A peça “Doidas e Santas”, protagonizada por Cissa Guimarães, é um grande sucesso. Prova disso é que, após cinco anos em cartaz, a montagem baseada no livro homônimo da escritora Martha Medeiros com texto adaptado por Regiana Antonini, voltou ao Rio para curta temporada. “Já rodamos a cidade inteira. É um outro público que temos na Barra da Tijuca”, disse a atriz. A reestreia, ontem, no Teatro dos Grandes Atores, no Barra Square, marcou a segunda turnê do espetáculo esse ano e também a vida de Cissa. “Quando eu entro no palco e abre a cortina é uma alegria enorme. O que vem da plateia é o que me faz estar aqui. Eu devo a essa peça a minha vida, com certeza”, declarou. Em 2010, durante a primeira temporada de “Doidas e Santas”, Cissa perdeu o filho Rafael Mascarenhas em um acidente terível e, 15 dias depois do ocorrido, voltou ao teatro. “Essa peça é a bênção da minha vida”, definiu.
A montagem, que conta também com Oscar Magrini e Josie Antello no elenco e direção de Ernesto Piccolo, já passou por diversas cidades do Brasil e, só no Rio, já esteve em cartaz por dois anos no Teatro das Artes, do Shopping da Gávea, e em temporada no Imperator, no Méier, ainda lota grandes teatros. “Em Natal, nos apresentamos no Teatro Riachuelo, de 1.700 lugares. Queria fechar a plateia para metade, porque achava que se fossem 500 pessoas já estava ótimo. Fiquei um final de semana inteiro lá e o teatro lotou. São cinco anos de ‘Doidas e Santas’, eu adoraria que isso fosse normal no país, mas é um fenômeno. Fazer parte e é incrível, só tenho a agradecer”, disse a atriz, que também é idealizadora e co-produtora do espetáculo, que fica até novembro em cartaz.
“Doidas e Santas” chega para rechear ainda mais a agenda de Cissa, que, ao lado de Ana Furtado, Patrícia Poeta, Zeca Camargo, André Marques e Tiago Leifert, apresenta o novo ‘É de casa’, aos sábados, na Rede Globo. “Estou convivendo com pessoas que eu adoro e falando para a família brasileira. Amo os desafios, quero ficar velha fazendo tudo novo e, no “É de casa”, aprendo com cada semana. Trabalhamos muito, porque não são só as três horas que estamos lá. Temos reunião de pauta, gravamos matérias. O Boninho (diretor) pediu para sermos geradores de conteúdo, então virei jornalista, editora, tudo”, brincou a atriz, que garante que a liberdade de abordar os temas é incrível. “Podemos falar sobre uma série de coisas que em outros programas a gente acaba não falando, porque seguimos uma linha editorial”, explicou.
A energia contagiante de Cissa tem explicação. Ela contou que está sempre em busca da felicidade. “Tiro energia da gratidão que eu tenho pela vida, estar nesse mundo é uma benção, uma possibilidade de evolução imensa. Só por isso já somos vencedores. Já me aconteceu o pior de tudo e eu nunca mais vou ser 100% feliz, mas posso ser 80%. E isso eu vou a luta, da maneira que der. Meu pacto com a vida é de felicidade”, disse, emocionada ao relembrar o acidente do filho.
Cissa mantém relação próxima com os fãs e declarou que a força que recebe a motiva diariamente. “O carinho que eles me passam é uma estrutura até hoje me segura. Só recebo energias boas, isso dá sentido ao meu trabalho. É um frescobol, o esporte que eu acho mais legal. O objetivo é manter a bolinha na mão do outro, é dessa maneira que toco as pessoas e recebo”, disse.
Sempre com cabelos e pele muito bem cuidados, a atriz não deixa a vaidade de lado e lança mão de tratamentos estéticos sem radicalismo. “Coloco botox duas vezes ao ano. Sou muito expressiva e tenho um medo danado de ficar sem mexer nada. Não fujo ao que sou e nunca mudei muito. Não quero ser escrava da estética, quero que seja parceira. Sou a favor de qualquer tratamento que nos deixe lindas, mas não tenho vontade de ser outra pessoa”, afirmou ela, que não pretende lutar conta o tempo. “Não tenho a menor vaidade de brigar com o tempo, é uma guerra perdida. Ele é invencível, soberano e já me ensinou tanto”, disse, para logo emendar que tem o projeto de, um dia, raspar a cabeça. “Vou fazer o que a minha querida parceira de vida, Cassia Kis, fez: raspar a cabeça e, depois, ver o cabelo crescer. Eu ainda quero ver quem sou de verdade, mas preciso de um tempo sem personagens. É um desprendimento que quero viver”, contou.
Enquanto não raspa, Cissa cuida das madeixas como pode. Os cabelos brancos aos 58 anos já não incomodam tanto. “Estou começando a aceitar melhor os cabelos brancos. Não deixo ficar demais, mas também não enlouqueço. Para a televisão eu passo sombra ou rímel de cabelo porque o HD é uma coisa cruel na vida da gente”, disse, para logo depois revelar os cuidados básicos. “Não lavo todo dia, pelo contrário. Não é legal, até por que a água está acabando e temos que cuidar disso. Sou viciada em banho, mas agora tomo rápido”, contou. Doida, santa, sábia e, além de tudo, engajada. Somos fãs de Cissa.
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