“Nenhum lugar existe sem um teatro forte”. Beth Goulart, Ana Botafogo, Marcos Pasquim e outros contaram sobre a importância da conservação desses espaços


Em um bate-papo com diversas celebs, o HT descobriu como anda a manutenção dos teatros pelo Brasil e a opinião dos artistas sobre a Lei Rouanet. Vem saber!

O teatro, arte presente na história desde a Grécia e bem antes de Cristo, é a paixão de diversos atores brasileiros. Em turnê, os artistas conhecem esses espaços do Oiapoque ao Chuí e afirmam: “tem de tudo”! Apesar de o ator Marcos Pasquim achar que “a maioria está bem conservada”, a atriz Silvia Pfeifer disse que “grande parte dos teatros municipais não estão em bom estado”. Mas, em um ponto, todas as celebs que conversamos concordam: a manutenção e a conservação é fundamental. “No momento em que os teatros brasileiros estão sendo fechados, é muito importante que alguns estejam sendo revitalizados e reformados para atender cada vez melhor um número maior de pessoas. Eu acho que a Prefeitura e o Estado deveriam olhar mais para a importância desses locais em cada comunidade. Como diria Fernanda Montenegro, ‘o teatro é o umbigo da cidade’. Nenhum lugar existe sem um teatro forte. É a identidade do povo”. – disse a atriz Beth Goulart.

Bete Goulart

Para a atriz Bele Goulart, “o teatro é a identidade do povo” (Foto: Reprodução)

No Brasil, segundo dados de 2010 do Ministério da Cultura, são 1.234 teatros espalhados pelas cinco regiões. O estado com mais espaços culturais é São Paulo, com 306, e o com menos, Tocantins, com apenas um. O ator Rafael Zulu é um dos vários artistas brasileiros que conhece diversos desses espaços espalhados pelo nosso país. Agora em cartaz como diretor da peça infantil “Os aventureiros do Reino Congelado”, ele destaca “o privilégio que é conhecer todos os cantos do Brasil”. Para ele, “só o teatro e a música permitem você ir para tantos lugares e levar a sua arte”.

(Foto: Reprodução)

Rafael Zulu considera “um privilégio” conhecer o Brasil através do teatro (Foto: Reprodução)

Desde 1991, a Constituição Federal tem uma lei que visa “captar e canalizar recursos para o setor cultural” (Lei nº 8.313/1991). Essa é a Lei Rouanet, celebrada pelos artistas por viabilizar projetos de arte e cultura pelo Brasil. A importância dela é opinião unânime entre a categoria. Mas as críticas, é claro, também existem. Para a atriz Silvia Pfeifer, a burocracia brasileira dificulta esse e diversos outros assuntos jurídicos. “Toda lei que venha nos ajudar a botar um projeto de pé tem que ser respeitada, vista e usada. Eu só acho que o Brasil é muito burocrático, tudo é muito difícil. Eu acho que isso acaba atrasando qualquer coisa, não só projetos artísticos”.

Já a atriz Beth Goulart destaca que não basta “só a lei”: “Eu acho que é importante ter uma lei, mas não é só ela existir. Para mim, deveria ter uma política cultural mais abrangente e que também tivesse a lei. Mas hoje em dia, só temos a Rouanet e ainda querem tirá-la. E isso é preocupante”. Sobre os problemas que o decreto possui, Carla Marins acredita que seja necessária uma “remodelagem”. “A lei tem problemas, é óbvio que tem. Mas eu acho que ainda é um mecanismo importante para a cultura. Ela não deve acabar e sim remodelar.  Ainda é um incentivo forte”. – explicou Carla.

"A lei (Rouanet) tem problemas, é óbvio" (Foto: Reprodução)

“A lei (Rouanet) tem problemas, é óbvio que tem” (Foto: Reprodução)

Mesmo com a existência da Rouanet para custear as produções artísticas, a ex-bailarina Ana Botafogo contou ao HT que isso não é garantia. No momento, Ana está “em um momento de espera” pela liberação da verba para um espetáculo no Theatro Municipal do Rio. “Por enquanto, ela é primordial para os nossos projetos. A gente está vivendo um momento muito difícil no Brasil. Estamos num momento que até as empresas estão retraídas. Mas eu acho que a lei Rouanet é a lei que proporciona e dá abertura aos artistas conseguirem captar recursos”.