Grupo de bailarinos leva Maria Bethânia para cena em espetáculo inédito


Em espetáculo que vai até 25 de novembro no Teatro Cândido Mendes grupo de dança Mnemoni celebra a cantora, e sua relação com Santo Amaro, cidade onde nasceu, suas festas e celebrações, além de sua espiritualidade

“Há sempre algo a mais na obra de Maria Bethânia que precisa ser dançado. Parece que apenas ouvir não dá conta, é preciso corpo”, comentam os bailarinos e coreógrafos Dinis Zanotto e Tamires Coutinho, idealizadores e diretores do espetáculo de dança contemporânea “Por Onde ela Vai”, que faz curta temporada, até 25 de novembro (quartas e quintas), no Teatro Cândido Mendes. Sem patrocínio, de forma presencial e com seis bailarinos em cena, todos devidamente vacinados – e utilizando máscaras – a encenação é um convite ao público para dançar, cantar, amar e se deleitar com a imensidão da nova imortal da Academia de Letras da Bahia. “Maria Bethânia aproxima as pessoas da arte e é nesse caminho, com ar de ‘Amor, festa e devoção’ que queremos seguir com esse projeto”, acrescenta Dinis.

“Por Onde ela Vai” faz curta temporada, até 25 de novembro (quartas e quintas), no Teatro Cândido Mendes. Sem patrocínio, de forma presencial e com seis bailarinos em cena, todos devidamente vacinados (Divulgação)

“Por Onde ela Vai” faz curta temporada, até 25 de novembro (quartas e quintas), no Teatro Cândido Mendes. Sem patrocínio, de forma presencial e com seis bailarinos em cena, todos devidamente vacinados (Divulgação)

Com preços populares, a partir de R$25, os ingressos podem ser adquiridos através da Sympla. É obrigatória a apresentação da carteira de vacinação na entrada do teatro, assim como o uso de máscara. Após sucesso do espetáculo online e digi-itinerante ‘O Que Você Separou de Mim?’, que trouxe um formato inovador de comunicação para o mercado da dança,  ‘Por Onde ela Vai‘” marca a estreia presencial do grupo Mnemoni , fundado no início da pandemia, em 2020, por Dinis Zanotto e Tamires Coutinho. Inspirados pelo título do álbum ‘Amor, festa e devoção‘, a produção é separada em três blocos, que se interligam na essência de Bethânia. “Trazemos sua relação com Santo Amaro, cidade onde nasceu, com suas festas e celebrações, além de sua espiritualidade, um lado forte de sua existência e pilar fundamental de sua arte”, detalha Tamires.

Os seis bailarinos dançam inspirados pelo título do álbum 'Amor, festa e devoção', de Maria Bethânia (Divulgação)

Os seis bailarinos dançam inspirados pelo título do álbum ‘Amor, festa e devoção’, de Maria Bethânia (Divulgação)

Em cena, Dinis Zanotto, Felipe Domingues, Julia Morais, Nathalia Amata, Tamires Coutinho e Thais Mothé dançam com identidade, corpo e jeito brasileiros, contando histórias de pessoas que encontram a voz de Bethânia e vivem desfrutando das palavras da menina dos olhos de Oyá. “Quem nunca passou por uma decepção, ilusão amorosa, não é? O espetáculo aborda esses encontros e desencontros da vida. Esperamos gerar no público um sentimento de identificação”, revela Nathalia. Reunindo 19 canções, medleys, versões ao vivo, declamações e músicas de estúdio, a encenação, que conta com trilha de André Poyart, é costurada por sucessos como: ‘Olhos nos olhos’, ‘Cheiro de amor’ e ‘Gostoso demais’; além das clássicas interpretações de ‘Olha’, ‘Falando sério’ e ‘Você’, de Roberto Carlos. “Não existe raso quando se trata de Bethânia e com nosso espetáculo não poderia ser diferente”, destaca Felipe Domingues.

"Acreditamos na potência do nosso trabalho e do espetáculo de tocar e emocionar o público, e isso nos instiga a realizar e produzir mesmo que em condições menos favoráveis” (Divulgação)

“Acreditamos na potência do nosso trabalho e do espetáculo de tocar e emocionar o público, e isso nos instiga a realizar e produzir mesmo que em condições menos favoráveis” (Divulgação)

“Espero que as pessoas se sintam próximas à dança, se sintam em festa, mas também em silêncio, se sintam apaixonadas, mas também em conflito, sintam um vento de mudança bater”, acrescenta Tamires. “Queremos acolher a plateia com todo o amor emanado nesse espetáculo em frente a um momento tão desencorajador”, revela Thaís Mothé.

Diante de um cenário político e econômico desfavorável para a cultura, o grupo conta com uma campanha de financiamento coletivo com recompensas para os colaboradores. “Não recebemos nenhum incentivo público ou patrocínio privado para a realização deste projeto. Acreditamos na potência do nosso trabalho e do espetáculo de tocar e emocionar o público, e isso nos instiga a realizar e produzir mesmo que em condições menos favoráveis”, finaliza Dinis.