Marido de Letícia Spiller, Pablo Vares fala da relação com a mulher e de viver de música a partir das ruas


O músico é a atração principal do Fest & Arte, evento online que chega neste sábado (12) à sua oitava edição com muitas atrações gratuitas. Pablo fala da vinda do Uruguai para o Rio, da trajetória na música e da vida com Letícia. E não descarta ter um filho com a atriz: “Já somos uma família e estamos felizes, mas tudo é possível”

*Por Brunna Condini

Radicado no Brasil desde 2012, o músico uruguaio Pablo Vares, de 30 anos, construiu sua carreira com os pés, literalmente, na rua. “Minhas relações pessoais e profissionais são graças à rua”, valoriza ele, hoje casado com a atriz Letícia Spiller e envolvido com uma variedade de projetos. Pablo vai mostrar todas as suas habilidades ao violão – que são muitas, ele tem mais de 40 mil visualizações de seus vídeos no YouTube – como atração principal do Fest & Arte, neste domingo (13), às 20h, totalmente online. Ele se apresentará diretamente de Secretário, no interior do Rio, onde está praticando o isolamento social com Letícia.

Pablo Vares é a atração principal do Fest & Arte, evento online que chega neste sábado à sua oitava edição (Divulgação)

Com toda a dificuldade que o mundo vem enfrentando em tempos de coronavírus, Pablo conta que conseguiu se articular e transformar a própria carreira. “Aconteceram muitas tragédias, mas acho que tivemos oportunidade de crescer com tudo isso. Não posso me queixar, meu canal do YouTube cresceu, tive contratação para dar aulas e fazer novos trabalhos, gravei trilha sonora. Criei trilha para cinema. Profissionalmente, foi muito rico. Rodamos até um curta de terror pelo celular, com direção do Jorge Farjalla, o ‘Enquanto Seu Lobo Não Vem'”.
Pablo só não tem se apresentado mais nas praças da cidade por causa da pandemia. “É uma profissão milenar. É muito digno, só parei por causa da pandemia, para proteger a mim e as pessoas. Eu toco na rua desde 2013. Quando cheguei ao Brasil, em 2012, fiquei em Porto Alegre trabalhando com companhias de dança flamenca. Fazia turnês de espetáculos, fui indicado a prêmios e tudo. Mas muita gente me falava que o melhor para mim seria o eixo Rio-São Paulo. Percebi que era uma realidade e resolvi arriscar e ficar no Rio. Não sabia se seria uma semana, um mês, um ano, e já estou aqui há cinco anos, graças a Deus. Não tinha contatos nem contratos, familiares, nada. Minha arte e meu ofício me permitem ir a qualquer lugar. O palco que eu tinha era a rua e ali rapidamente viram minha habilidade e começaram a me chamar para trabalhar em teatros, espaços culturais, restaurantes, todo tipo de trabalho com música”, relembra.
Foi só em 2016 que ele e Letícia se conheceram durante a temporada do espetáculo “Doroteia”, dirigido por Farjalla. Ela interpretava a protagonista e Pablo era um dos músicos. De lá para cá não se desgrudaram mais. “O João Paulo Mendonça, diretor musical, já me conhecia da rua. Fui chamado para uma audição e estava nervoso por não trabalhar desta vez com o flamenco, que é o ritmo ao qual me dedico. Deu tudo certo e fui fazer a peça, conheci a Letícia e tudo aconteceu”, conta.
Mais unidos do que nunca por causa da quarentena, Pablo e Leticia vivem uma verdadeira fase de lua de mel. “Nossa convivência no isolamento tem sido maravilhosa: a gente está feliz, se ama, foi uma oportunidade de passarmos ainda mais tempo juntos”. Inclusive, Pablo revela que se dá muito bem com os enteados, o ator e músico Pedro Novaes e a pequena Stella. “Eu e Pedro trocamos figurinhas desde o primeiro encontro. Sempre fazemos um som juntos. Gosto de tocar com ele, um rapaz nota 10, muito talentoso. Ele fez um show comigo e Letícia em São Paulo. A relação com a Stella é sensacional, ela é super do bem e tranquila”. Mas será que o casal pensa em aumentar a família ainda mais? “Já somos uma família e estamos felizes, mas tudo é possível”, desconversa. O foco agora é mesmo a sua ascendente carreira musical.
A programação do Fest & Arte

Além da participação de Pablo Vares no Fest & Arte, as atrações do evento deste ano abraçam as artes plásticas, cinema, performances e, principalmente, teatro. A programação começa no sábado (12), às 14h, com a exibição do curta inédito “Mar de Dentro”, de Guilherme Scarpa, que traz a multiartista Clauky Boom como protagonista. O filme é um ensaio poético sobre a obra de Clauky, que também fará performances em pílulas espalhadas pela programação no festival.

O curta inédito “Mar de Dentro”, de Guilherme Scarpa, que traz a multiartista Clauky Boom como protagonista (Foto: Guilherme Scarpa)

O primeiro episódio da “Hollywood Nazistas”, de Vinícius Arêas, que participou do Rio Web Fest 2020, terá exibição dia 13, às 19h.Na sequência, é dada a largada da maratona de espetáculos. Serão 18 esquetes ao todo, divididos nas categorias infantil (6) e adulto (12), que concorrerão a prêmios em dinheiro e ainda aos troféus que levam os nomes de Rosamaria Murtinho e Mauro Mendonça, padrinhos do Fest & Arte. Quem intercala as sessões é Dona Eulália, interpretada pela atriz Giovanna Velasco. Nos intervalos da programação, o DJ Bibo Bassini, idealizador da festa Gororoba e do bloco Vamo Et, comanda as carrapetas. Ainda paralelamente às competições teatrais, a artista visual Karenina Marzulo, que pertence ao coletivo Feminino na Arte, vai exibir seus trabalhos com referências surrealistas e simbólicas em diversas técnicas e suportes, a partir das 15h50, no dia 12.

Kellys Kelfis: “Este vai ser o festival mais desafiador, por ser totalmente online e com a acessibilidade das libras, para incluirmos ainda mais pessoas” (Foto: Guilherme Scarpa)

Além de Clauky Boom, Betina Kopp também fará performances ao longo da programação com poesias extraídas do livro “Beco”, que se tornou um espetáculo no ano passado, sob a supervisão de Amir Haddad. “Ser um festival que resiste apesar das dificuldades e seguir fomentando e formando plateia só nos dá mais ânimo para continuar. Proporcionar acesso à arte de maneira com que todos se sintam integrados não tem preço, e essa é a minha missão, ainda mais em tempos de pandemia. Este vai ser o festival mais desafiador, por ser totalmente online e com a acessibilidade das libras, para incluirmos ainda mais pessoas”, diz a organizadora Kellys Kelfis.

Serviço
Fest & Arte
12 e 13 de dezembro, das 14h às 21h.
Grátis. Livre.
Exibição: https://www.facebook.com/festearte