Espetáculo com bonecos conta a história de Mozart para a crianças neste fim de semana, no Rio. Vem saber mais!


Apresentado pelo grupo Sobravento, “Mozart Moments” relembra a vida do músico austríaco em peça gratuita para a criançada

Em cartaz desde 1991 pelo Brasil e em alguns países do mundo, o espetáculo “Mozart Moments”, do grupo Sobravento, volta ao Rio de Janeiro neste fim de semana. A peça conta a história do músico austríaco Mozart (1756 – 1791), se utilizando de bonecos, para as crianças. Montado em apenas oito semanas com o objetivo de celebrar os 200 anos de morte do artista, o espetáculo “Mozart Moments” aposta na combinação dos elementos manipuláveis e da poesia “Mozart no Céu”, de Manuel Bandeira (1886 – 1968), para contar sobre a vida do austríaco aos pequenos. “A peça é muito divertida e apresenta o Mozart de maneira engraçada. Conseguimos fazer com que as crianças tenham contato com a música clássica e com a irreverência que conhecemos da personalidade dele” disse Sandra Vargas, diretora do grupo.

No espetáculo, os atores manipulam diretamente os bonecos (Foto: Divulgação)

No espetáculo, os atores manipulam diretamente os bonecos (Foto: Divulgação)

Porém, lidar com a morte em uma montagem feita para as crianças foi um desafio para o Sobravento. Por isso, o poema de Manuel Bandeira foi fundamental para que o fim fosse encenado de forma lúdica e que fosse compreendido sem que precisasse ser falado. “No espetáculo, a cena da morte é muito bonita. O boneco do Mozart está tocando piano e, de repente, nós o soltamos. As crianças conseguem entender a mensagem que queremos passar e se emocionam muito”, explicou.

“No dia 5 de dezembro de 1791 Wolfgang Amadeus Mozart entrou no céu, como um artista de circo, fazendo piruetas extraordinárias sobre um mirabolante cavalo branco.

Os anjinhos atônitos diziam: Que foi? Que não foi?
Melodias jamais ouvidas voavam nas linhas suplementares superiores da pauta.

Um momento se suspendeu a contemplação inefável.
A Virgem beijou-o na testa
E desde então Wolfgang Amadeus Mozart foi o mais moço dos anjos.”

“Mozart no Céu”, Manuel Bandeira

No entanto, não foi sempre assim. A primeira montagem, feita às pressas para ser apresentada no Centro Cultural Branco do Brasil (CCBB), no Rio de Janeiro, era em forma de passagens. Segundo Sandra, a cada intervalo de tempo, o grupo encenava uma fase da vida do artista. “A cada uma hora, nós fazíamos um passeio pelo museu com carroças e bonecos para contar um trecho da vida dele. Depois dessas apresentações, as pessoas que viram se interessaram tanto que nos pediram um espetáculo inteiro”, relembrou o início.

A primeira montagem da peça foi feita em apenas oito semanas (Foto: Divulgação)

A primeira montagem da peça foi feita em apenas oito semanas (Foto: Divulgação)

Na montagem, os bonecos são manipulados diretamente por atores caracterizados com figurinos e perucas que remetem ao século XVIII, época que viveu o músico. Ou seja, a pessoa que manipula o boneco pega diretamente nos braços e pernas dele para fazer a ação, sem que haja cordas, por exemplo. “Embora muitas vezes os bonecos sejam os protagonistas, o ator nunca desempenha papel de bastidor. No teatro de animação – quando há a mistura de objetos e pessoas em cena –, o ator não precisa estar escondido. Ele faz parte daquela história”, explicou Sandra.

A maior dificuldade da peça, para a diretora Sandra Vargas, foi tratar a morte para as crianças (Foto: Divulgação)

A maior dificuldade da peça, para a diretora Sandra Vargas, foi tratar da morte para as crianças (Foto: Divulgação)

E não são só os personagens manipulados que chamam atenção no trabalho do Sobravento, que está completando 30 anos de história em 2016. Para que consigam se apresentar em diversas cidades sem que haja dependência de um teatro no local, o grupo possui toda uma estrutura móvel. Com arquibancadas, refletores, palcos e tudo mais, dessa forma, eles não ficam dependentes e podem se apresentar como acharem mais conveniente. “Em função de os nossos espetáculos estrearem no nosso teatro, a gente tem quebrado muito essa relação frontal que os palcos tradicionais têm. Em algumas peças, colocamos o público em uma arquibancada quadrada e o palco fica no meio. O nosso maior desafio é procurar sempre novos encontros com a plateia. E por nem sempre encontrar uma estrutura assim, acabamos tendo que levar todo um teatro para o lugar”, disse Sandra Vargas.

O espetáculo Mozart Moments será apresentado no Teatro Carlos Werneck, no Parque do Flamengo, neste sábado (21) e domingo (22) às 11h. E o melhor, leitores: é de graça!