Limite do amor: a gente acelera e o limite é a exaustão do prazer

Ilustração (feita exclusivamente para essa crônica), assinada pelo artista plástico Leandro Figueiredo, atualmente morando no Porto, em Portugal

*Por Alexei Waichenberg

Sabe quando você esbarra numa situação que nem a cumplicidade te salva?

Esse é o limite do amor. Mas até chegar nisso tem muita coisa para viver. Não costumo começar pelo fim, mas é tão bom receber a multa de um delito que efetivamente você cometeu. Quando o amor começa a gente acelera e o limite é a exaustão do prazer. Depois vem o dia a dia e, se você puder ser atento ao prazer do outro, parece que o mundo desfoca ao redor. Eu voltaria ao começo. Eu me re-apaixonaria por todos os amores sólidos. E, de fato, faço. Vamos acelerar até o limite da nossa absoluta falta de limite. Vamos amar, porque vale a pena.

Se eu fosse te contar do quanto amei e ainda amo, você pisaria no pedal da direita. Bora gente, sempre tem como parar. Se algum louco quiser coibir o teu amor, não aceite como autoridade, saiba apenas que você infringiu na única infração perdoável – amar sobre todas as coisas.

Que me condenem pelo excesso, que me perdoem pelo devaneio, mas que me aceitem como homem. Vou fundo até o amor falhar, até o amor cansar.

Te quero, viu?

* Alexei Waichenberg, jornalista com 180 batimentos por minuto