Pianista Elena Fischer-Dieskau se apresenta ao lado do maestro Louis Langrée no Teatro Municipal do Rio: “Será uma experiência inspiradora e enriquecedora”


A jovem pianista alemã comentou sua relação com a música: “Nunca tive que me perguntar se a música seria ou não parte da minha vida, porque sempre esteve em torno de mim”

Elena Fischer-Dieskau 5

A Orquestra Sinfônica Brasileira recebe o regente francês Louis Langrée, diretor musical da Mostly Mozart Festiva e da Cincinnati Symphony Orchestra, uma das mais antigas e prestigiadas dos Estados Unidos. O maestro se apresentará ao lado da pianista alemã Elena Fischer-Dieskau pela primeira vez, nos dias 14 e 16 de abril, no Teatro Municipal do Rio e na Cidade das Artes, respectivamente, dando início aos concertos das séries Topázio e Rubi.

Para a apresentação, o repertório escolhido foi o “Concerto para piano e orquestra n°2 em dó menor, Op. 18”, obra que estabeleceu a fama de Sergei Rachmaninoff como um dos grandes compositores românticos da música de concerto europeia. A peça sinfônica, composta após um período em que o maestro russo se encontrava em profunda depressão, foi dedicada ao médico Nikolai Dahl, responsável por devolver a ele sua autoconfiança. Além de exemplo de superação e êxito, é um novo modelo estético de concerto romântico para piano.

“O público carioca pode esperar um maravilhoso concerto, com peças pós-românticas, escritas há mais de cem anos, no início do século passado. Uma das peças, composta por Sergei Rachmaninoff, muito famosa, e a outra, composta por Schönberg, um pouco menos conhecida. As duas juntas formam um belo programa “, afirma Langrée, que comemora compartilhar o palco com Elena: Ela é imensamente talentosa e vai ser muito emocionante tocarmos juntos pela primeira vez no Brasil, um país que amo tanto!”

O encerramento será com apresentação da OSB da estreia carioca do poema sinfônico “Pelléas e Mélisande, Op. 5”, de Arnold Schönberg, que se tornou uma das composições mais significativas dos últimos momentos do Romantismo europeu. “Schönberg soube imprimir em sua composição, mais do que qualquer outro, a interpretação sombria de um universo de conflitos interiores, presente no texto de Maurice Maeterlinck. Um mundo de pouca luz e de emoções reprimidas, que provou ser uma excelente fonte para grandes ideias musicais do compositor vienense”, diz o Diretor Artístico da OSB, Pablo Castellar.

Elena Fischer-Dieskau 3

A pianista de 27 anos vem de uma família com forte relação com a música (o avô era o barítono alemão Dietrich Fischer-Dieskau e a avó, Irmgard Poppen, violoncelista) e comentou seus momentos mais influentes quando ainda era criança: “Eu nunca tive que me perguntar se a música seria ou não parte da minha vida, porque sempre esteve em torno de mim. Meus pais me levavam para concertos e música sempre foi o principal tema de conversa em casa. Ouvindo grandes obras e criando no meu próprio piano, despertado as mais fortes emoções e sentimentos em mim, eu sabia desde muito jovem que queria que a música fosse a minha principal ocupação”.

Elena também comemora a parceria com Langrée, dizendo sentir-se extremamente grata e privilegiada. “Considero isso um presente maravilhoso! Sei que vai ser uma experiência inspiradora e enriquecedora para mim e estou muito ansiosa por isso”, conta ela, que estudou com um dos maiores pianistas do nosso tempo, Leon Fleisher. “Parece difícil descrever tudo o que eu aprendi com ele com palavras simples. Leon me ensinou que fazer música é uma busca infinita, uma constante tentativa de entender a ideia por trás de cada nota, cada repouso, cada frase, cada dinâmica. Não apenas jogar o que está escrito na partitura, mas tentando encontrar um sentido para isso, às vezes abstrato, às vezes lógico, e, finalmente, ligar todos os pontos, a fim de criar uma grande linha. Nesse processo, o objetivo é esquecer completamente sobre si mesmo, o foco principal é tentar entender o que o compositor quer. É claro que é impossível de alcançar a verdade, mas a busca constante é fascinante e eu acho que é o que se entende como interpretação” explica Elena sobre os ensinamentos que teve com Fleisher.

A pianista relaciona a apresentação com deliciar-se com um bolo: “Para mim, tocar Rachmaninoff é como morder uma enorme e delicioso bolo sem se sentir culpada. Brincadeira à parte, eu acho que tem um grande poder de atração para qualquer pessoa, independentemente de como é sua relação com a música. O primeiro tema já dá calafrios… estou muito ansiosa para me deliciar com este belo pedaço e ser capaz de compartilhar meu entusiasmo e amor com esse concerto com o público”.

Alguém vai perder?

Serviço:

Os ingressos estão à venda nas bilheterias dos espaços culturais ou pela internet:
www.ingresso.com – Theatro Municipal
www.ingressorapido.com – Cidade das Artes