*Por Alexei Waichenberg
Já que os dias são de solidão e isolamento e você não consegue mais distinguir a emoção da razão, venho aqui sugerir uma adesão online a um novo amor. É claro que é você quem elege o seu amor. Pois sim, ele é eletivo e jamais compulsório. Talvez a sua permanência o seja. Mas vá lá.
Vamos ao início de tudo. Como que avaliando currículos, seu coração se torna disponível a uma entrevista virtual de contratação. No primeiro chat você julga a aparência, testa a inteligência, o carisma e até a capacidade de se relacionar – as funções vitais do tal amor, ainda desconhecido. Aí você, CEO da ilusão de quem tem a melhor experiência nessa área, atua com cuidado e profissionalismo – submete à aprovação do novo amor ao seu Conselho. Conselho Consultivo, fique claro, porque quem delibera é Vossa Onisciência.
Decidido pela contratação, é preciso deixar claro que apenas se trata de um contrato de experiência e que o amor é um cargo de confiança.
Ao trabalho. Dia-a-dia, noite-a-noite, live-a-live. Essa relação corporativa, sim, por que não? é a única onde encontramos o mesmo contrato a ser cumprido dos dois lados. Falamos, portanto de duas lideranças de igual peso e candidat@s a serem treinad@s para que @ outr@ se torne um(a) FIEL escudeir@. Melhor ainda pensar em fidelidade nessa hora.
Um cuidado é importante amig@ executiv@: não @ treine para simplesmente ocupar a sua cadeira, a cadeira do seu coração. Menos ainda para fazê-l@ substitut@ permanente. El@ sempre vai ter outros planos para o seu negócio.
A próxima etapa vai ficar para o desconfinamento, quando vocês puderem se encontrar e se tocar. Cumpridas as jornadas, com pontualidade e eficiência, de cumplicidade, admiração e sexo, só então irá surgir a estabilidade no cargo e o novo plano de ascensão e remuneração compatíveis. As horas extras na madrugada contam positivamente para o seu score.
Pensando de maneira otimista, no fim dessas etapas virão os prêmios pela esperada confiança. Mas, patroas e patrões, se nada disso deu certo será preciso demiti-l@, exonerá-l@. Tem gente que o faz por justa causa, mas não compensa. Nenhuma causa é justa quando a aposta é sua.
Procure substituir um amor no tempo exato de não contratar um novo, que não possa preencher a vaga, mas por um que traga a experiência, que @ torna um(a) líder maduro(a) da única habilidade para a qual você foi formad@ – ser feliz.
Leve como lição que um novo amor não substitui o velho, mas de que o velho já não destitui o novo. Bom Trabalho!
*Alexei Waichenberg, amante com trabalho acumulado.
Artigos relacionados