amo a Ivete, que delícia era essa personagem. Foi outro presente da Gloria Perez, de que eu já tinha feito Desejo (1990), outro presentaço. Interpretei a Ivete logo depois do Laços de Família, que era mais séria. A Ivete era uma boba, uma idiota, tão engraçada e eu usei toda a minha ingenuidade para fazê-la”, recorda.
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