*Por Brunna Condini
Fábio Porchat celebrou 39 anos do jeito que gosta: no palco, cercado pelo público, amigos e família. “Foi comemoração dupla. Estreei o ‘Histórias do Porchat‘ no Teatro Casa Grande, espetáculo solo em que conto experiências malucas das minhas viagens pelo mundo. Tem o meu safári na África, um sobrevoo no Himalaia, massagem semierótica na Índia, bolinho de maconha na Holanda, coisas muito boas”, diz o apresentador que conhece 55 países e já tem planos de aumentar os carimbos no passaporte, fazendo uma turnê pela Europa, em janeiro com o stand-up.
Porchat comenta sobre a proximidade dos 40 anos. Está pintando alguma crise? “Sem crise existencial. Fazer 39 0u 40 é um pouco a mesma coisa. Acho que quando você faz 36 as coisas já mudam na vida, as pessoas já te olham com uma cara de: “Tá bom, agora você não é mais novidade, agora tudo o que você faz não é mais que a obrigação”. Não tenho questão com o tempo. O que tem questão é com essa história do vai ou não ter filhos. Mas para o homem a pressão de ter filhos é menor do que para as mulheres”, observa o humorista casado com Nataly Mega, desde 2017.
Em uma brecha na sua dinâmica agenda, o ator e roteirista respondeu às perguntas do site, comentando sobre a rotina agitada de quem vive criando e produzindo. “Acho que esse ano consegui dar uma diminuída nos meus trabalhos. Ao mesmo tempo, quando falo isso lembro que estou às segundas-feiras no ‘Papo de Segunda‘, no GNT, às quartas-feiras gravando o ‘Que História é Essa, Porchat?‘, fazendo o ‘Porta dos Fundos‘, produzindo o especial de Natal, e no espetáculo todo final de semana. Mas tenho conseguido ter tempos mais livres para estar com minha mulher, minha família, para não fazer nada”, diz Porchat que também escreve filme e deseja outro programa.
Apresentador do ‘Que História é Essa, Porchat?‘, que está em sua quarta temporada, com 81 episódios exibidos, no ar às terças-feiras no GNT e às quartas na Globo, Porchat comenta sobre o aumento de pessoas desejando compartilhar episódios de suas vidas. “Sempre gostei de contar histórias e com o programa as pessoas me procuram, me param na rua, dizendo que têm histórias boas ou conhecem quem tem. Acho ótimo, inclusive porque acabamos levando para a atração. Então, mais do que ficar buscando histórias por aí, coisa que sempre gostei, as pessoas trazem elas para mim agora”, conta o humorista. E anuncia: “Faremos mais programas especiais. O do meu aniversário foi um sucesso. Faremos outro especial com amigos, um de Natal e um de fim de ano também. Juntar pessoas para programas especiais me parece um bom próximo passo. Convidar casais para contarem suas histórias também não é mal, no próprio formato que já temos”.
Porchat elege ainda qual seria a história marcante em sua trajetória até aqui. “Foi a minha ida ao Programa do Jô quando eu tinha 18 anos. Foi lá que decidi que eu queria ser ator, fazer comédia, fazer as pessoas darem risada. Mudei tudo na minha vida após essa ida ao Jô. Posso dizer que é a história da minha vida”. Em 2002, ele foi ao programa com sua turma da faculdade de Administração, que cursava na época, e em um dos intervalos enviou um bilhete ao apresentador Jô Soares explicando que gostaria de encenar uma esquete sua. Jô chamou o ator ao palco, que fez sucesso com a esquete e foi elogiado pelo apresentador.
De lá para cá, são 20 anos de trajetória. Fazer rir em tempos de cólera é profissão ou missão? “Os dois. É profissão porque é o que sei e gosto de fazer. Mas também missão, porque é um dom, possibilidade, uma força nesse lugar. As pessoas estão precisando rir, desafogar desse drama que é o Brasil de hoje. E esse é meu ofício e missão, será sempre”.
Pedimos que Porchat se imagine pelos próximos 39 anos: “Desejo que eu continue viajando muito, esteja aproveitando a vida, comendo bem e trabalhando no que gosto, quero. Tendo ideias, desenvolvendo projetos. Sem perder o contato com o que tiver acontecendo no mundo. Não envelhecendo no pior sentido da palavra, amadurecendo sem me desconectar com o novo”.
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