Em papo com o HT, o ator Johnnas Oliva conta qual o segredo para conciliar diversos projetos simultâneos: “A consistência do teatro é a formação de um bom ator”

*Por Daniele Almeida

Ufa!! Já deu para perceber que o ator Johnnas Oliva é daquele tipo apaixonado pelo o que faz e não para nunca, né? Não é para menos, Johnnas é ator, músico e dublador e carrega em seu currículo mais de 22 peças de teatro, 5 filmes, 55 curtas, 20 séries e novelas. Recentemente esteve no ar na quarta e última temporada de “O Negócio”, da HBO enquanto gravava as cenas da nova série da Globo “Ilha de Ferro” que conta a história da rotina de petroleiros nas plataformas de petróleo.

Na trama global, ele interpreta “Borracha”, que ganhou esse apelido por ser o único novato da plataforma que ainda tem a presença de Cauã Reymond e da atriz Maria Casadevall. Borracha é um personagem retraído e que no início sofre peças pregadas pelos companheiros de plataforma, mas que entende um pouco de tudo sobre o trabalho e acaba caindo no gosto do resto dos colegas. “Ele é um cara que vem da Marinha, então ele entende o que ele faz, só que ele é como se fosse um estagiário para os demais petroleiros. Ele pega água, pega café. Mas ele defende as causas dos petroleiros e reivindica melhores condições de trabalho” contou Johnnas.

Ainda segundo o ator, antes de receber o papel para a série, ele não imaginava como era a vida de quem trabalha em plataformas de petróleo: “É um personagem que está exigindo muito de mim e me desafiando, porque eu estou tendo que lidar com alguns medos que eu tenho. Ser petroleiro requer muita concentração e disciplina, porque a qualquer momento pode acontecer alguma coisa muito séria como estourar um cano de gás na sua cara, pode vazar óleo no mar ou na plataforma e se acontecer de cair uma tempestade e você estar na plataforma, tem que seguir seu trabalho da mesma maneira debaixo de chuva” disse o ator.

Mas a rotina de Johnnas Oliva não se restringe apenas à televisão. Sempre que consegue um tempo livre nas terças-feiras ele voa para São Paulo para participar da peça “Terça Insana”, onde interpreta o personagem Giorgito, um caixa de banco viciado em comida e que sofre com alterações de humor sempre que faz dietas. A peça, que tem direção de Grace Gianoukas está em cartaz há muitos e muitos anos revelando talentos mil, se destaca, ainda porque os atores são quem escrevem os próprios textos. “É a primeira vez que escrevi um monólgo para teatro e essa liberdade para criar é muito boa para o ator, porque aflora o nosso lado criativo. Conseguir escrever um bom texto de comédia para fazer as pessoas rirem, se divertirem e gostarem da performance do artista é muito gratificante” contou Johnnas.

Ele ainda falou sobre o amor pelo teatro e a importância que tem para a formação de um bom ator: “Eu digo que o teatro, para quem está no ofício pelo amor à arte, é muito mais do que uma casa, ele é fundamental. A consistência do teatro é a formação de um bom ator, um ator com caráter”, expôs Johnnas. Calma que tem mais! Ainda esse ano, Johnnas poderá ser visto no cinema como um dos protagonistas do filme “Todo carnaval tem seu fim” de Vitor Baumgratz e Paulo José Leite. No longa, ele é Diego, um cara que vende drogas para os amigos e playboys de Vila Maladena e região de São Paulo, mas que, por querer sair dessa vida, decide fazer um celibato de 40 dias praticando meditação e yoga. O que ele não esperava era que esses 40 dias seriam bem na época do carnaval e que ele reencontraria um amor antigo que tentaria a todo custo tirá-lo do celibato. Johnnas conta que apesar do personagem ser um traficante, o filme é divertido, colorido e fala sobre os carnavais de rua e também dos amores de carnaval.