Atualmente nos palcos do Teatro Bradesco, em São Paulo, Leandro Luna vive o protagonista do primeiro musical escrito por Walcyr Carrasco. Em “Aparecida – Um Musical por Walcyr Carrasco”, uma história que homenageia a padroeira do Brasil, o ator interpreta Caio, um homem cético e materialista que vê a sua vida mudar após descobrir uma grave doença: “O meu personagem é muito focado no trabalho e na vida superficial. Acha que o dinheiro pode comprar tudo. Apesar de ser bem sucedido, não possui nenhum tipo de crença. Após descobrir um câncer no cérebro e ficar cego por causa do tratamento, ele enfrenta uma profunda depressão. Através da sua empregada, ele entra em contato com a fé em Nossa Senhora e acaba vivenciando o milagre. Como ator, a redenção dele é a parte mais bonita da trama. O momento em que descobre a fé e se transforma como pessoa”.
Sobre o papel, Leandro afirma que não acreditou quando recebeu a ligação do produtor Eurico Malagodi o convidando para integrar a produção: “Quando o produtor me ligou eu não acreditei. Fiquei mudo ao telefone. Obviamente, em seguida, muito feliz, honrado e ao mesmo tempo surpreso. Todos sabem do reconhecimento que o Walcyr possui no meio artístico. Ele é uma referência. O sonho de todo ator é trabalhar com um dramaturgo experiente que saiba criar uma boa história. Contar uma história verídica, escrita por ele, e ainda ter o carinho e reconhecimento do público é mais do que especial”.
O talento do artista é mais do que evidente e vem sendo prestigiado por parte do público e dos críticos. Em 2016, ele foi laureado com o Prêmio Bibi Ferreira na categoria de Melhor Ator, pelo papel no espetáculo “Meu Amigo, Charlie Brown”: “Foi maravilhoso ter sido reconhecido dessa forma. Eu concorri ao lado de Miguel Falabella, de quem eu sou um profundo admirador. Eu sempre assisti os trabalhos dele e o tenho como ídolo. Foi uma honra em dobro. Minha mãe estava presente no dia e foi muito emocionante, choramos muito. Essa vitória me mostrou que devemos sempre acreditar nos nossos sonhos e nos esforçarmos para atingir os nossos objetivos. Vencer com o Charlie Brown também foi ótimo, pois foi um personagem muito difícil de ser feito. Ele é deprimido, apático, e foi muito bom utilizar tudo o que eu estudei para interpretar alguém com a personalidade tão distante da minha. Foi um desafio”.
O ator também comentou sobre o crescimento no número de produções no país e disse que o Brasil deve investir cada vez mais em conteúdos nacionais: “Estamos vivendo uma fase de adaptações de grandes títulos internacionais, o que é ótimo. Porém, precisamos estimular a criatividade e valorizar a nossa cultura. Possuímos muito material interessante que irá nos surpreender nos próximos anos. É importante dar voz a autores e produções com conteúdos diferentes”.
Apesar de ter começado pelo teatro, fato do qual se orgulha bastante, Leandro vem buscando expandir a sua carreira para outros patamares. No cinema, ele dublou o Hector na animação “Viva – A Vida é Uma Festa”, vencedora de dois prêmios Oscar, e o personagem Michael Banks no live-action “O Retorno de Mary Poppins”, ambos dos estúdios Disney. “Cada gênero da arte possui uma técnica diferente, e assim é com a dublagem também. Há oito anos que eu trabalho com essa vertente. Já dublei até personagens de vídeo game. Estar em produções da Disney, empresa da qual eu sempre fui muito fã, é uma felicidade imensa”, declarou.
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